Brasil

Como começou a quarta-feira

A polêmica reforma da previdência voltou às manchetes dos principais jornais do país.

Enquanto Folha de S.Paulo (“Estados e municípios ficam fora de novo texto da Previdência”) e O Globo (“Impasse sobre os estados deve atrasar votação da reforma”) colocaram pedras no caminho da reforma, o Estadão preferiu injetar otimismo nos seus leitores, com a manchete: “Novo texto da Previdência prevê R$1 tri de economia.

Enquanto o Estado de Minas anunciava em sua manchete principal, “Estados ficam de fora da reforma da previdência”, o Correio Braziliense ficou em cima do muro: “Previdência avança, mas falta incluir DF e estados”.

Moro sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, muitas vezes encurralado pelos deputados de oposição (PT, PSOL e PC do B) ganhou uma chamadinha na Folha, bem discreta: “Blindado na Câmara, Moro ironiza oposição”.

O eclipse, visto no Chile e na Argentina, foi registrado em fotos discretas e não em fotaças como costumam dar.

A vitória do Brasil contra a Argentina (2 a 0 no Mineirão, pela Copa América) deu um tom verde-amarelo às páginas de todos os jornais. O diário esportivo argentino Olé manchetou o que os jornais brasileiros ignoraram: “Sin VARguenzas”, “sem vergonhas”, fazendo trocadilho em menção ao VAR que, segundo los hermanos, prejudicou o time de azul.

https://www.ole.com.ar/

As vaias ao presidente Bolsonaro só foram vistas nas redes sociais. Os jornalões, que outrora marchetavam em letras garrafais as vaias, no mesmo Mineirão, à presidenta Dilma (veja nossa memória), nem tocaram no assunto.

O Estadão, pelo contrário, disse: “O presidente vibrou bastante com a seleção, entrou no clima da torcida e foi ovacionado pelo público”. Sim, está escrito na página A17. O título da matéria é: “Bolsonaro festeja contra a Argentina”.

O Jornal da USP circula com uma manchete-denúncia: “Lançado na Europa mapa do envenenamento de alimentos no Brasil”. O atlas “Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil com conexões com a União Europeia”, que já foi editado no Brasil, foi lançado na Alemanha, país que Bolsonaro disse ter muito o que aprender com o Brasil. A obra é assinada pela geógrafa Larisse Mies Bombardi, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.

https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-ambientais/lancado-na-europa-mapa-do-envenenamento-de-alimentos-no-brasil/

E o melhor cartum do dia, por enquanto, é de Hubert, na Folha, lançando o biruta do posto de gasolina (não é o Guedes, é boneco) como candidato a presidência da República.

Hubert

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