O presidente Jair Bolsonaro desistiu de participar do jantar oferecido a ele pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, quando receberia o título de Personalidade do Ano. O prefeito Bill de Blasio havia protestado contra a presença do presidente brasileiro em NY. E a companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times, que apoiavam a homenagem, voltaram atrás publicamente.
O presidente Jair Bolsonaro cancelou a viagem que faria na semana que vem a Nova York. No dia 14 de maio, o presidente seria homenageado com o prêmio “Pessoa do Ano”, oferecido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Em nota, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, disse que o cancelamento se deve aos “ataques” feitos pelo prefeito de Nova York, Bill de Blasio, do Partido Democrata, a Bolsonaro.
“O presidente da República agradece a homenagem proposta pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, ao escolhê-lo ‘Personalidade do Ano de 2019′”, diz a mensagem. “Entretanto, em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade”, continua a nota de Rêgo Barros. A viagem estava prevista para acontecer dos dias 13 a 15 de maio e, além de Nova York, incluiria uma passagem por Miami. Ambas foram canceladas, afirma o porta-voz.
Desde que a premiação de “Pessoa do Ano” a Bolsonaro foi anunciada, o evento foi cercado de polêmicas. O Museu Americano de História Natural desistiu de sediar o jantar após críticas da comunidade acadêmica. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, do Partido Democrata, disse que Bolsonaro não era bem-vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbico e destrutivo.
With mutual respect for the work & goals of our individual organizations, we jointly agreed that the Museum is not the optimal location for the Brazilian-Am. Chamber of Commerce gala dinner. This traditional event will go forward at another location on the original date & time.
— American Museum of Natural History (@AMNH) 15 de abril de 2019
A companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times, que tinham topado apoiar a festa, recuaram no início desta semana. Ao explicar a decisão, a Bain disse à CNN que “celebrar a diversidade é um princípio essencial” da empresa. Hoje, a Folha de S.Paulo revelou que, com as negativas dos patrocinadores, o Banco do Brasil teria comprado cotas do jantar. Esta seria a segunda viagem de Bolsonaro aos EUA em menos de cinco meses de mandato. Em março, o presidente esteve em viagem oficial a Washington, onde foi recebido por Donald Trump.
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