Agora que nós estamos chegando no momento decisivo das eleições as ansiedades estão chegando a um ponto de máxima. Estou vendo muita gente nervosa, se indagando sobre o que vai acontecer. E o que eu posso dizer é o seguinte: se o Bolsonaro ganhar, isso não é o apocalipse. E se o Haddad ganhar, isso não é o paraíso.
Qualquer hipótese, o que vai restar é um país extremamente conturbado, dividido, com as questões sociais aflorando para tudo quanto é lado, com imenso desemprego. E todas as questões que a gente já está careca de saber.
Em qualquer hipótese o que nós temos que fazer?
As organizações dos trabalhadores, a Central Única dos Trabalhadores, os Sindicatos, os Movimentos Sociais, nós temos que desde já iniciar um processo de preparar um programa de mobilizações, uma plataforma de reivindicações.
E qualquer que seja o governo eleito, qualquer um, nós vamos ter que organizar todo esse movimento sindical, social, a juventude, os estudantes, as mulheres para lutar pelas nossas reivindicações, porque o que vem aí são reformas bravas.
O ataque vem fulminante. O imperialismo não está para brincadeira e nós estamos vendo isso.
É claro que se o Bolsonaro ganhar, as coisas vão ser muito piores. Por exemplo, o Bolsonaro ganhando, essa é minha opinião, a Venezuela vai ser o próximo alvo do ataque do imperialismo. Porque um governo do Bolsonaro tem tudo para ter uma espécie de aliado incondicional dos Estados Unidos em um ataque à Venezuela, arrastando com ele a Colômbia e outros países da América do Sul.
Eu acho também que o Bolsonaro ganhando vão multiplicar as pressões para que o Brasil reconheça Jerusalém como a capital do Estado de Israel. E outras barbaridades desse tipo.
O que nós podemos fazer?
Ficar nervoso, ansioso não adianta nada. O que nós temos que fazer é iniciar desde já um processo de organização dos trabalhadores, das mulheres, da juventude, dos sindicatos, dos movimentos sociais.
Isso que pode armar a gente como uma defesa contra o eventual governo do Bolsonaro ou outro governo que vier. Porque nós vamos precisar das nossas próprias forças.
O Marx já cansou de ensinar: os trabalhadores só podem confiar nos próprios trabalhadores e em ninguém mais.
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