O aumento da incidência de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, como dengue, zika e chikungunya, é alarmante. Segundo o Ministério da Saúde, em 12 estados do país os casos de dengue aumentaram entre janeiro e outubro de 2018, se comparado ao mesmo período do ano passado. No Rio Grande do Norte o número saltou de 6 mil para mais de 21 mil.
Em sete estados, os registros de chikunguya também cresceram. No Rio de Janeiro, foram de 4 mil em 2017 para 35 mil neste ano.
A zika, por sua vez, aumentou em sete estados.
O crescimento dessas doenças não deve ser analisado como um fator isolado e é explicado pela falta de recursos destinados à Saúde – situação que se agrava com a PEC do Teto dos Gastos, aprovada no governo de Michel Temer. Quem diz isso é o infectologista Caio Rosenthal, médico no Hospital do Servidor Público Estadual e que trabalhou no Emílio Ribas, em São Paulo, durante 37 anos.
“Doenças como malária, tuberculose, sífilis e tantas outras que são chamadas de doenças negligenciadas também aumentam. São típicas de terceiro mundo, totalmente dependentes de recursos públicos para o seu controle. Recursos que deveriam ser investidas em estruturas básicas de saneamento, controle de água, campanhas massivas de vacinas, nutrição da população e fundamentalmente melhor assistência à saúde, cujos recursos destinados ao SUS estão ano a ano decaindo e em situação de subfinanciamento e miserabilidade. O SUS, que é a maior cobertura de saúde do mundo gratuita, vem sofrendo as consequências da PEC 95, aprovada no governo Temer há dois anos. Esse prognóstico é muito ruim, o subfinanciamento do SUS só vai trazer problemas e vai aumentar cada vez mais essas tais doenças negligenciadas”, diz Rosenthal.
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