Em entrevista ao Jornal Nacional, Fernando Haddad apresenta em poucas linhas os principais pontos de seu plano de governo. Para o candidato, é dever do estado gerar empregos e oportunidades educacionais. Leia a íntegra da fala do presidenciável:
Renata e Bonner, é uma grande satisfação estar com vocês esta noite, telespectador, cidadão e cidadã brasileiros.
É uma grande satisfação estar no segundo turno com o seu apoio. É uma honra participar de um segundo turno de uma eleição presidencial, situação em que nós vamos poder confrontar apenas dois projetos – vai ficar muito mais claro para você a natureza de cada um dos projetos.
Nós, do lado da social democracia, do estado de bem estar social, que garante o direito do cidadão, que garante o direito do trabalhador, que cumpre a constituição de 1988 e que ampliou as possibilidades e as oportunidades. Um projeto que visa gerar empregos e oportunidades educacionais.
Conforme eu tenho dito ao longo dessa campanha – eu que tenho apenas 20 dias de campanha e consegui atingir 29% dos votos, mais de 30 milhões de brasileiros e brasileira confiaram no nosso projeto – eu tenho dito que uma pessoa tem que acordar e ter para onde ir, é como eu aprendi com o meu pai.
Isso exige do poder público oportunidades de emprego e de educação. É carteira de trabalho assinada em uma mão e um livro na outra. Espírito desarmado no desejo de promover desenvolvimento com inclusão social.
Nós não podemos pensar em outra natureza de desenvolvimento. Desenvolvimento para poucos não é desenvolvimento, a economia pode até crescer mas ela não vai se estabelecer.
O verdadeiro crescimento que nos interessa é aquele compartilhado com todos os brasileiros sobretudo com os mais vulneráveis.
É esse o projeto de Brasil que nós queremos defender nesse segundo turno e o faremos com muita responsabilidade e com muito respeito a você eleitor e eleitora.
Nós revimos o nosso posicionamento. Nós vamos fazer as reformas devidas por emenda constitucional.
Quais delas?
Em primeiro lugar a reforma tributária.
No Brasil quem sustenta o estado é o pobre, infelizmente. Quem paga mais imposto proporcionalmente à sua renda é o pobre e os muito ricos não pagam absolutamente nada, pagam uma proporção muito pequena da sua renda.
Essa reforma tributária será feita por emenda constitucional que prevê, inclusive, a isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco salários mínimos. Uma proposta defendida por nós desde janeiro de 2018 e que contempla o nosso plano de governo.
Segunda reforma importante é a reforma bancária.
Não é possível continuar convivendo com essa concentração de bancos com as taxas de juros que eles cobram do empresário que quer produzir e do consumidor que quer comprar no crediário.
Se nós fizermos com que o juro baixe, o lucro do empresário, sendo maior que o juro, as pessoas vão voltar a investir e vão voltar a contratar.
E se nós diminuirmos os impostos da classe média e dos mais pobres, eles voltaram ao mercado de consumo e exigiram dos empresários que contratem força de trabalho para produzir mais.
Essas duas medidas são essenciais para a retomada do crescimento e vão ter que ser feitas por emenda constitucional.
A terceira emenda constitucional importante é o fim do congelamento de gastos que afetou drasticamente o investimento.
Sobre a segunda pergunta, o ex-ministro não participa da minha campanha, não participará do meu governo e eu discordo da formulação dessa frase.
Para mim a democracia está sempre em primeiro lugar.
Eu queria agradecer, Renata e Bonner, pela oportunidade de reiniciar esse segundo turno na presença de vocês, podendo conversar com o eleitor e com a eleitora, pedindo a todos que acompanhem essas três semanas.
Nós queremos, respeitosamente, pedir a sua compreensão o seu apoio e a sua atenção para que você vote conscientemente.
Muito obrigado.
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