Mais uma vítima morreu nesta quarta-feira (12) após ser alvejada no ataque a tiros na Catedral de Campinas nessa terça-feira (11). Heleno Severo Alves passou por uma cirurgia, mas não sobreviveu.
Outra vítima que estava internada, Jandira Prado Monteiro, teve alta.
Com a morte de Alves, o número de mortos chega a 6, contando com o suicídio do atirador, Euler Grandolpho.
A Polícia Civil divulgou trechos de um diário do Grandolpho, nos quais ele cita outros atentados com armas de fogo, como uma chacina em Fortaleza em janeiro e o Massacre de Realengo.
“Passei com o meu cão em frente uma construção ao lado de uma casa q. os moradores tem uma veterinária e uma delas gritou com ‘as paredes’: ‘e aí Ceará’, sobre o massacre ocorrido dias atrás. Ok. Hj, 31/01/18 passei por lá e falei alto com o celular desligado na orelha E AÍ REALENGO”, escreveu.
Em outro trecho ele escreve: “170 km/h foi condenado a 9,5 anos, qual será a pena p/ os viados q estão “ouvindo minha casa”, me perseguindo etc, etc, etc… há + de 10 anos? Uma viagem pelo mediterrâneo com direito a acompanhante com tudo pago ?????”
Grandolpho tinha 49 anos e era analista de sistemas, com formação em publicidade pela Unip de Campinas. Foi auxiliar no Ministério Público de São Paulo após ser aprovado em um concurso público e também foi dono de uma loja de motocicletas.
Segundo reportagem da Piauí, o atirador era filho de um bancário e uma dona de casa, e morava em Valinhos, cidade vizinha a Campinas.
Os familiares confirmaram que o atirador chegou a fazer tratamento para depressão e temiam que ele cometesse suicídio. O pai disse aos policiais desconhecer o fato de o filho ter armas. O atirador estava com duas armas, ambas com numerações raspadas, alvo das investigações nesta quarta-feira.
De acordo com a matéria, a família de Grandolpho foi descrita pelo padre de uma paróquia local como “muito devota” e “conhecida na região pela participação nas ações sociais e atividades pastorais”. Segundo o padre, o pai dele foi ministro de eucaristia [auxiliar do padre na hora de ministrar o sacramento] e frequentava a igreja semanalmente.
Grandolpho vivia em uma casa de 328 m2 – um dos sete imóveis doados pelos pais a seus quatro filhos em 2009. Homem de poucas palavras, levava uma vida discreta, segundo vizinhos.
A mãe de Grandolpho morreu em 2009 e em abril deste ano um irmão morreu de leucemia.