Brasil

Como começou a terça-feira

O dia começou com cada um dos principais jornais do país atirando para um lado diferente.

O Globo, ecológico, estampou, nesta terça, uma fotografia gigantesca de uma baleia jubarte passeando pela Baia da Guanabara. E, mais verde do que nunca, denunciou na manchete principal: “Desmatamento cresce 60% na Amazônia”.

Pois é, na semana passada, o presidente Bolsonaro disse que a chanceler Ângela Merkel tinha muito o que aprender com o Brasil, no quesito meio-ambiente. Perguntamos: Aprender o quê? Desmatar florestas?

A Folha de S.Paulo mostra, na manchetona, que existem pedras no caminho do acordo União Europeia-Mercosul. Comemorado com euforia, agora começam a aparecer os entraves e a realidade de que não era bem aquilo. “O Brasil negocia que acordo passe a valer após a ratificação pelo Legislativo do país, mesmo sem aprovação dos demais.” diz a Folha.

O Estadão, fiel defensor da reforma da Previdência, volta com ela para sua manchete: “Professoras devem ter regra de aposentadoria mais branda”. Relator da Comissão Especial deve propor tempo mínimo de contribuição de 25 anos e salário integral aos 57.

O Correio Braziliense, também defensor da reforma da previdência, estampa no manchetão: “Brasil só vai crescer, dizem pais do real, se fizer reformas”.

O Estado de Minas, segundo eles, “o jornal dos mineiros”, dá capa inteira para o jogo Brasil e Argentina, hoje à noite, no Mineirão, pela Copa América. Tratam o assunto como “duelo do século”.

Os demais assuntos das primeiras páginas são os mais variados possíveis, pulverizados em pequenas chamadas. O indiciamento de três assessores ligados ao ministro do Turismo, ganhou registos discretos, sem muito alarde.

Assuntos importantes vão sendo esquecidos, mas nós não esquecemos:

Quem matou Marielle?
Onde está o Queiroz?
E os 48 envelopes de depósitos suspeitos?
E a imparcialidade do ex-juiz Sergio Moro?
Onde anda o Temer?
E a mala do Geddel?

E vocês já perceberam que, depois daquelas três capas com o astrólogo Olavo de Carvalho, ele sumiu do mapa e das páginas dos jornais, não é mesmo?

Vale aqui o registro do cartum da Laerte, na Folha.

Laerte

E vale também a manchete do jornal popular carioca Meia-Hora: “No Circo Brasil, Tiririca dá conselho a Bolsonaro”

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