Brasil

Centro Católico denuncia à CNBB governo
 Bolsonaro e reforma da Previdência

O seminário nacional do CEFEP (Centro Nacional de Fé e Política dom Hélder Câmara), ligado à CNBB, redigiu um duro documento contra o governo Bolsonaro e suas políticas antissociais. A carta foi entregue ao cardeal dom Sérgio da Rocha, presidente da CNBB, e enviada aos bispos de todo o Brasil. Leia a íntegra.

Carta à Conferência Nacional Dos Bispos Do Brasil

Senhores bispos,

“Construirão casas, para nelas morar, plantarão vinhas, para comer seus frutos. Não acontecerá que um construa e outro more, tampouco um plantará e outro comerá; pois meu povo alcançará a idade das árvores e meus eleitos consumirão o produto do seu trabalho.” (Isaías 65, 22).

“A necessária mudança das estruturas sociais, políticas e econômicas injustas não será verdadeira e plena se não for acompanhada pela mudança de mentalidade pessoal e coletiva com o respeito ao ideal duma vida humana digna e feliz, que por sua vez dispõe à conversão”. (Puebla, 1155).

Nós, leigos e leigas, agentes de Pastoral, reunidos no seminário da rede de Assessores e das Escolas de Fé e Política do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara, engajados/as na missão de “tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Papa Francisco – Alegria do Evangelho) queremos dialogar com os nossos Pastores e expressar algumas preocupações e propostas em vista de sermos uma Igreja cada vez mais discípula missionária.

A realidade nos desafia para uma resposta profética
A realidade brasileira é marcada pela desigualdade socioeconômica e regional; um país onde a maioria da população conta com muitas dificuldades de sobrevivência e serviços públicos insuficientes diante das demandas sociais. A Constituição Federal de 1988 garantiu um marco legal de direitos fundamentais e sociais que ao longo dos últimos 30 anos se desdobraram em Políticas Públicas universais que possibilitaram a diminuição das desigualdades e a melhorias de todos os indicadores sociais.

A crise econômica e política dos últimos anos representa um ataque à Constituição Brasileira e a qualquer possibilidade de termos no Brasil um Estado de Bem Estar Social que garanta uma sociedade de igualdade de oportunidades.

A Agenda Econômica do governo Bolsonaro está comprometida com uma visão de mundo onde o mercado por si só é capaz de resolver os problemas da sociedade, dado que o poder público é usado para diminuir as políticas públicas e fazer do Estado mero incentivador das forças do mercado. Uma visão ultraliberal que não se compromete com a eliminação das desigualdades.

Essa Agenda está articulada com a restrição das liberdades democráticas; os direitos civis estão ameaçados e o uso da força e da perseguição política já é uma realidade. A intolerância e o ódio se tornam políticas oficiais e presentes nas relações pessoais e até em nossas comum.

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