Na temporada de más notícias, a mídia é vidraça.
A mídia brasileira está bastante inquieta, nas últimas semanas. Mais do que divulgadora, ela é uma grande geradora de notícias neste verão tórrido.
Por Gabriel Priolli em 16 de fevereiro às 18h19
A mídia brasileira está bastante inquieta, nas últimas semanas. Mais do que divulgadora, ela é uma grande geradora de notícias neste verão tórrido.
A mídia que vive de ser a pedra deve estar adorando essa temporada como vidraça. Ela também oferece más notícias em abundância, e aqui vão apenas algumas delas.
A Confederação Nacional dos Transportes divulgou mais uma pesquisa MDA de avaliação política, dessas que ela patrocina há anos e os jornais publicam sempre, com destaque.
Mas, desta vez, a sondagem indicou que Lula lidera a corrida eleitoral para 2018 – e os jornais esconderam a notícia.
Não por acaso, Temer gastou quase R$ 180 milhões no ano passado em assessoria de imprensa – 28% a mais do que Dilma em 2015.
O SBT contratou um apresentador, dito jornalista, que foi demitido recentemente da Record e enfrenta processo na justiça.
A qualificação do sujeito? Cometeu um insulto racial contra a cantora Ludmila, a quem chamou de macaca.
Quem contratou o racista foi o mesmo SBT que demitiu há pouco uma apresentadora negra e que põe no ar um garoto de 18 anos, meio debilóide, à frente de um telejornal matinal.
Dois repórteres da Record foram detidos na Venezuela e a emissora fez um escarcéu, exigindo respeito à liberdade de imprensa.
Mas descobriu-se que os profissionais trabalhavam ilegalmente, com visto de turistas, não de jornalistas.
A Polícia Federal emprestou armas, uniformes, carros, helicóptero e avião para a produção de um filme sobre a Operação Lava-Jato, que já tem um orçamento de R$ 15 milhões, enorme para os padrões brasileiros.
Não se sabe quem são os demais patrocinadores, mas não há dúvida sobre quem serão os heróis da fita.
“Tá no Ar” é o melhor humorístico da TV e desconhecia até agora a censura. Mas fez paródia do desenho infantil Peppa Pig e os produtores britânicos intimaram a Globo a tirar a sátira do ar.
Ah! Teve também a censura judicial à Folha de S.Paulo e ao Globo, a pedido e às custas da Presidência da República.
Os jornais foram proibidos de publicar informações de domínio público sobre o caso de chantagem a Marcela Temer.
Censura contra um órgão de imprensa é sempre um ataque a todos eles.
Mas como a Folha e o Globo não entendem assim, como distorcem ou omitem qualquer fato sobre a mídia alternativa, a censura deles fica aqui para o final e está de bom tamanho.
Desmandos contra a mídia não são maiores que os desmandos da própria mídia.
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Leonardo Leão
17/02/2017 - 11h22
Resumindo: quer respeito? Respeite!