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Bebianno desabafa em rede social: ‘O desleal, coitado, viverá sempre esperando o mundo desabar na sua cabeça’.

Sem citar Bolsonaro, Bebianno publica texto na madrugada deste sábado (16) em tom de desabafo e insinua que o presidente foi desleal: “A lealdade constrói pontes indestrutíveis nas relações humanas. E repare: quando perdemos por ser leal, mantemos viva nossa honra”, diz o trecho da mensagem.

Após uma semana conturbada, em que tentou articular sua manutenção no cargo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, deixará o governo.

Depois de uma dura conversa com o presidente Jair Bolsonaro, Bebianno recusou o convite para ocupar a diretoria de uma estatal e deve mesmo deixar o governo na segunda-feira (18). Bebianno considerou a oferta para ocupar um cargo menor na estrutura federal uma clara demonstração de “ingratidão”.

Na madrugada deste sábado (16), o ministro publicou em seu Instagram texto exaltando a lealdade.

“A lealdade constrói pontes indestrutíveis nas relações humanas. E repare: quando perdemos por ser leal, mantemos viva nossa honra”, diz o trecho da mensagem.

Sem mencionar o presidente Bolsonaro, a postagem diz que a lealdade “conduz os passos das pessoas que jamais irão se perder do caminho”, “nas turbulências” e “circunstâncias.”

“Uma pessoa leal, sempre será leal. Já o desleal, coitado, viverá sempre esperando o mundo desabar na sua cabeça”, encerra o texto.

Bebianno confessou a aliados estar “decepcionado” com o presidente. E classificou o episódio como um “tiro na nuca de um comandante em seu soldado”.

A decisão de Bolsonaro causou desconforto entre os aliados do governo.

Janaina Paschoal comentou no Twitter a decisão do presidente.

“Não tem cabimento um Presidente da República dizer que demitirá uma pessoa passados três dias. As admissões e demissões devem ser decididas e simplesmente comunicadas. Ademais, um líder precisa adotar critérios minimamente claros.”


“Se é verdade que Bebbiano está saindo por um eventual envolvimento com as supostas laranjas, outro membro da equipe citado em situação ainda mais problemática deve ser afastado também.”

“O Presidente saiu de uma cirurgia delicada, ainda está se recuperando. Todos entendemos e oramos por ele. Mas é preciso entender que não é possível conduzir o governo como a campanha. No governo, a caneta está na mão do Presidente, ele terá que assumir os ônus das decisões”, afirmou Janaina.

Na sexta-feira (15), o vice-presidente Hamilton Mourão criticou a atitude de Carlos Bolsonaro ao publicar nas redes sociais provocações a Bebianno.

“Diz a velha prática que roupa suja a gente lava no tanque da casa e não da casa dos outros. Esta crise está ligada às denúncias em relação aos gastos de campanha do PSL e a um certo protagonismo do filho do presidente que, no afã de defender o pai, interferiu levando as discussões e debates em rede social que acabam sendo de domínio público, o que não é bom”, afirmou o general.

 

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