À redação de O Globo.
Em face da reportagem sobre meus pais, Olga Benario Prestes e Luiz Carlos Prestes, publicada hoje, 18 de novembro de 2018, em O Globo, devo declarar o seguinte:
Conforme disse ao autor da reportagem, José Casado, em telefonema que este me fez no dia 15 p.p., as referidas cartas – dentre as quais, segundo esse jornalista, só há dez da minha mãe – são cópia, ou podem ser em alguns casos originais, da correspondência do meu pai durante os nove anos de sua prisão no Rio de Janeiro, que se encontra arquivada no Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ).
Segundo o mesmo jornalista, essas cartas estão reproduzidas no livro “Anos Tormentosos. Luiz Carlos Prestes: correspondência da prisão (1936-1945)” organizado por mim e Lygia Prestes. A exceção – um bilhete de Olga informando ao meu pai que estava grávida – se encontra junto com outros bilhetes no Anexo do Prontuário nº 1675 de Olga Benario ou Maria Prestes (caixa 2231).
Não há, portanto, ineditismo nessas cartas, todas conhecidas de quem se interessou pelo tema, pois estão disponíveis em arquivo público e, em sua quase totalidade publicadas em livro há mais de 15 anos.
Por uma questão de honestidade, diante dos leitores de O Globo, confio que esta mensagem seja publicada em suas páginas com o mesmo destaque que mereceu a referida reportagem.
Anita Leocadia Prestes
