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Ariovaldo Ramos: “Se o aparato militar se cansar de tanto ‘Non Sense’, assumirá o poder”.

Em sua videocoluna, pastor Ariovaldo Ramos comenta a divisão existente na Igreja Evangélica brasileira e adverte: “se os militares se cansarem de tanto desgoverno, assumirão o poder e restará à Igreja Evangélica Conivente a pecha de ter feito o serviço sujo, para que o Mal avançasse no Brasil”.

A Bíblia, com 39 livros no Antigo Testamento e 27 livros no Novo Testamento, é o livro sagrado para os protestantes.

A Bíblia é um livro de fé e que ampara a fé.

A relação com a Bíblia se dá a partir da fé, e nunca por qualquer tipo de imposição.

A Bíblia não se propõe a ser plataforma para o ensino secular, principalmente, num país laico e numa sociedade fruto do Iluminismo.

Quando evangélicos, ligados ao governo, transparecem que estão a usar o governo para fazer valer a fé evangélica, estamos diante de um crime contra a laicidade do Estado.

A subserviência de grande parte dos evangélicos ao governo federal é fruto da divisão que se estabeleceu entre os evangélicos, desde o impeachment.

Como postou o sociólogo Caio Marçal, a exemplo do que aconteceu na Alemanha nazista, a Igreja Evangélica brasileira se dividiu entre Igreja Militante e Igreja Conivente.

A Igreja Militante é a Igreja que se postou ao lado do Estado de Direito, e, consequentemente, ao lado da defesa dos direitos humanos, enquanto a Igreja Conivente se postou ao lado do golpe de Estado, de olho na participação no poder.

A Igreja Conivente valeu-se, para justificar a sua adesão ao golpe de Estado, de uma pauta moral mal explicada e fundamentada em notícias falsas, produzidas pelos promotores do golpe, e aprofundadas pelos que ganharam as eleições graças a tais expedientes.

Nessa Cruzada, no pior sentido do termo, os Coniventes assumiram, como se previa a partir da teologia da prosperidade, o capitalismo selvagem como confissão de fé, fazendo ouvidos moucos para todas as fobias sociais destiladas pelos proponentes ao poder, apoiando, assim, a solução violenta para o saneamento da segregação de toda ordem e para a desigualdade socioeconômica no país.

Os pastores da Igreja Conivente, com destaque para os de maior influência, agiram conscientes ou não, neste caso, também, enganados pela propaganda neonazista, como “capitães do mato” levando, pelo discurso falacioso o seu povo, majoritariamente, pobre, negro e feminino de volta para a escravidão e para o abuso de toda ordem.

Muito bem, o governo no poder, deu notoriedade a certos evangélicos que matam de “vergonha alheia” a Igreja Militante, mas, não deu ao seguimento Conivente, representado pela bancada, dita, evangélica, o quinhão que este esperava abocanhar.

O governo, em questão, parece, de fato, estar sob tutela militar, como, inclusive, se desconfiou ter havido, desde o início do Golpe de 16, com o judiciário.

O que o Exército, que, ao intervir no Estado do Rio de Janeiro, aparentemente, nada fez contra os milicianos, sabe, a gente, talvez, desconfie, contudo, parece evidente que um aparato militar se estabeleceu no poder federal.

Daí, a tal bancada evangélica ficou a ver olivas!

A gente não sabe quanto tempo este presidente, que se sente em casa nos Estados Unidos, visita a CIA, órgão efetivo na consecução da geopolítica estadunidense; trai a todos os migrantes, entre eles muitos brasileiros, e à América Latina, em especial, apoiando o muro do apartheid americano; abre mão da reciprocidade diplomática, da soberania nacional e faz acordo com o México, destrutivo para a Indústria Automobilística brasileira, vai se aguentar no poder.

Uma coisa é certa, se o aparato militar se cansar de tanto “Non Sense”, assumirá o poder respaldado pelo que restou da Constituição, e a antiga religião, que sempre esteve no poder, voltará ao lugar de onde, de fato, nunca saiu, e à Igreja Evangélica Conivente restará a pecha de ter feito o serviço sujo, para que o Mal avançasse no Brasil.

Aos membros da Igreja Militante, onde me alisto, assim como a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, fica a defesa da fé, verdadeiramente, evangélica, a busca pelos irmãos e irmãs que estão se dando conta do engano e o engajamento pela volta do Brasil ao Estado de Direito, que, nesse momento, demanda luta pela libertação de Lula, preso político que encarna o efeito do mal que se abate sobre a nação.

Nosso luto vem do verbo lutar!

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