Sob a alegação de ser uma peça ofensiva “à dignidade da fé cristã” o juiz Luiz Antonio de Campos Júnior, atendeu a um pedido que vem sendo feito já há alguns dias por congregações religiosas, políticos e pelo TFP (Tradição, Família e Propriedade).
A obra que retrata um Jesus Cristo, nos dias de hoje, encarnado na pele de uma mulher transexual, criada pela dramatuga escosesa e transexual Jo Clifford, foi impedida de acontecer no SESC Jundiaí após a decisão judicial.
O argumento utilizado para o impedimento da exibição foi de que: “a referida exibição vai de encontro à dignidade cristã, posto apresentar Jesus Cristo como um transgênero, expondo ao ridículo os símbolos como a cruz e a religiosidade que ela representa”. O pedido de antecipação de tutela foi ajuizada por Virgínia Bossonaro Rampin Paiva contra o Sesc Jundiaí.
A companhia de teatro publicou nota oficial em sua página do Facebook:
“Com pesar e indignação comunicamos o cancelamento do nosso espetáculo, que aconteceria hoje no Sesc Jundiaí. O cancelamento aconteceu devido à liminar concedida pelo juiz Luiz Antonio de Campos Júnior, atendendo a um pedido que vem sendo articulado há alguns dias por congregações religiosas, políticos e pelo TFP (Tradição, Família e Propriedade).
Citando a autora da peça, Jo Clifford, isto prova a importância do trabalho e como ele se faz necessário hoje no Brasil: o país que mais assassina travestis e transexuais no mundo.
A tristeza é grande, mas o desejo de continuar também. Agradecemos o apoio do Sesc, que acolhe nosso trabalho desde a sua estréia, e daremos mais informações em breve.
“Abençoada sejas se abusam de você ou te perseguem. Isso significa que você está trazendo a mudança. E abençoados sejam aqueles que te perseguem também. O ódio é o único talento que têm, e não vale nada”.
E continuaremos na estrada temos apresentações já agendadas no @sescsantoamaro @sescsantoandre @sescjundiai @sescriopreto”
A diretora do espetáculo Natalia Mallo concedeu entrevista à Mídia NINJA na madrugada do sábado posterior à proibição
De acordo com o Estadão, em sua decisão final, o juiz proibiu o Sesc de apresentar a peça na sexta-feira, 15, ou em qualquer outra data, sob pena de multa diária de R$ 1 mil. “As circunstâncias jurídicas alegadas (…) corroboram o fato de ser a peça em epígrafe atentatória à dignidade da fé cristã, na qual Jesus Cristo não é uma imagem e muito menos um objeto de adoração apenas, mas sim o filho de Deus”, escreve o juiz.
O juiz afirma que “não se olvida a liberdade de expressão”, “mas o que não pode ser tolerado é o desrespeito a uma crença, a uma religião, enfim, a uma figura venerada no mundo inteiro.”
“De fato, não se olvide da crença religiosa em nosso Estado, que tem Jesus Cristo, como o filho de Deus”, diz ainda a decisão. “Em se
permitindo uma peça em que este homem sagrado seja encenado como um travesti, a toda evidência, caracteriza-se ofensa a um sem número de pessoas.”
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JOHN JAHNES says:
Bandidos de togas atacam agora de bandidos religiosos.
Santa ignorância.
Não haverá deus que perdoará esses imbecis
Nosso judiciário está abaixo da linha do fundo do poço, e muito sujo.
Jorge Moraes says:
Vivem disso. Vivemos tempos de infâmia. A intolerância como profissão. Eles concedem liminar. Mas ao que parece, o que querem mesmo é eliminar.