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Mata Pires Filho, neto de ACM e genro de Eunício de Oliveira, é preso pela Federal.

O dono da OAS, César Mata Pires Filho, alvo da 56ª fase da Operação Lava Jato, se entregou à Polícia Federal na noite desse domingo (25). O empresário teve a prisão temporária decretada na sexta-feira, 23, pela juíza federal Gabriela Hardt, mas estava nos Estados Unidos.

Pires Filho é acusado de participar do esquema de pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras e do Fundo Petros para a construção da Torre Pituba, sede da estatal em Salvador, quando era vice-presidente da OAS.

A procuradoria afirma que as empreiteiras OAS e Odebrecht distribuíram propinas de R$ 68 milhões. Segundo o MPF, parte do dinheiro também foi destinado ao Diretório Nacional do PT.

A prisão de César Mata Pires Filho arranha três gerações de caciques políticos do Nordeste. O preso é neto do falecido senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) e casado com Manuela, filha do senador Eunício de Oliveira (MDB-CE), atual presidente do Senado. Eunício era genro do influente deputado cearense Paes de Andrade (1927-2015) membro do “grupo autêntico” do PMDB e ex-embaixador do Brasil em Portugal entre 2003 e 2007. César Pires era filho do engenheiro César Mata Pires, fundador da empreiteira OAS, falecido em São Paulo em agosto de 2017, quando negociava acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato.

A 56ª fase da Lava Jato teve expedidos 68 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva e 14 mandados de prisão temporária, em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. As investigações apuram crimes de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta de fundo de pensão, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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