A 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária seria realizada entre 2 a 7 de maio. Mas esse ano o governo de João Doria vetou a realização da Feira no Parque da Água Branca. O MST está negociando com a prefeitura de São Paulo para definir o novo local, com data prevista agora para 1º a 4 de agosto. Uma das possibilidades é o Anhembi.
Desde 2016, acontecia no Parque da Água Branca a mais importante feira orgânica e agroecológica do MST, a Feira Nacional da Reforma Agrária, todo mês de maio. Ano passado, aproximadamente 260 mil pessoas passaram pelo parque, e foram vendidas 420 toneladas de 1.500 produtos. A 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária seria realizada entre 2 a 7 de maio. Mas esse ano o governo de João Doria vetou a realização da Feira no Parque da Água Branca.
“Eles alegam que o conselho do parque decidiu não liberar”, disse um dos dirigente do MST, João Paulo Rodrigues, lembrando que isso aconteceu também nas edições anteriores. “Nos demais anos, o conselho negou, mas não era deliberativo.” Com o veto em cima da hora, não houve tempo hábil de encontrar outro lugares. “Os outros parques não têm agenda”, lembrou João Paulo.
O movimento está negociando com a prefeitura da capital para definir o local da feira, com data prevista agora para 1º a 4 de agosto. Um das possibilidades é o Anhembi. “Vamos organizar para que seja mais bonito, maior e com mais variedade de produtos”, afirmou o dirigente do MST.
Além da feira, o evento do MST oferece debates e apresentações artísticas, e também uma praça de alimentação com pratos típicos de todas as regiões.
Em suas redes sociais o sociólogo, colaborador do Nocaute e autor do livro A culinária caipira da Paulistânia, Carlos Alberto Dória, desabafou:
“A Feira vinha num claro crescente, com vigor ímpar ano passado. Foi envolvente, catalisou uma ampla massa, foi variada e surpreendente para muita gente. Era possível comprar coisas dos rincões do Brasil, como frutas e mel, além de vários artesanatos alimentares e consumir ali mesmo pratos típicos de certas áreas do país.
Havia música, havia feira, havia riso. O que mais se poderia querer de um acontecimento como esse?
Acontece que as eleições empoleiraram no poder o ódio. O ódio ao MST, o ódio aos despossuídos, o ódio àqueles que lutam por transformações sociais. E, por isso, essa secretaria do verde mostrou seu lado negro. Um lado que foi exibido ao desmascarar o seu servilismo do Planalto.
Para nós, democratas, é preciso ficar atento a esses movimentos de submissão ou apequenamento do MST. É preciso estar desperto, ao lado dele, para ajudar a protegê-lo e a divulgar sua luta e iniciativas.
Sirva esta ação do governo, então, como um alerta ao propósito sórdido de silenciá-lo. Permaneçamos em vigília democrática!”
Em resposta aos questionamentos do Nocaute, a assessoria de imprensa da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente enviou a seguinte nota:
“O Conselho Gestor do parque Doutor Fernando Costa (Água Branca), composto por oito membros do governo e outros oito da sociedade civil, avaliou que as estruturas do local não comportam mais o evento, que cresce a cada ano e, de acordo com os organizadores, deve receber 200 mil pessoas em 2019. Os membros do movimento e a deputada Beth Sahão foram recebidos pelo secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente que sugeriu alternativas como os parques da Juventude e Ecológico do Tietê, que são maiores e oferecem mais segurança ao público. Na reunião, o movimento demonstrou interesse em realizar o evento no Ibirapuera, sob responsabilidade do município. Os assessores da Pasta orientaram sobre o procedimento com a Prefeitura e se colocaram a disposição caso optassem por outro parque estadual.”
Assessoria de Imprensa
Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente
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