Brasil

Colombiano ultraconservador será ministro da Educação

Pressionado pela bancada evangélica, Bolsonaro descarta reitor da UFPE e anuncia professor colombiano-brasileiro Ricardo Vélez Rodríguez, de Juiz de Fora, conhecido no meio acadêmico por postura de extrema direita considerada “caricata”. Vélez é o segundo ministro indicado por Olavo de Carvalho.

Mais uma vez pelo Twitter, Jair Bolsonaro anunciou na noite desta quinta-feira (22),o nome do futuro ministro da Educação. O filósofo Ricardo Vélez Rodríguez foi o escolhido.

Segundo tweet feito por Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez fez pós-doutorado na França nos anos 1990 e é professor da Escola de Comando e Estado Maior do Exército.

No início desse mês em seu blog, o então futuro ministro comentou o que seria necessário para melhorar a educação no país.

Ele menciona a necessidade de acabar com a doutrinação marxista alojada na estrutura de governo.

“(…) uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de “revolução cultural gramsciana”, com toda a coorte de invenções deletérias em matéria pedagógica como a educação de gênero, a dialética do “nós contra eles” e uma reescrita da história em função dos interesses dos denominados “intelectuais orgânicos”, destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em soma, do patriotismo.”
Atacou também o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), instituições que formulam políticas educacionais para o país.

“Na linha dos pre-candidatos ao cargo de ministro da Educação foram aparecendo, ao longo das últimas semanas, propostas identificadas, uma delas, com a perpetuação da atual burocracia gramsciana que elaborou, no INEP, as complicadas provas do ENEM, entendidas mais como instrumentos de ideologização do que como meios sensatos para auferir a capacitação dos jovens no sistema de ensino”.

Por fim defende: “‘Menos Brasília e mais Brasil’, inclusive no MEC. Essa seria a minha proposta, que pretende seguir a caminhada patriótica empreendida pelo nosso Presidente eleito”.

Vélez acredita que as escolas militares são excelentes locais de ensino “não por dinheiro, mas pelo patriotismo”. Sua postura é alinhada a de Bolsonaro que visa implementar as disciplinas de Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira nas escolas, uma das plataformas de sua campanha, assim como o Escola Sem Partido e a criação de mais escolas militares.

Segundo o professor Luis Felipe Miguel, em declaração ao DCM – Diário do Centro do Mundo, “uma olhada no seu currículo indica que sempre foi conservador, mas que – coincidência ou não – se radicalizou e assumiu um discurso tão caricato só quando essas posturas começaram a render vantagens.”

Um dos desafios da pasta é a renovação do Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, que é hoje é a principal fonte para o pagamento dos professores da rede pública em todo o país e ainda pode ser usado para a manutenção de escolas e capacitação dos docentes.

A validade do Fundo termina em 2020. No ano passado, ele repassou, segundo o Tesouro Nacional, mais de R$ 145 bilhões para estados e municípios.

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