País árabe cancelou visita em retaliação a declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro de que iria transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Jair Bolsonaro (PSL), não quis responder pergunta feita pelo jornal Folha de S. Paulo sobre o cancelamento de uma visita que seria feita pelo governo brasileiro ao Egito.
“Não, outro assunto, outra pergunta aí”, disse o capitão reformado.
Após a insistência dos repórteres para que ele comentasse o tema, ele continuou se negando a responder: “Outra pergunta, vamos embora”, disse, ao dar as costas e interromper a entrevista na saída do Ministério da Defesa.
O governo egípcio cancelou uma visita que o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, faria ao país árabe. O chanceler brasileiro desembarcaria nesta quarta-feira (7) e cumpriria uma agenda de compromissos entre os dias 8 e 11 de novembro.
Formalmente, a mudança foi justificada pelo Egito por uma mudança na agenda de autoridades do país.
Como este tipo de cancelamento de última hora não é comum na diplomacia, o gesto foi visto como retaliação por membros da chancelaria brasileira a declarações de Bolsonaro sobre política externa.
Ele prometeu, logo depois de eleito, transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, o que desagrada a comunidade árabe.
Especialistas na área alertam que uma atitude como essa pode pôr em risco o relacionamento do Brasil com a Liga dos Países Árabes que mantém fortes relações comerciais com o Brasil.
Juntos, os países árabes são o segundo maior comprador de proteína animal brasileira. Em 2017, as exportações somaram US$ 13,5 bilhões e o superávit para o Brasil foi de US$ 7,17 bilhões.
Mais Nocaute:
Esta eleição foi a disseminação do engano e a vitória do enganador
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