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Caixa abre a fila das privatizações do governo Bolsonaro

Após realizar a primeira operação de privatização com a venda das ações do ressegurador IRB Brasil Re detidas por um fundo governamental, governo já engatilhou a segunda operação de desmanche da Caixa. Desta vez, o alvo é a Petrobras, a partir dos papéis detidos pelo FI-FGTS. A ideia é esvaziar os fundos governamentais, um por um.

Nos primeiros cem dias de governo, a Caixa é a principal vítima de Bolsonaro. O objetivo do governo é passar ao mercado unidades do banco rentáveis nas áreas de seguro (Caixa Seguridade), gestão de ativos (Caixa Participações), loterias e cartões.

A Presidência da Caixa quer arrecadar pelo menos R$ 30 bilhões em transações de mercado de capitais neste ano e um volume semelhante em 2020, com a venda de suas empresas-chave que constituem a parte mais rentável do banco.

O avanço mais recente foi na área de seguros. A gestão atual, do presidente Pedro Guimarães, anunciou que iria rever todos os contratos já negociados. E está cumprindo a promessa.

A francesa CNP Assurances reduziu sua fatia na sociedade. Com operações nos ramos de seguro de vida, prestamista (que cobre prestações) e previdência, a Caixa passará a ter 75% de participação, em vez de 60%. Já os franceses tiveram sua fatia reduzida de 40% para 25%. Em troca, o prazo da parceria deverá ser ampliado para que não se perca o acordo avaliado em R$ 4,6 bilhões.

Segundo matéria no Estadão, o mercado aguardava ansioso o desfecho da parceria, já que as demais sociedades que a Caixa quer estruturar em seguros dependiam da negociação com a CNP. Os novos acordos ficarão sob a Caixa Seguridade, holding que concentra as operações do setor no banco.

“A intenção é privatizar setores estratégicos da Caixa, dissecando o banco para torná-lo frágil e deficitário. Nem as empresas privadas se desfazem do centro de produtos seus negócios, como por exemplo a seguradora, porque são essas áreas que dão lucro. No caso da Caixa, esses lucros são revertidos em prestação de serviços para toda a população brasileira, desde a habitação até o pagamento de programas sociais”, afirma o presidente da Fenae, Jair Ferreira.

Na última segunda-feira (15), um informe interno da Caixa diz que estão suspensas as cobranças de mensalidades para sindicatos, assim o governo tenta estrangular o movimento de trabalhadores.

Uma Frente mista em defesa de bancos públicos será lançada em maio no Congresso Nacional. Já foram recolhidas 170 assinaturas de senadores e deputados de 19 partidos de diferentes correntes políticas.

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