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Romero Jucá (Foto: Lula Marques/Agência PT)
A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), acusado por crimes na Operação Zelotes.
O caso está sob segredo de Justiça e por isso não há detalhes sobre os crimes de que Jucá é acusado.
A Operação Zelotes apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal de recursos da Receita Federal.
O inquérito está sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, relator da Zelotes no Supremo. Caberá a ele notificar o acusado para apresentar resposta à denúncia e levar o inquérito para julgamento na segunda Turma do STF, que decidirá se ele vira ou não réu na Zelotes.
Em 2016, Lewandowski autorizou a abertura de inquéritos para investigar Jucá. Foi o resultado dessas investigações que embasaram a denúncia da PGR.
Romero Jucá era ministro do Planejamento do governo de Michel Temer, e precisou deixar o cargo em maio, depois de divulgada a conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, mostrando sua atuação para que a Operação Lava Jato fosse freada.
Jucá sugeria a Sérgio Machado uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” representada pela Operação.
MACHADO – Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ – Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ – Com o Supremo, com tudo.
MACHADO – Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ – É. Delimitava onde está, pronto.
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