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Foto: Lula Marques
Um dia após o protesto contra Michel Temer ser duramente reprimido em Brasília, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entregou à Câmara dos Deputados o pedido de impeachment do presidente, além de pedir sua inelegibilidade para qualquer cargo público por oito anos.
A entidade acusa Temer de prevaricação, o que caracterizaria crime de responsabilidade. A OAB argumenta que o presidente também violou o decoro ao receber no Palácio do Jaburu o empresário Joesley Batista, dono da JBS, um dos investigados na Operação Lava Jato.
O presidente da entidade, Cláudio Lamachia, disse que, mesmo sem a comprovação da vericidade dos áudios gravados e entregues por Joesley à Procuradoria-Geral da República (PGR), Temer não negou a ocorrência do encontro em nenhum de seus pronunciamentos.
“Este voto não se pauta única e exclusivamente no conteúdo dos mencionados áudios, mas também nos depoimentos constantes dos inquéritos e, em especial, nos pronunciamentos oficiais e manifestações do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Federativa do Brasil que confirmam seu conteúdo, bem como a realização do encontro com o colaborador”, diz trecho do documento.
A OAB destaca ainda que, após a conversa com Joesley, na qual relatou que estaria obstruindo o trabalho da Justiça, ao pagar propina a dois juízes e receber informações privilegiadas de um procurador, Temer deveria ter comunicado o fato às autoridades competentes.
Além do da OAB, 13 pedidos de impeachment já foram protocolados na Câmara desde o último dia 17.
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