Brasil

Como começou a sexta-feira

A indicação de Zero3 para a embaixada nos Estados Unidos é tratada com seriedade pelos jornalões.

Ao bater os olhos nas primeiras páginas dos jornais de hoje, fica a impressão de que nada mais nos assusta neste Brasil que estamos vivendo. Bolsonaro ter dito que o Eduardo, seu garoto apelidado de Zero3, vai ser o embaixador em Washington, ganhou as manchetes, sem um pingo de espanto ou perplexidade.

Agora vamos mudar a história. Deixamos pra você o comentário. Imagine se ao ver os jornais dessa manhã de sexta-feira, 12 – e não treze – você trombasse com a manchete:

“Lula vai indicar Lulinha para embaixador nos Estados Unidos”…

Seguimos. As manchetes dos principais jornais de hoje são:

“Bolsonaro vai indicar filho para embaixada nos Estados Unidos” (Folha). E mais:

“Bolsonaro pretende indicar seu filho para embaixador nos Estados Unidos” (O Globo). E mais:

“Bolsonaro diz que vai indicar filho para embaixada nos EUA” (Estadão). E mais:

“Bolsonaro quer indicar filho embaixador” (Valor Econômico)

Na página A13, a Folha foi ouvir advogados e o que eles disseram virou manchete:

“Para advogados, indicação de filho do presidente não seria nepotismo”

Indicação de Eduardo para embaixada não seria nepotismo, afirmam advogados

A indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo de embaixador do Brasil nos EUA por seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, não viola a proibição de nepotismo, afirmam advogados ouvidos pela Folha. O fato de o cargo de embaixador ser de natureza política foi citado por especialistas como base para uma exceção às regras que proíbem a nomeação de parentes.

Em tempo: Eduardo, o Zero3, é aquele que foi com um revólver na cintura participar de uma manifestação a favor do impeachment de Dilma, na Avenida Paulista.

Zero3

Seguimos. As primeiras alterações no projeto de reforma da previdência, beneficiando as mulheres, também foi pra primeira página dos jornais.

Câmara aprova regras mais vantajosas em aposentadoria de mulher e pensões

Por 344 a 132, a Câmara aprovou uma mudança na reforma da Previdência por regras mais vantajosas na aposentadoria de mulheres. Com a alteração no texto, trabalhadoras da iniciativa privada podem receber 100% do benefício após 35 anos de contribuição.

A imagem da tragédia do transbordamento de uma barragem na Bahia, está apenas na primeira página da Folha. Trezentas e cinquenta famílias foram atingidas.

Ainda na Folha, pesquisa Datafolha mostra que 70% dos entrevistados agora recusam a facilitação do porte de arma. Será que o projeto de Bolsonaro vai sair pela culatra?

Plano de Bolsonaro para porte de arma é reprovado por 70% da população

O projeto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para facilitar o porte de armas no país é reprovado por 70% da população. A constatação está em pesquisa Datafolha realizada nos dias 4 e 5 de julho, que também revela crescimento, no limite da margem de erro, da maioria favorável à proibição da posse de armas (a possibilidade de ter uma em casa ou no trabalho).

FHC foi parar bem pequenininho na primeira página do Estadão. Ele é contra a expulsão do tucano Aécio Neves do PSDB.

Pelo mundo, a revista semanal alemã de celebridades (com fortes pitadas de sensacionalismo) afirma na capa que a toda poderosa Angela Merkel está vivendo um “Drama!”. Ontem, a chanceler teve a terceira crise de tremores no corpo durante uma solenidade. Merkel vem afirmando que não é para se preocupar com ela, que está bem.

A M, revista de fim de semana do jornal francês Le Monde, rasga elogios à Petra Costa, diretora do imperdível Democracia em Vertigem. Uma página inteira.

O jornal argentino abusa do trocadilho na sua capa, com a estratégia marqueteira de Macri, com a manchete-logotipo: “Heavy Marketing”.

Dois cartuns chamam a atenção: Duke, no jornal mineiro O Tempo, e Paz Rudy, no Página 12.

Duke

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