A ocupação MTST em São Bernardo, vista de dentro.
Trabalhadores sem teto ocupam terreno para cobrar dos governos municipal e federal uma solução para o problema da moradia; são 60 mil metros quadrados que estavam havia 40 anos sem cumprir sua função social.
Por Nocaute em 22 de setembro às 07h15Pelo menos 6.500 pessoas ocupam um terreno na rua João Augusto de Souza, em frente à fábrica da Scania, no bairro Planalto, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Esta é a maior ocupação já realizada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). O que pedem é uma solução para o problema da moradia, com um cadastro em um programa habitacional, por exemplo. Muitos dos que estão ali são desempregados. Outros recebem salários tão baixos que têm que escolher entre pagar o aluguel ou comprar comida.
No terreno não há luz, água nem energia elétrica. Uma cozinha improvisada serve café da manhã, almoço, um lanche e o jantar – tudo feito com alimentos doados. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Bernardo mantém uma viatura em cada rua que dá acesso ao terreno para impedir a chegada de carros com mantimentos.
A cada dia chega mais gente, relatam os coordenadores. A ocupação começou no dia 2 de setembro, quando cerca de quinhentos trabalhadores sem teto colocaram de pé as primeiras barracas de lona e ripa de madeira.
Com 60 mil metros quadrados, o espaço estava desocupado havia 40 anos e a construtora MZM, que já pediu reintegração de posse mas ainda não conseguiu, não declarou o que pretende fazer ali.
No último sábado (16), um homem que estava no local foi atingido por um disparo. Segundo o dirigente do MTST Guilherme Boulos, o tiro veio de um dos prédios que cerca o terreno.
Assista abaixo à reportagem do Nocaute no local.
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