O balanço da imprensa em 2016 é tão ruim quanto foi esse ano infame para a política, a economia e as relações sociais no Brasil.
Os barões da mídia apostaram todas as fichas no impeachment de Dilma Rousseff e acreditaram na própria lorota que contaram.
Disseram que a mudança de governo criaria um novo ambiente no país, daria confiança aos empresários, produziria investimentos, e a roda da fortuna voltaria a girar.
O resultado está aí: onze veículos fechados em 2016, segundo o portal Comunique-se. Uma TV, duas rádios, um site e sete veículos impressos.
A contagem da Associação Brasileira de Imprensa é ainda pior: quinze veículos fechados. Uma TV e duas rádios a mais. E nada menos do que 1.200 jornalistas demitidos.
Obviamente, por ser cúmplice do golpe e relações públicas do governo golpista, a imprensa não explica a sua própria culpa nesses números. Não comenta o quanto trabalhou para cavar a própria cova.
Suas explicações limitam-se à velha conversa das mudanças tecnológicas, do avanço das redes sociais, da mudança de hábitos do consumidor de informação. Isso é que estaria afastando o público do jornalismo.
Nenhuma palavra da grande imprensa sobre o “jornalismo de guerra” que ela vêm praticando há mais de dez anos, desde o Mensalão.
Esse jornalismo partidarizado, tendencioso, agressivo, que se volta ao público mais conservador e menos reflexivo, e só afasta o público oposto, mais progressista e intelectualizado. Justamente o público que consome mais informação.
A imprensa brasileira apostou no “quanto pior, melhor”. Deve se sentir melhor agora que venceu a aposta – e definha, de tanto que piora.
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Sandra Caldas says:
Priolli, gratidão por sua lucidez, por ter sido tua aluna. Os mestres,jamais são esquecidos. Exerci pouco a profissão. Mas volto à PUC, terminando um mestrado em antropologia. Um abraço e meu desejo de um longo período e expansão para seu olhar lúcido.
Sandra Caldas
Jose roberto da silveira says:
Nao canso de dizer que estamos onde estamos por que a grande
Imprensa nao faz seu papel corrupta, orgulhosa, elitista, racista e prenceituosa precisa mais, precisa o povo tomar conciencia
Nao adianta lastimar sua ignorancia e ela que ai pagar o preco
E ela (o povo ) que os transforma em tudo isso
H Menon Jr. says:
O Golpe foi, é e continuará sendo midiático… Como todos os Golpes mais recentes da nossa história. Em 1954 Getúlio frustou-o ao suicidar-se. Em 1964 ele veio e nos pegou em cheio. Entre 1985 e 2002 só tivemos Presidentes que seguiram à risca a cartilha da Rede Globo que, a partir de 1965 passa a ser, em nome do irmão do Norte, a real administradora do Brasil. E a partir de 2003, com Lula, o retorno da única função coerente do nosso jornalismo… Ser o eixo de Golpes.
Fátima says:
O governo precisava de uma tragédia internacional que atraísse a atenção da mídia sobre a chacina dos presídios no Brasil. E não é que deu certo? A BAND NEWS desde o dia do atentado no aeroporto da Flórida passou a transmiti-lo sistematicamente. Essa prática tornou-se comum para mascarar os absurdos cometidos pelo governo. Sempre mancomunado com a mídia podre, cujo papel deveria ser o de denunciar e informar a população com idoneidade moral.