A futura ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro, Tereza Cristina (DEM-MS), concedeu incentivos fiscais ao grupo JBS na mesma época em que manteve uma “parceria pecuária” privada com a empresa.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a deputada arrendava uma propriedade sua em Terenos (MS) aos irmãos Joesley e Wesley Batista para a criação de bois, enquanto ocupava o cargo de secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção do Mato Grosso do Sul.
Os documentos assinados por Tereza foram entregues pelos delatores da JBS em 2017, em acordo de delação premiada os executivos da empresa com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Tereza foi secretária do agronegócio do governador André Puccinelli (MDB-MS) de 2007 a 2014, que foi preso em julho pela Operação Lama Asfáltica da Polícia Federal sob acusação de corrupção.
Segundo os delatores da JBS, durante a gestão de Puccinelli o governo concedia incentivos fiscais para empresas que queriam construir ou ampliar fábricas. A JBS conseguia do governo o acordo para obtenção do crédito e, em troca, acertava com o operador de Puccinelli, Ivanildo Miranda, o pagamento de propina que variava de 20% a 30% do valor obtido com os créditos.
A futura ministra de Bolsoanro recebeu doação eleitoral da JBS no valor de R$ 103 mil para sua primeira campanha a deputada federal.
Quem é Tereza Cristina
Eleita deputada federal em 2014, é a presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e líder da bancada na Câmara.
A deputada é engenheira agrônoma e ganhou neste ano o apelido de “musa do veneno”, por sua atuação em defesa do projeto de lei 6299/02, que flexibiliza as regras de utilização de agrotóxicos no País, conhecido como PL do Veneno. O PL foi aprovado em junho por uma comissão especial presidida por Tereza Cristina na Câmara e ainda precisa passar pelo plenário.
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