Brasil

Como começou o 9 de Julho nos jornalões

Começou com todos eles unidos pela reforma da Previdência. Os maiores jornais do país, todos eles, viraram seus olhos para a aprovação da reforma da Previdência.

O Globo: “Governo acelera liberação de emendar para aprovar reforma”

Estadão: “Governo tenta controlar PSL para não esvaziar reforma”

Correio Braziliense: “Planalto afirma ter votos para aprovar a Previdência hoje”

Estado de Minas: “Deputados aceleram para aprovar reforma até sexta”

Folha de S.Paulo: “Datafolha vê maior apoio à reforma da Previdência”.

Na verdade, o resultado da pesquisa publicada pela Folha, mostra que a propaganda em massa do governo, com uma ajuda considerável do Jornal Nacional, a população brasileira passou a acreditar que a reforma da Previdência vai beneficiar os mais pobres. Doce ilusão.

Quarenta e sete por cento dos entrevistados responderam que são favoráveis à reforma e 44% são contra. Seis por cento não sabe e 3% não está nem aí.

A notícia de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) condenou 11 empresas por cartel no metrô de SP, ganhou uma chamada discreta na Folha e no Estadão.

Uma curiosa foto-pôster na primeira página de O Globo mostra garimpeiros no mar de Ipanema, aproveitando a ressaca e procurando o ouro perdido dos banhistas.

O editorial da Folha mostra que o país que estava dividido em dois, agora foi fatiado em três. Trata-se de uma pesquisa Datafolha sobre a popularidade do governo de extrema-direita, publicada ontem no jornal.

O estranho pedido de férias do ministro da Justiça, Sergio Moro, em pleno bombardeio de denúncias contra a parcialidade do então juiz da Lava-Jato, não apareceu nas primeiras páginas. Pareceu tudo muito normal.

Moro pede licença

Pelo mundo, Le Monde publica uma matéria de meia página cujo título é: “No Brasil, a queda do antigo ídolo, Sergio Moro”. O jornal francês diz que a maioria dos brasileiros já considera parcial a ação do então juiz na operação Lava-Jato. Enquanto nossos jornais, vão deixando o assunto meio em banho-maria.

O mesmo Le Monde dedicou duas páginas inteiras ao obituário de Joao Gilberto (sem til porque na França não existe til). Um texto elegante e completo assinado por Véronique Mortaigne.

No jornal O Tempo, o cartunista Duke dá o recado.

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