Um dos acordos de delação premiada que podem trazer novas informações sobre crimes cometidos pelo presidente Michel Temer pode ser firmado nos próximos dias, segundo reportagem do jornal O Globo publicada nesta terça-feira (15).
Procuradores da Operação Lava Jato devem se reunir com advogados para acertar os detalhes finais do acordo de delação do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, aliado do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e podem anunciar se aceitam ou não os termos da delação sugeridos pela defesa. As revelações de Funaro podem complicar a situação de Temer e de deputados federais do PMDB.
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Se a proposta for aceita, Funaro deve começar a depor imediatamente sobre cada um dos casos de corrupção sobre os quais prometeu falar.
As novas revelações podem atingir Temer direta ou indiretamente. Em depoimento no início do mês de julho à Polícia Federal, Funaro reforçou parte das acusações do empresário Joelsey Batista contra o presidente. Ele confirmou que o ex-ministro Geddel Vieira Lima atuava como interlocutor de Batista no governo.
A substituição de Geddel pelo ex-assessor Rodrigo Rocha Loures na intermediação dos interesses da JBS teria sido um dos motivos centrais da conversa entre Batista e Temer no Palácio do Jaburu, em 3 de março, de acordo com a reportagem. A conversa, gravada por Batista, é o ponto de partida da delação do empresário e de mais seis executivos da JBS contra Temer e outros políticos.
Funaro deverá também falar sobre a intermediação de um repasse de R$ 4 milhões da Odebrecht para o PMDB de São Paulo a pedido de Temer. Os R$ 4 milhões fariam parte de um total de R$ 10 milhões acertados por Temer, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e o executivo Cláudio Melo Filho no Palácio do Jaburu, na fase da pré-campanha eleitoral de 2014.
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