Brasil

Ministério Público pede multa de R$ 100 mi para Havan por coação de funcionários

Procuradores querem punição para empresário por forçar voto em Bolsonaro. Segundo a ação, Luciano Hang teria ameaçado demitir funcionários se não votassem em Bolsonaro. 

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Santa Catarina pediu a cobrança de multas da empresa Havan e de seu dono, Luciano Hang, sob a acusação de coagirem funcionários a votar em Jair Bolsonaro (PSL). As indenizações, somadas, podem chegar a R$ 100 milhões. As informações são do blog do Sakamoto

A ação menciona que, em um dos atos de presença obrigatória para os trabalhadores, Hang “fez a defesa de seu candidato, constrangendo os funcionários da empresa a nele votarem, sob ameaças explícitas de fechamento de lojas e dispensa de empregados”.

O Ministério Público do Trabalho cita ainda que ele “realizava pesquisas eleitorais frequentes entre seus empregados para saber em quem irão votar, afirmando que a escolha de outro candidato que não o indicado por ele seria prejudicial ao país, à empresa e aos empregos dos colaboradores”.

Segundo os procuradores, “os réus valeram-se de sua condição de empregadores para impor sua opinião política a respeito dos candidatos à Presidência da República e para vincular, de maneira absolutamente censurável, a manutenção dos postos de trabalho de seus colaboradores, valendo-se de métodos humilhantes, vexatórios e, até mesmo, de pesquisas eleitorais obrigatórias sem qualquer respaldo em lei”.

Pelo menos 35 denúncias de empregados foram recebidas pela procuradoria. As enquetes sobre o voto para presidente eram feitas via computador, com a senha profissional, e o sistema da loja não era iniciado enquanto a pesquisa não fosse respondida, segundo os relatos.

A equipe também tinha que usar uma camiseta verde e amarela com os dizeres “O Brasil que nós queremos depende de nós”, considerada uma referência à eventual vitória de Bolsonaro.

Durante as investigações, de acordo com o MPT, foram ouvidos ex-funcionários “que corroboram as práticas assediadoras do empregador”.

Em nota, a assessoria de imprensa da Havan informou que não foi notificada do processo movido pelo MPT e que não teria como comentar o assunto.

 

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