Brasil

Janot denuncia ministro de Temer, Blairo Maggi, e mais cinco lideranças do PMDB

O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e contra o ex-presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-presidente da República José Sarney (PMDB) e os senadores Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Valdir Raupp (PMDB-RO). O motivo seria a participação dos políticos em um esquema de corrupção da Transpetro (Petrobras Transporte S.A), no qual teriam cometido os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A origem da denúncia foram as delações premiadas do ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, de Luiz Fernando Maramaldo, sócio da NM Engenharia, e do executivo da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis. A denúncia inclui ainda outras quatro pessoas.
 

Fonte: Uol


 
“Os dados mostram que os estados de alguns dos membros do PMDB que são alvo da Operação Lava Jato receberam em 2010 e em 2014 recursos em montante desproporcional ao tamanho do eleitorado”, afirma Janot na denúncia. Segundo o procurador-geral, “o esquema criminoso na Transpetro apresentava o mesmo desenho estrutural e finalidades daquele estruturado no âmbito da Petrobrás”.
 
Para Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado que defende Romero Jucá e José Sarney, a denúncia é baseada “em delação desmoralizada do senador Sérgio Machado”: “Nós entendemos que quase certamente, inclusive quando a PF terminou o inquérito na primeira fase relativa à delação do Sergio Machado, ela recomendou à delegada que o Sergio Machado perdesse os benefícios, não existe nenhum motivo para fazer essa denúncia tecnicamente falando, o que existe é a palavra de um delator desmoralizado, um delator que, ele sim, talvez tenha cometido crime ao gravar ilegalmente e de forma imoral o senador Sarney e o senador Jucá”, afirma o advogado em nota. Já Luiz Henrique Machado, que defende Renan Calheiros, afirma: “trata-se de denúncia inepta e despida de justa causa”. “A acusação é calcada em declarações de delatores que faltam nitidamente com a verdade perante a justiça. Denota-se, com facilidade, que a denúncia sequer reuniu indícios mínimos de prova que dessem suporte as afirmações dos delatores”. Afirmações semelhantes foram dadas pelos senadores Valdir Raupp e Garibaldi Alves Filho, repudiando e apontando inconsistências nas delações.
 
Ministro da Agricultura de Temer denunciado
 
Janot também pediu ao Supremo Tribunal Federal abertura de inquérito contra o Ministro Blairo Maggi. Há poucos meses Maggi teve seu nome envolvido em uma ação que culminou na apreensão de 653 quilos de cocaína. Um bimotor contendo a droga e interceptado pela FAB, decolou da Fazenda Itamarati Norte, em Campo Novo do Parecis (MT), propriedade do Grupo Amaggi, do ministro da Agricultura.

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters


 
 
 
 
O procurador-geral Rodrigo Janot, atribuiu ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ‘a função de liderança mais proeminente na organização criminosa’ delatada pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB).
 
O ministro da Agricultura é alvo da Operação Ararath, deflagrada em 2014, para investigar desvio de recursos públicos no Governo de Mato Grosso. Janot atribui ao ministro ‘tentativas de interferir’ na Ararath entre 2014 e 2017.
 
O procurador citou o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Geraldo Riva.
 
“Entre os agentes políticos, destaca-se a figura de Blairo Borges Maggi, o qual exercia  incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa, embora se possa afirmar que outros personagens tinham também sua parcela de comando no grupo, entre eles o próprio Silval Barbosa e José Geraldo Riva.”
 
À imprensa o ministro de Temer afirmou lhe causar “estranheza e indignação que acordos de colaboração unilaterais coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão, cargos na administração pública.”
 
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de um inquérito para apurar organização criminosa que se instalou na alta cúpula do governo do Mato Grosso, de acordo com o relato de Janot.
 

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