Pesquisadora se propõe a compreender o crescimento da direita no Brasil, em especial a extrema direita, simbolizada no pensamento do candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro.
* Esther Solano Gallego é Professora Doutora da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e do Mestrado Interuniversitário Internacional de Estudos Contemporâneos de América Latina da Universidad Complutense de Madrid. Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Complutense de Madri. Associada ao grupo de pesquisa Laboratório de Análises Interdisciplinares e Análise da Sociedade (Unifesp).
A professora Esther Solano divulgou uma pesquisa que busca entender o crescimento da extrema direita no brasil. A publicação apresenta os resultados de uma série de entrevistas feitas com simpatizantes do candidato a Presidência da República, Jair Bolsonaro.
De acordo com os entrevistados, Bolsonaro representa o tipo do político honesto em contraposição à “classe política corrupta”. Eles consideram que o “cidadão de bem” estaria desprotegido e o criminoso estaria superprotegido pelo Estado.
Segundo a amostra, políticas públicas como Bolsa Família ou cotas raciais universitárias são negativas, porque fomentam a preguiça, o clientelismo e fazem do cidadão alguém passivo, que parasita o Estado. O self-made man é o modelo de sucesso.
Minorias como, o movimento negro, o movimento feminista ou o movimento LGBTQIA, são, para os apoiadores de Bolsonaro, grupos que sofrem preconceito, sim, mas estão abusando de seus direitos. Utilizam-se da vitimização para obter regalias do Estado e abalar os cidadãos que não pertencem a essas minorias.
A pesquisa, financiada pela Fundação Friedrich Ebert, descobriu que os jovens identificam o Bolsonaro como rebelde, como uma opção política que se comunica com eles e se contrapõe ao sistema, como uma proposta diferente. Votar nesta nova direita, que se apresenta de uma forma cool, disfarçando seu discurso de ódio em formas de memes e de vídeos divertidos na internet, é para esse jovens uma forma de rebeldia, de se opor ao sistema vigente.
Vários dos entrevistados dizem ter votado no PT nos seus dois primeiros mandatos. Hoje, essas pessoas adotam um forte discurso antipetista, fundamentado na retórica da corrupção do PT e na rejeição a muitas de suas políticas sociais, das quais alguns já foram beneficiados.
Leia a íntegra da pesquisa clicando aqui.
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José says:
Em tempo real, quem sabe!? Minas pode nortear o País!!! Nocaute de parabéns, e continuados. Saravá.