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Lula: o golpe só fecha se eu não puder ser candidato em 2018

A condenação de Sergio Moro é uma tentativa de acabar com a força política de Luiz Inácio Lula da Silva e de tirá-lo da disputa eleitoral pela presidência em 2018. É o que afirmou nesta quinta-feira (13/7) o ex-presidente, em sua primeira declaração pública depois de divulgada a decisão do juiz.
“Eu sempre tive consciência de que o golpe não fechava se o Lula pudesse ser candidato. A sentença tem um componente político muito forte (…) Sinto que há uma tentativa de me tirar do jogo político”, afirmou Lula.
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O penúltimo prego no caixão da democracia brasileira foi cravado ontem pelo juiz Sergio Moro.
Presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, ele recebeu a imprensa na sede do diretório nacional, em São Paulo, acompanhado pela militância e por representantes de movimentos sociais.
Lula informou que a defesa vai recorrer em todas as instâncias, porque, no processo, o juiz não considerou as provas de inocência apresentadas pelos advogados, enquanto citou reportagens. “A Justiça não pode mentir, não pode tomar decisões políticas”, disse.
O ex-presidente disse ser vítima de um grupo de pessoas que contaram uma vez uma mentira e que, por isso, precisarão passar a vida inteira reproduzindo a mesma mentira.

Ex-presidente Lula em entrevista coletiva (Foto: Ricardo Stuckert)


“Você não pode me absolver, não tem como. O que vocês já falaram até agora, o que a imprensa já falou até agora – só no Jornal Nacional foram 20 horas”, afirmou, referindo-se a Sergio Moro. “-Vocês vejam que os tucanos não aguentaram uma capa de revista”, completou.
Segundo Lula, sua condenação já era esperada, porque este era o discurso público de Sergio Moro, e citou um artigo seu publicado na Folha de S.Paulo, na seção Tendências e Debates. “Estão condenados a me condenar. Se não me prenderem, serão eles os desmoralizados pela opinião pública”.
“A única prova que existe nestas páginas é a prova da minha inocência. Eu queria fazer um apelo à imprensa, ao povo brasileiro, se alguém tiver alguma prova contra mim, por favor, diga, mande para a Justiça, para a Suprema Corte. Eu ficaria mais feliz se eu fosse condenado por uma prova. Se eles me desmascararem”.
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“Eu queria que vocês pensassem um pouco na sentença do Moro. Porque o Moro tem, para comigo, um otimismo que nem eu tenho. Porque, pela peça de condenação, de 19 anos sem exercer nenhum cargo, significa que ele está pensando que posso sem candidato em 2036. Isso significa que eu vou viver e vocês vão ter que me suportar muito”, disse Lula.
O ex-presidente disse ser um homem que acredita nas instituições brasileiras e falou do esforço feito durante os governos do PT para fortalecê-las. “Eu quero uma política federal forte, um ministério forte. Essas instituições fortes são a garantia da democracia no país”.
É a garantia diante de pessoas que se sentem insubstituíveis e querem governar de maneira autoritária, argumentou Lula. “Por isso, as pessoas que estão nestas instituições precisam ser mais responsáveis”.
O ex-presidente questionou os acordos de delação premiada: “O cara está preso e pensa “o que tenho que dizer é apenas que o Lula sabia”? Assim foi com o Leo, assim foi com outros”.
Com a sede do PT lotada, Lula falou ao lado de um de seus advogados, Cristiano Zanin, do escritor Raduan Nassar, a presidente do PT, senadora Glesi Hoffmann, e da deputada federal do PCdoB Jandira Feghali (RJ).
O ex-presidente agradeceu nominalmente sua equipe de defesa, os militantes que estavam presentes e cumprimentou “o pessoal do Jornal Nacional, que me trata com tanta deferência”.
Gleisi: Eleição sem Lula não é eleição, é fraude
Falou também a presidente do PT, senadora Glesi Hoffmann, afirmando que um processo eleitoral sem a participação de Lula é uma fraude. “Não aceitaremos um processo eleitoral em que a maior liderança popular neste país esteja impedida de participar”, afirmou a senadora.
Para Gleisi, Moro ficou refém das promessas de condenação feitas à imprensa e criticou o momento em que a condenação foi anunciada – um dia após a aprovação da reforma trabalhista pelo Senado.
“Não vamos abaixar a cabeça, vamos enfrentar este momento e enfrentar a sentença política do juiz Sergio Moro. Estão condenando o presidente por convicções. Isto atenta contra a democracia. Como eu disse, essas injustiças sempre nos dão mais força para enfrentar o que está por vir”, declarou Gleisi.

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  1. Avatar
    Marcos Sannuto says:

    É isso meu presidente como dizia o Zagalo eles vão ter que nos engolir , em 2018 estaremos de volta pra botar esse pais onde ele merece , e essa corja golpista vai estar na lata de lixo da história.

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