Cultura

“Tito e os Pássaros”: um filme sobre como vencer as sombras do medo

Em entrevista ao Nocaute, o diretor brasileiro Gustavo Steinberg fala sobre a animação que já está entre os 25 pré-indicados para concorrer ao Oscar de melhor animação em 2019.

Correspondente do Nocaute em NYC

A aventura de um menino que tem que salvar o mundo de um grande problema. “Tito e os Pássaros” é uma animação pertinente para os tempos que vivemos. Uma história de quando o mundo está conturbado e dominado pelo surto do medo, estabelecido e alimentado pela mídia.

Quando o filme começou a ser pensado, há oito anos, o presidente dos Estados Unidos sequer era candidato, mas o cineasta Gustavo Steinberg revela que foi o próprio Donald Trump uma das grandes referências utilizadas para a construção de um dos principais personagens da animação.

“Tito e os Pássaros” já está entre os 25 pré-indicados para concorrer ao Oscar de melhor animação em 2019. Vencedor do Anima Mundi deste ano, a película estreou em competição no International Annecy Animation Film Festival 2018 com grande entusiasmo do público. Nas últimas semanas, o Toronto International Film Festival 2018 abriu as portas pela primeira vez para uma animação brasileira. Nos Estados Unidos, um dos mercados mais exigentes do cinema no mundo, “Tito e os Pássaros” foi exibido na Animation Is Film em Los Angeles e, no último final de semana, em Nova York. Mas somente no início do ano que vem estreia de fato nos cinemas do Brasil e do mundo.

Delicadeza necessária

Tito e os Pássaros” é um filme infantil delicado e necessário. Necessário porque nos coloca diante da cultura do medo e nos faz refletir sobre como isso tem afetado as crianças – e não apenas elas, mas nosso cotidiano social. O medo, amigos, como nos ensina o pai de Tito, se pega pelas ideias. Necessário por sua plasticidade, beleza estética (que bebe no Expressionismo alemão) e que vem chamando atenção de grande crítica. Importante porque dentro dessa aventura somos conduzidos por uma impecável trilha sonora original assinada por Gustavo Kurlat e Ruben Feffer.

Além de Steinberg, “Tito” também tem direção de Gabriel Bitar e André Catoto; e conta com Denise Fraga e Matheus Nachtergaele (dando vida aos pais de Tito); Mateus Solano (interpretando o vilão Alaor Souza) e o menino Pedro Henrique (que encarna o personagem principal).

Enquanto o filme não chega às telonas, o espectador pode se divertir com o jogo que foi lançado recentemente e que ensina as crianças a entenderem o funcionamento das fake news (como elas são produzidas e como identificá-las). O site do game, que é gratuito, é super didático e conta com um material complementar para pais e professores de como trabalhar o tema com a meninada.

Steinberg, que também é cientista social e político, conversou com Nocaute antes da premier em NYC. Confira a seguir:

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