Brasil

Contra o fascismo é Lula ou nulo

O que está se montando é uma grande farsa em que a vontade popular está sendo frustrada, a vontade popular está sendo negada, com a ausência do Lula nestas eleições.

A proximidade das eleições mostra cada vez mais que existe uma polarização muito forte na sociedade brasileira. Só que essa polarização não tem nada a ver com aquilo que a mídia quer mostrar.

O que a mídia quer mostrar? Que as eleições vão colocar frente a frente a velha disputa entre PT (agrupando a esquerda o PSB, etc) e o PSDB (junto com o centrão).

E assim as coisas voltam, aparentemente, ao normal.

Mas não é isso o que está acontecendo. Está acontecendo uma coisa muito mais perigosa.

A verdadeira polarização está sendo representada pelas duas únicas figuras que mostraram constância nas pesquisas de intenção de voto durante todo o tempo. De um lado Lula e do outro lado Bolsonaro, e não o PSDB.

Bolsonaro, que representa os setores neofascistas da profundidade da sociedade brasileira, setores que são constituídos pela classe média magoada, rancorosa, que não quer ver a empregada doméstica pegando vôo para Paris, que não quer ver os filhos da classe C indo para a universidade.

Aquela classe média absolutamente preconceituosa junto com setores do operariado, do proletariado, que estão com medo, que estão assustados com o desemprego, com a falta de perspectiva e isso tudo compõe o caldo de cultura do neofascismo no Brasil.

É isso que está em questão.

De um lado a esquerda toda, a parte progressista, sadia, combativa e transformadora da sociedade brasileira, agrupada em torno da figura do Lula. Do outro lado o neofascismo, agrupado em torno da figura do Bolsonaro.

Isso não vai ser resolvido pelas eleições.

O que está se montando é uma grande farsa em que a vontade popular está sendo frustrada, a vontade popular está sendo negada, com a ausência do Lula nestas eleições.

Quando a mídia quer mostrar que existe uma polarização entre PSDB e PT, ela está encobrindo o fato de que na verdade essas eleições não vão acontecer. Porque se o Lula não concorrer será uma farsa.

Isso não vai resolver nenhuma polarização que está existindo na sociedade brasileira, ao contrário.

A pessoa que está sendo cotada como grande representante da direita nas eleições, que é o governador Geraldo Alckmin, tem um plano de governo que é o grande responsável pela situação que o Brasil se encontra hoje. Se ele vencer as eleições continuará aplicando esse plano de governo, que é o fim da previdência social, o fim de qualquer garantia trabalhista. Enfim, Alckmin vai colocar a sociedade brasileira em um buraco muito maior do que aquele que ele já se encontra e, por tanto, instigar uma polarização que tende a aumentar e a crescer, fortalecendo um desses pólos que é o neofascismo.

O que está em questão hoje nas eleições no Brasil, é a luta contra o neofascismo. É a luta contra o Bolsonaro. Não podemos cair na ilusão de que existe uma polarização entre PT e PSDB e que isso irá se resolver no voto. Não vai! Porque mesmo depois das eleições essa polarização vai continuar.

A grande questão hoje para os trabalhadores, para a juventude que quer enfrentar o neofascismo e não quer permitir que esse câncer cresça na sociedade brasileira, é o seguinte: o que fazer agora?

Nós vamos confiar o nosso voto a um sucedâneo do Lula? Alguém que eventualmente pode ser indicado pelo Lula, para representá-lo, e vamos cair no conto do vigário e vamos cair na farsa.

Ou nós vamos dizer: não! Nós queremos uma democracia real, nós não vamos cair nesse conto da mídia, nós não vamos cair no conto do vigário. Nós queremo o fim do neofascismo, nós queremos uma democracia real no Brasil.

Não há democracia real se a vontade popular for fraudada. Não há democracia real se o Lula não participar das eleições.

Para sintetizar eu diria: ou é Lula ou é nulo.

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  1. Avatar

    Foi sob essa falácia do voto nulo que a classe média carioca acabou elegendo o Crivella. Lula livre/candidato só é viabilizável com mobilização popular. Quem está disposto?
    Esse conversê de anular voto como forma de protesto é postura tão ou mais covarde quanto acreditar que devemos confiar na institucionalidade para devolver o Lula ao povo.

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