O ator, dramaturgo e cineasta Domingos Oliveira morreu neste sábado (23) aos 82 anos no Rio de Janeiro. O artista, que sofria de mal de Parkinson, morreu em casa enquanto escrevia no seu computador.
Nascido no Rio de Janeiro em 1935, Domingos Oliveira se formou em engenharia elétrica, mas foi na dramaturgia que fez sua carreira. Domingos costumava dizer que, embora formado em engenharia elétrica, não sabia nem consertar uma tomada, gostava mesmo de teatro e literatura. Sua primeira peça Somos Todos do Jardim de Infância, foi montada na década de 1960. A peça lançou a atriz Leila Diniz, sua esposa na época.
Começou a trabalhar como produtor na TV Globo na década de 60. Entre e idas e vindas na emissora, escreveu e atuou em várias produções, como As Noivas de Copacabana (1992) e JK (2006).
Em 1966 lançou no teatro a peça Todas as mulheres do mundo, com Leila Diniz e Paulo José, sua primeira produção que foi para o cinema. O filme ganhou uma série de prêmios, tornando-se a obra-prima do diretor. Foram 12 troféus somente no Festival de Brasília. Outras peças de teatro seguiram o mesmo caminho dos palcos para as telas de cinema. Todos roteirizados e dirigidos por ele: Separações (2002); e Amores (1998) — no teatro, a trama foi contemplada com o Prêmio Shell na categoria autor.
‘Todas as mulheres do mundo’, de 1966, estreia de Domingos Oliveira no cinema. Paulo José e Leila Diniz são os protagonistas do clássico. Foto: Divulgação
Autor de mais de 120 obras ao longo da carreira no teatro, no cinema e na TV, ele lançou em 2016 a autobiografia Vida minha (Record), com muitas páginas dedicadas às mulheres que marcaram sua vida, mas também a lances emocionantes, como a descoberta do mal de Parkinson, que o acompanhava há mais de duas décadas. Sou o que as mulheres que eu amei fizeram de mim — disse Domingos à época do lançamento do livro.
