UNICAMP – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Tue, 29 May 2018 16:14:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.2 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png UNICAMP – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br 32 32 USP, UNESP, Unicamp e pais de alunos de escolas privadas de todo o país aderem à greve desta quarta-feira pela Educação. https://nocaute.blog.br/2019/05/14/universidades-e-escolas-de-todo-o-pais-aderem-a-greve/ Tue, 14 May 2019 14:10:40 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=48353 A iniciativa foi de pais de alunos das escolas privadas paulistas Equipe, Waldorf, São Domingos e Ítaca. Em poucas horas o rastilho atingiu as universidades públicas paulistas, a PUC-MG e mais escolas de vários estados. Em São Paulo o ato público será às 14 horas, na avenida Paulista. Veja a lista de adesões até hoje cedo:

O post USP, UNESP, Unicamp e pais de alunos de escolas privadas de todo o país aderem à greve desta quarta-feira pela Educação. apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
A iniciativa foi de pais de alunos das escolas privadas paulistas Equipe, Waldorf, São Domingos e Ítaca. Em poucas horas o rastilho atingiu as universidades públicas paulistas, a PUC-MG e mais escolas de vários estados. Em São Paulo o ato público será às 14 horas, na avenida Paulista. Veja a lista de adesões até hoje cedo: 

São Paulo

Aldeia das Crianças

Âncora

Anglo SP

Anima

Arco

Arraial das Cores

Beacon School

Carandá Viva Vida Educação

Carlitos

Casa de Aprendizagens 

Casa Redonda (Carapicuíba)

Colégio Invenções 

Colégio Ítaca

Colégio Maria Imaculada

Colégio Santa Cruz

Colégio Viver (Cotia)

Colégio Waldorf Micael

Equipe

Escola Ágora

Escola Alecrim

Escola da Cidade

Escola da Vila

Escola de Sociologia e Política

Escola Granja Viana

Escola Livre Areté

Escola Vera Cruz

Escola Viva

Escola Waldorf Jardim Primavera (Ubatuba)

Escola Waldorf São Paulo

Estilo de Aprender

Gracinha

Instituto Sedes Sapientiae

Instituto Singularidades

Liceu Coração de Jesus

Marupiara

Oswald de Andrade

Politeia 

PUC – SP

Recreio

Regina Mundi

Santi

São Domingos

Teia Multicultural

Waldorf Francisco de Assis

Outros estados:

Andrews (Rio)

Casa Áurea (Petrópolis)

CEAT (Rio)

Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro

Colégio Santa Tereza de Jesus (Rio)

Corcovado (Rio)

Cruzeiro (Rio)

Dendê da Serra (Bahia)

EDEM (Rio)

Escola Amanayé (Florianópolis)

Escola da Travessa (Rio)

Escola internacional UniSociesc (Florianópolis)

Escola Parque (Rio)

Escola Sabiá (Bahia)

Escola Waldorf Micael (Fortaleza)

Escola Waldorf Moara (DF)

Liceu Franco Brasileiro (Rio)

Oga Mitá (Rio)

Paineira Escola Waldorf (Juiz de Fora)

QI Recreio (Rio)

QI Rio 2 (Rio)

Sá Pereira (Rio)

Santo Agostinho Leblon (Rio)

Santo Ignácio (Rio)

São Vicente (Rio)

Sarapiquá (Florianópolis)

Waldorf Anabá (Florianópolis)

Os interessados em aderir ao movimento devem clicar em http://chng.it/VPmN45XN.

Veja a lista de locais e horários das manifestações em todo do Brasil (levantamento feito pelo site Mídia Ninja e pela ANDES):

Acre

Às 8h terá um ato público em frente ao Palácio Rio Branco. Trabalhadores e trabalhadoras da educação estão participando da Greve Geral.

Alagoas

A partir das 07h, em frente ao CEPA FarolGreve, terá ato Público unificado. Categoria vai parar as atividades.

Amazonas

Às 15h, na Praça do Congresso, os trabalhadores e as trabalhadoras da Educação farão ato público. Categoria também vai parar.

Amapá

Às 16 horas, os trabalhadores e as trabalhadoras da educação farão ato na Praça da Bandeira.

Bahia

Ato às 9 horas, no Campo Grande. As redes estadual e municipal de Salvador e do interior, universidades federais e estaduais, rede privada, técnicos das universidades, movimento estudantil vão parar suas atividades e depois vão para Campo Grande.

Às 8h na Praça 09 de novembro, o magistério municipal público de Vitória da Conquista estará presente e depois vai seguir em caminhada para a Câmara Municipal, onde haverá um debate sobre a reforma da Previdência.

Os servidores da educação no estado farão greve com assembleia geral e ato público.

Às 08h30 terá um ato unificado ao lado da Prefeitura Municipal com a participação de professores e professoras da rede pública de municipal de Camaçari, que estão de braços.

Algumas escolas terão aula com toda comunidade para debater a reforma da Previdência de Bolsonaro. Algumas entidades de trabalhadores ainda estão articulando mobilizações

Brasília

Às 10h haverá um ato unificado com os trabalhadores e as trabalhadoras de escolas públicas e professores do Distrito Federal no Museu Nacional.

Ceará

Às 8h, na Praça da Bandeira os servidores Públicos de Educação e de Cultura do Estado e os trabalhadores e as trabalhadoras da educação da rede estadual vão se concentrar e farão uma caminhada até a Praça do Ferreira, onde terá um grande ato unificado.

Espírito Santo

Às 8h30 terá um ato unitário com trabalhadores, alunos e professores na Praça do Papa, em Vitória. A rede estadual estará toda de greve.

Goiás

Às 15 horas os trabalhadores e as trabalhadoras da educação em Goiânia farão ato público na Praça Cívica.

Maranhão

Às 8h30, ao lado da Praça da Biblia, na capital do Estado, haverá uma assembleia extraordinária dos profissionais do magistério na sede do Sindeducação, .

Às 15 horas, na Praça Deodoro, no centro de São Luiz, os trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Estado do Maranhão farão greve e participar do ato unificado.

Os trabalhadores e as trabalhadoras em educação da rede pública municipal, da cidade de Timon, vão cruzar os braços e participar do ato público frente ao Instituto de Previdência dos Servidores Municipais. Outras categorias também farão parte da mobilização.

Mato Grosso

Às 14h, em Cuiabá, na Praça Alencastro, os profissionais da educação farão um ato público com a participação de Cuiabá e Várzea Grande. A categoria no interior vai realizar atos locais e outras atividades de mobilização, como reuniões, panfletagens e outros, envolvendo outros sindicatos e a sociedade para organizar a luta e barrar a Reforma da Previdência.

Mato Grosso do Sul

Às 10h os trabalhadores e as trabalhadoras em Educação no Estado, junto com as centria sindicais, vão parar e participar de um ato político em frente UFMS, na Avenida Costa e Silva.

Minas Gerais

Às 09h30 haverá ato público na Praça da Estação, além disso, atos locais nos municípios também acontecerão.

Às 14h haverá um debate sobre a reforma da previdência na UFMG.

Pará

08h na Praça da República, em Belém, haverá um ato público do ramo da educação. A categoria está em greve e terá mobilização da rede estadual e municipal em diversas cidades.

Nos municípios: concentração em frente às prefeituras e secretarias municipais de educação.

Também haverá manifestações nas cidades pólos e Unidades Regionais de Educação no interior do Estado. Em Belém, haverá ato público na Praça da República, às 8h.

Paraíba

Às 9h os trabalhadores em educação do Município de João Pessoa e os da Educação do Estado da Paraíba vão parar suas atividades, se concentrar em frente ao Lyceu Paraibano e Às 14h vão para o ato público em frente à Assembleia Legislativa.

Paraná

Vários sindicatos do Estado aderiram às atividades em Curitiba neste 15 de maio.

Às 8h30 vai ter um ato na Praça Santos Andrade com caminhada a partir das 10h até o Centro Cívico, além de outras mobilizações em diversas cidades do estado. Em Londrina o ato unificado da educação será a partir das 9 no Calçadão.

Às 11h30 haverá ato em frente a prefeitura e às 12h30 e acontecerá uma reunião com a bancada da Educação na Assembleia Legislativa.

Os servidores municipais do Magistério do Paraná aderiram a greve e vão panfletar em Paranaguá e depois vão se somar no ato em Curitiba.

Pernambuco

Às 15 horas, os profissionais de Ensino Municipal da rede oficial do Recife e os trabalhadores e trabalhadoras em educação de Pernambuco e de Jaboatão dos Guararapes vão se concentrar no Ginásio Pernambucano e seguirão em caminhada até a Praça do Carmo, onde haverá um ato público com movimentos sociais. A categoria também fará atos em Caruaru e Petrolina.

Pela manhã, haverá um ato dos Professores do Cabo de Santo Agostinho e a tarde se juntarão ao ato no Recife.

Piauí

Às 08h os trabalhadores em educação básica pública do Estado com outras entidades da educação e Universidades vão parar suas atividades e vão participar do ato público unificado em frente ao INSS.

Rio Grande do Norte

Em Natal, às 15h, os trabalhadores em Educação Pública no Estado junto com Universidade e Institutos Federais estarão nas ruas participando do Ato Unificado que, em frente ao Midway Mall. A maioria das regionais do Sinte/RN farão atos públicos nos municípios.

Rio de Janeiro

Às 15h, será realizado um ato unificado na Candelária. Atividades descentralizadas estão marcadas também para as primeiras horas do dia em todo o estado.

Rio Grande do Sul

13h será a concentração, no Instituto de Educação, para fazer uma caminhada passando desde o INSS, passando por Institutos Federais e, finalizará com ato público na Esquina Democrática.

14h, em Ijuí, os professores do município e do estado aula pública na praça central da cidade, com os seguintes temas: bloqueio de verbas para a educação; escola sem partido; militarização do ensino público; e reforma da previdência.

Às 13h os profissionais da educação de Canoas farão um ato unificado na Praça da Emancipação , em frente a prefeitura e vão em caminhada para a Praça do Avião.

18h terá ato unificado em Porto Alegre.

Em todo o Estado haverá atividades regionais, aulas públicas e atos públicos. Na capital serão feitas atividades durante todo dia, em três espaços diferentes. Ações com universidades, movimento estudantil, IFES, entidades municipais da educação também estão sendo articuladas. Os trabalhadores da educação no Rio Grande farão panfletagem na parte da manhã no centro da cidade, plenária sobre a reforma da Previdência, no auditório da Escola Juvenal Miller, e a noite vai ter uma passeata luminosa.

Rondônia

Às 09h00, na sede do SINTERO, em Porto Velho, haverá concentração de trabalhadores e trabalhadoras da Educação e depois seguirão em caminhada até a Praça das Três Caixas D’água. A paralisação está articulada com movimentos sociais, IFs e Universidade. Manifestações nas 11 Regionais.

Roraima

Às 15h ato público na Praça do Centro Cívico. Greve unificada com as Universidades e movimento estudantil e pela manhã mobilização nas escolas e nas universidades que não aderirem ao movimento.

Santa Catarina

15h, em Florianópolis, em frente a Catedral, haverá o ato da educação. Às 16h e 17h iniciará uma grande marcha pela cidade, finalizando com um ato no TICEN.

A partir das 14 horas, em São Miguel acontecerá um ato unificado. A concentração acontecerá na Praça Belarmino Annoni e em seguida os participantes seguirão em caminhada até a praça municipal Walnir Bottaro Daniel.

Em Joinville, o ato unificado será às 15h, na Praça da Bandeira.

Às 10 e às 16h, em Chapecó, terão 3 atividades: aulas públicas na Praça Coronel Bertaso.

Às 14h15, em Jaraguá do Sul, acontecerá o ao unificado ao lado do Museu da Paz. Às 18h terá um ato público no mesmo local.

A partir das 14h30, na cidade de Blumenau, acontecerá o ato unificado, na Praça do Teatro Carlos Gomes.

São Paulo

Às 14 horas vai ter ato público no Masp com os servidores da Educação e os trabalhadores e as trabalhadoras do Estado, que vão parar as atividades e seguir para o ato.

Sergipe

8h30, em frente a Câmara Municipal de Aracaju, o ato público reunirá profissionais do ensino da cidade ve será realizado um Ato Público em frente da Câmara Municipal para entregar aos vereadores um oficio a favor da aposentadoria.

Às 14h, o Ato Público unificado com outras categorias e movimentos sociais na Praça General Valadão.

Tocantins

Às 09h na Câmara Legislativa do Estado, em Palmas, o movimento grevista fará ato público.

Lista de universidades que terão manifestação/paralisação no dia 15 de maio

Veja a lista de universidades e categorias que já decidiram parar dia 15 e as que ainda vão realizar assembleias para aprovar a greve nacional da educação. Se sua universidade não está na lista ou já realizou assembleia e vai parar, atualize as informações e compartilhe.

Acre

Universidade Federal do Acre

Alagoas

Universidade Federal de Alagoas

Amapá

Universidade Federal do Amapá

Amazonas

Universidade Federal do Amazonas

Universidade Federal Rural da Amazônia

Bahia

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal do Oeste da Bahia

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Universidade Federal do Sul da Bahia

Brasília

Universidade de Brasília

Ceará

Universidade Federal do Ceará

Universidade Federal do Cariri

Espírito Santo

Universidade Federal do Espírito Santo

Goiás

Universidade Federal de Goiás

Maranhão

Universidade Federal do Maranhão

Mato Grosso

Universidade Federal do Mato Grosso

Mato Grosso do Sul

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Universidade Federal da Grande Dourados

Minas Gerais

Universidade Federal de Ouro Preto

Universidade Federal de Juiz de Fora e IFMG

Universidade Federal de Lavras

Universidade Federal de Uberlândia

Universidade Federal de São João del Rei

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Universidade Federal de Itajubá

Universidade Federal de Minas Gerais

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Universidade Federal dos Vales de Jequitinhonha e Mucuri

Instituto Federal de Minas Gerais

Universidade Federal de Viçosa

Pará

Universidade Federal do Pará

Universidade Federal do Oeste do Pará

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Instituto Federal do Pará

Paraíba

Universidade Federal de Campina Grande

Universidade Federal da Paraíba

Universidade Estadual da Paraíba

Paraná

Universidade Federal da Integração Latino-americana

Universidade do Paraná

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Instituto Federal do Parná (IFPR)

Pernambuco

Universidade Federal de Pernambuco

Universidade Federal Rural de Pernambuco

Piauí

Universidade Federal do Piauí

Rio de Janeiro

Universidade Federal Fluminense

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Rio Grande do Norte

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Rio Grande do Sul

Universidade Federal de Santa Maria

Universidade Federal de Pelotas

Universidade Federal do Rio Grande

Universidade Federal da Fronteira Sul

Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Pampa

Rondônia

Universidade Federal de Rondônia

Instituto Federal de Rondônia

Roraima

Universidade Federal de Roraima

Santa Catarina

Universidade do Estado de Santa Catarina

São Paulo

Universidade Federal de São Paulo

Universidade Federal do ABC

Universidade Federal de São Carlos

Universidade de São Paulo

Universidade de Campinas

Sergipe

Universidade Federal de Sergipe

Tocantins

Universidade Federal do Tocantins

Ainda realizarão assembleia:

Universidade Federal de Viçosa

Universidade Federal do Paraná (assembleia terça)

Universidade Estadual de Ponta Grosso

Universidade Estadual de Montes Claros

O post USP, UNESP, Unicamp e pais de alunos de escolas privadas de todo o país aderem à greve desta quarta-feira pela Educação. apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
A internet não controla apenas a economia e a política. Ela controla a sua vida. https://nocaute.blog.br/2019/02/23/a-internet-nao-controla-apenas-a-economia-e-a-politica/ Sat, 23 Feb 2019 16:08:26 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=45834 Nesta coluna de estreia, Rafael Evangelista reflete sobre temas candentes surgidos na era pós-internet e os riscos embutidos neles. Rafael, que estará conosco semanalmente, é cientista social, mestre em Linguística e doutor em Antropologia Social. Atualmente é pesquisador do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) e professor do Mestrado em Divulgação Científica e Cultural da Unicamp.

O post A internet não controla apenas a economia e a política. Ela controla a sua vida. apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Nesta coluna de estreia, Rafael Evangelista reflete sobre temas candentes surgidos na era pós-internet e os riscos embutidos neles. Rafael, que estará conosco semanalmente, é cientista social, mestre em Linguística e doutor em Antropologia Social. Atualmente é pesquisador do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) e professor do Mestrado em Divulgação Científica e Cultural da Unicamp.

O post A internet não controla apenas a economia e a política. Ela controla a sua vida. apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
A caça às bruxas de Bolsonaro contra a Educação e os professores https://nocaute.blog.br/2018/11/11/a-caca-as-bruxas-de-bolsonaro-contra-a-educacao/ Sun, 11 Nov 2018 14:12:15 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=42349 Em artigo publicado hoje na Ilustríssima, Jorge Coli, professor da Unicamp, critica a indústria da delação a professores estimulada por Bolsonaro: “Sob o nazismo, jornais reservavam um espaço para expor os nomes de judeus denunciados. Bolsonaro e seus asseclas convidaram também alunos de todas as idades a filmarem seus professores e denunciá-los caso percebam algo suspeito.”

O post A caça às bruxas de Bolsonaro contra a Educação e os professores apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Em artigo publicado hoje na Ilustríssima, Jorge Coli, professor da Unicamp, critica a indústria da delação a professores estimulada por Bolsonaro: “Sob o nazismo, jornais reservavam um espaço para expor os nomes de judeus denunciados. Bolsonaro e seus asseclas convidaram também alunos de todas as idades a filmarem seus professores e denunciá-los caso percebam algo suspeito.”

Discute-se se Bolsonaro é ou não nazifascista. Discussões abstratas não interessam aqui. Bolsonaro emprega um método dos nazistas e fascistas: o da denúncia nominal.

Um vídeo seu ataca professores da Fundação João Pinheiro, vinculada ao governo de Minas Gerais, que forma especialistas em administração pública.
Verifiquei cada currículo dos oito ameaçados. São todos indiscutíveis: mestres, doutores, vários com doutorado ou pós-doutorado em importantes instituições internacionais. Especialistas de alto nível em segurança pública, administração de organizações complexas, vulnerabilidade e proteção social, administração e políticas públicas.

A acusação de Bolsonaro a esses docentes tem a estupidez boçal do gaiato que grita no botequim: “Vá pra Cuba!”. “Se nós vivêssemos no regime que vocês defendem, você não estaria vendo essa mensagem nesse aparelho maravilhoso que não é fabricado na Coreia do Norte nem em Cuba”.
Penso nesses colegas intimidados e constrangidos. Os próximos poderemos ser nós, professores ou não. A denúncia pública, vinda de um presidente eleito, tem peso enorme.

Aposto um pirulito que, se os professores nomeados quiserem solicitar asilo político em qualquer democracia digna, o obterão facilmente ao apresentarem esse vídeo como prova. Sendo pesquisadores brilhantes, espero que permaneçam no Brasil, apesar de tudo.

A denúncia nominal sempre existiu nos regimes autoritários, na Alemanha de Hitler, na Itália de Mussolini, na União Soviética de Stálin. Sob o nazismo, jornais reservavam um espaço para expor os nomes de judeus denunciados.

Bolsonaro e seus asseclas convidaram também alunos de todas as idades a filmarem seus professores e denunciá-los caso percebam algo suspeito.
Outro traço dos regimes totalitários é a manipulação da juventude para que, com seu entusiasmo ingênuo, tornem-se espiões traiçoeiros. Delatar faz parte da cultura nazifascista. Apontar, identificar é uma atitude destinada a controlar e criar o terror.

A eleição de Bolsonaro já foi comparada à de Collor. Os dois têm pontos comuns: ambos eram outsiders, ambos centravam suas campanhas num moralismo populista forte. Um queria acabar com os marajás, outro com a corrupção.

Mas parece-me que há uma diferença importante. Collor seduzia pela sua bela estampa, por sua eloquência pomposa. Uma vez eleito, quando o vazio se revelou, nem a estampa nem os adjetivos salvaram-no. Bolsonaro não tem traços assim. Sem encantos, emprega um português desastroso com atitudes de brutamontes.

Mas tem algo que nem Collor nem os militares da ditadura possuíam: uma confiança mística investida por seus adoradores.

Ele é O Mito, O Messias, Senhor da Verdade, papéis que cultiva apresentando-se como enviado de Deus. Seu governo cumprirá divina missão. Como não participou de debates, não entrou no campo racional. O silêncio em sua campanha colaborou para consolidar o mistério divino que o envolve.

É inútil tentar discutir com seus admiradores, porque essa admiração é feita de crença e foge por inteiro da racionalidade. Tudo o que ele diz está certo. Ele não erra. Se pronunciar barbaridades sobre mulheres, gays e negros, somos nós que não entendemos bem, porque ele quis dizer outra coisa, de outro jeito. Se soltar um pum, dirão que é Chanel nº 5.

Compreende-se facilmente a campanha que desencadeou contra os professores. Tudo aquilo que fuja à perspectiva estabelecida por ele deve ser eliminado. Tudo que pense, duvide, examine, critique, é condenável.

Pelas mesmas razões, ameaça a mídia. O governo, diz ele, publicará suas propagandas apenas nos jornais que o agradem.
A Folha, que descobriu a falcatrua de uma serviçal sua, que também vendia açaí enquanto era paga com dinheiro público, foi vítima nominada desse ódio e dessa discriminação.

É importante ler maus livros, sobretudo os livros do mal. Há um, publicado em 2008 (ed. Thomas Nelson Brasil), cujo título não pode ser mais direto: “Plano de Poder”, de Edir Macedo. O projeto é levar os crentes à dominação.

Espera-se um líder, como José do Egito ou Moisés. Não importa que Bolsonaro seja católico. Ele preenche o papel que o livro anuncia sem nomear.
O neonazifascismo teocrático chegou. Se a bancada da Bíblia é insuficiente, pelo menos por ora, o tripé firma-se bem sólido: os bois do agronegócio, com o poder econômico; as balas dos armamentistas, com o poder da intimidação; e as Bíblias dos evangélicos, para alimentar o mito messiânico.

Jorge Coli Professor de história da arte na Unicamp, autor de “O Corpo da Liberdade”.

O post A caça às bruxas de Bolsonaro contra a Educação e os professores apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
A escolha https://nocaute.blog.br/2018/10/22/a-escolha/ https://nocaute.blog.br/2018/10/22/a-escolha/#comments Mon, 22 Oct 2018 14:18:30 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=40841 Segundo o físico Rogério Cézar Cerqueira Leite, membro do Conselho Editorial da Folha, não se trata de um embate entre esquerda ou direita. O que está em jogo nesse segundo turno é a escolha entre a civilização e a barbárie.

O post A escolha apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Segundo o físico Rogério Cézar Cerqueira Leite, membro do Conselho Editorial da Folha, não se trata de um embate entre esquerda ou direita. E que está em jogo nesse segundo turno é a escolha entre a civilização e a barbárie.

A escolha não é entre a esquerda e a direita, nem é entre o “povão” e a elite, como insinuam os bons cidadãos. Também não é simplesmente entre democracia e ditadura, assim como também não é apenas entre paisano e militar, ou entre progresso e retrocesso. A escolha é entre civilização e barbárie.

A barbárie na Alemanha derrotou a civilização e levou ao Holocausto e à mais sangrenta guerra da história da humanidade. E como foi que isso pôde acontecer na altamente desenvolvida e civilizada Alemanha?

Um povo decepcionado com a ineficiência da República de Weimar, criada à sombra da humilhação do tratado de Versailles. Ou seja, um campo fértil para escolhas exorbitantes, funestas, e propício para desvairados oportunistas. Foi assim que ascendeu ao poder o maior criminoso do século 20.

O nosso candidato à Presidência da República promete exterminar o comunismo, o da Alemanha também o fez. O nosso promete militarizar as escolas e disciplinar as crianças. O da Alemanha botou farda e deu ordem unida para as crianças, para depois mandá-las para as trincheiras. O nosso promete colocar generais em todos os ministérios, o da Alemanha fez exatamente isso.

O nosso promete acabar com os políticos e com a corrupção, o da Alemanha prometeu o mesmo e deu no que deu. Não há predicado que um tenha e o outro não. Um é o reflexo especular do outro.

Haverá alguma característica do alemão que o nosso candidato não apresente? A não ser o fato de que o de lá foi à guerra, enquanto o de cá nunca deu um tiro, a não ser em alvo de papelão.

O que podemos esperar de alguém que ensina os filhos, quando atingem cinco anos, a atirar? Será que é para se defenderem? De quem? Da professorinha? Dos coleguinhas do jardim de infância?

O que se pode esperar de um presidente que é favorável à tortura? Você, burguês bem-sucedido, pode bem vir a ter um desses gloriosos indignados filhos que, por ter opinião e defender o direito de expressá-la, vai acabar no pau de arara.

O âmago, a essência da civilização é o respeito à dignidade humana. Não há maior agressão à dignidade do homem do que a tortura, sob qualquer forma que assuma.

A medida da civilização está no respeito à condição humana. A escolha está, portanto, entre civilização e barbárie. Não é, pois, uma escolha política, e a responsabilidade do eleitor é, portanto, imensa.
Um outro Messias, à caça de marajás, já empolgou o brasileiro. Será que não aprendemos?

Aquele roubou-nos apenas a poupança. Este promete subtrair-nos a cidadania e a dignidade.

Rogério Cezar de Cerqueira Leite é físico, professor emérito da Unicamp, comendador da Ordem Nacional do Mérito da França e membro do Conselho Editorial da Folha

 

O post A escolha apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
https://nocaute.blog.br/2018/10/22/a-escolha/feed/ 2
O Brasil de Temer muda o perfil do trabalhador e leva a economia a um estágio semicolonial. https://nocaute.blog.br/2018/05/29/o-brasil-de-temer-muda-o-perfil-do-trabalhador/ https://nocaute.blog.br/2018/05/29/o-brasil-de-temer-muda-o-perfil-do-trabalhador/#respond Tue, 29 May 2018 16:14:36 +0000 https://www.nocaute.blog.br/?p=21787 A história registra que os momentos de grandes crises sociais estimulam os debates e as formulações políticas. Os exemplos são vários. Marx e Engels se debruçaram sobre a Comuna de Paris, cujo clímax foi em 1871, e perceberam a importância do movimento.

O post O Brasil de Temer muda o perfil do trabalhador e leva a economia a um estágio semicolonial. apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
*Por Antonio Gonzaga, jornalista
A história registra que os momentos de grandes crises sociais estimulam os debates e as formulações políticas. Os exemplos são vários. Marx e Engels se debruçaram sobre a Comuna de Paris, cujo clímax foi em 1871, e perceberam a importância do movimento – apesar da derrota dos operários e estudantes, que não tinham como resistir ao poder armado do exército francês. Os dois pensadores revolucionários alemães viram no levante de Paris uma experiência histórica de enorme importância, um passo à frente na revolução proletária universal e uma tentativa prática, mais importante do que centenas de programas e argumentos.
Outro exemplo ocorreu em 1905, quando o padre ortodoxo Gapone levou milhares de pobres de São Petersburgo, para um respeitoso movimento, no qual eles criticavam os ministros do czar, mas confiavam no monarca. A violenta reação da guarda do czar fez com que, em poucos meses, as coisas mudassem completamente. O movimento passou ao comando dos socialdemocratas revolucionários, e esses passaram “subitamente” de poucas centenas de simpatizantes, a milhares, que se tornaram líderes de dois a três milhões de proletários.
O soviete de 1905 também foi derrotado, como é história. Entretanto, como ocorrera antes, em decorrência da Comuna de Paris, os episódios de 1905 geraram um intenso debate, que contribuiu para fazer avançar o pensamento socialista e lançaram os fundamentos teóricos e práticos para a revolução de 1917. Talvez, sem 1905 não ocorreria 1917.
Esse mesmo padrão ocorreu em outros momentos da história, levando à revolução ou a avanços pontuais no processo civilizatório e social. Maio de 1968, as lutas contra a Guerra do Vietnã, o movimento contra a ditadura militar no Brasil, entre outros; todos são episódios da história marcados por intensos debates, que proporcionam o avanço da compreensão da realidade e o estabelecimento de novas estratégias.

Indústria perde importância

No Brasil; nesse momento de crise política profunda, que na prática aboliu a democracia e as regras políticas anteriormente praticadas; o debate também voltou a ser valorizado. São ricas as discussões nas universidades, nos movimentos sociais e nos fóruns públicos que passaram a existir a partir dos portais e blogs independentes.
Um exemplo ocorreu no 6º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais, que ocorreu em São Paulo, nos dias 25 e 26 de maio último. Na abertura do encontro, o economista Marcio Pochmann, professor da UNICAMP apresentou interessantes dados para o debate.
São informações impressionantes, colhidas em pesquisas feitas por estudiosos da UNICAMP e de outras universidades brasileiras, que alertam para uma profunda mudança no perfil do trabalhador.
Um exemplo: a indústria, nos anos 80, correspondia a mais de 40% da economia. Hoje não chega a 10%. Isso determina um novo perfil de capitalistas, mas também de trabalhadores.
Não há mais um exército de 5 a 10 (até mais) mil operários concentrados em uma fábrica do ABC, com uma clara percepção da hierarquia e da distinção entre capital e trabalho, como havia na há quatro décadas.
As fábricas estão robotizadas e, pior, elas não produzem mais. Dedicam-se a montar e maquiar produtos que provenientes de fora.
Antigamente parte da elite intelectual brasileira se vangloriava da distinção entre as indústrias do Brasil e do México. Diziam que aqui havia um verdadeiro parque produtivo, enquanto no vizinho imediato dos Estados Unidos estavam instaladas apenas “maquiadoras” de produtos importados. Pois bem, ao que parece, as fábricas nacionais foram transformadas em maquiadoras.
O número de trabalhadores, consequentemente é muito menor. Não dá mais para fazer aquelas greves, com dezenas de milhares de trabalhadores, como as que Lula comandou no final dos anos 90.
Mas não é só isso. Os trabalhadores estão migrando para outras atividades, principalmente o comércio.
Segundo Pochmann, na década de 80 havia um Ermírio de Moraes, ou o Mindlin, da Metal Leve, comandantes de indústrias de tecnologia avançada. Hoje o homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, tem no centro de seu negócio uma cervejaria, que produz a partir de uma tecnologia dominada pela humanidade há mais de 2000 anos.
Conforme a percepção do pesquisador, Lemann não é um industrial clássico, mas sim um comerciante, que atua na parte de baixo da escala de valores da economia mundial. Sua contribuição ao país, portanto, em termos econômicos, tecnológicos ou desenvolvimentistas é nula.
Segundo os dados das pesquisas a economia brasileira é dominada pelo agronegócio exportador, uma atividade semicolonial e o comércio.
São Paulo, capital, tem 56 shoppings, onde trabalham mais de 30% da mão de obra da cidade. Esses trabalhadores não estão concentrados na mesma linha de montagem, como ocorria nas fábricas do ABC, nos anos 80, mas pulverizados em milhares de lojas nesses locais.
Nessa arquitetura econômica, a proximidade dos empregados com os patrões é muito maior e há dificuldade de perceber a diferença entre capital e trabalho.
Outra fonte de trabalho que se verifica em São Paulo (e no Brasil), segundo as pesquisas, é o atendimento aos mais ricos. Uma família de classe média alta paulistana tem entre cinco a dez prestadores de serviços, que vão da empregada, manicure, motorista, babá, até o personal trainer. Os grupos focais dos estudos em profundidade indicam que essas pessoas odeiam os ricos, mas estão convictos de que precisam dos ricos para viver.

Redes de solidariedade e novas formas de organização

Os estudos revelam que já está em estágio avançado o surgimento de uma nova realidade. Trata-se de um mundo em que, além dos movimentos, como o MST ou MTST, quem está tendo sucesso na organização da sociedade são as igrejas evangélicas e o PCC. Ambos estruturam seus avanços, principalmente, na montagem de redes inclusão social das pessoas que sensibilizam. Ou seja, muitos jovens se aproximam do PCC, porque participando da organização vão pertencer a uma espécie de clã, no qual terão proteção física, social, econômica e afetiva não só para si, como também para as suas famílias. O mesmo ocorre nas igrejas evangélicas. Ao se converterem os fiéis passam a pertencer a um tipo de grande família, que ajuda essas pessoas a conseguirem trabalho, ajuda financeira nos momentos difíceis e a enfrentar as dificuldades da vida.
O momento é difícil, mas também é rico. O mundo está mudando e há muito para se pensar.

O Brasil corre perigo

A desindustrialização do país está no cerne de muitas derrapagens sociais e civilizatórias, que são observadas atualmente no Brasil, assim como em outros países semelhantes, como o México.
Todavia, o modelo a ser observado de perto é a Argentina. O caminho para o qual segue o Brasil foi objeto de reflexão do grande pesquisador Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, no livro “Brasil, Argentina e Estados Unidos, da Tríplice Aliança ao MERCOSUL”.
Conforme Moniz Bandeira, depois da invenção do navio frigorífico, a Argentina se transformou no principal fornecedor de alimentos para o Reino Unido, exportando carne e cereais. Os portenhos vendiam seus produtos, em um primeiro momento em Libras esterlinas, a moeda de referência da época. Com forte reserva da moeda britânica, os exportadores e importadores argentinos, que compravam dos latifundiários e vendiam aos ingleses, adquiriam e comercializavam manufaturados fabricados no Reino Unido.
A balança comercial era positiva, assegurava a prosperidade e, entre 1880 e 1910, a população de Buenos Aires passou de 300 mil pessoas, para um milhão e meio de habitantes.
Com a primeira Guerra Mundial, a Argentina aumentou suas exportações. Porém, não havia como importar, pois as fábricas britânicas, de outros países europeus e também as dos Estados Unidos se concentraram no esforço bélico.
Parte da elite argentina – especialmente os imigrantes italianos, mais envolvidos no comércio de exportação e importação – utilizou sua grande reserva financeira acumulada, para investir na industrialização do país.
O setor industrial argentino prosperou, até ter a proeminência econômica e política no país, sendo ainda favorecido pela descoberta de importantes reservas de petróleo na Argentina.
O processo de hegemonia do setor industrial na Argentina, associado ao peronismo, seguiu sem abalos até o final da Segunda Guerra.
Moniz Bandeira registra que os portenhos se mantiveram afastados do conflito, não somente pela simpatia dos militares argentinos pelos regimes autoritários europeus, como se costuma registrar na história, mas também por manobras dos próprios britânicos, que não queriam ver sua principal fonte de alimentos ameaçada pelos submarinos alemães. A ambiguidade dos militares argentinos protegeu seus navios dos submarinos germânicos.
Durante toda a guerra as exportações de alimentos da Argentina continuaram e, ao final do conflito, o país se tornou um dos mais ricos do mundo.
Na segunda metade da década de 1940, o mundo já via a Argentina como uma quase potência mundial. Nessa época, Perón colocou seu governo em movimento para posicionar o país entre os grandes do planeta, investindo em pesquisas de ponta, como tecnologia nuclear e aeroespacial. O jato de combate mais moderno do imediato pós-guerra foi o Púcara argentino, desenvolvido por uma equipe alemã. Esse aparelho, do qual foram construídos dois protótipos, inspirou aparelhos semelhantes dos EUA e da URSS, que lutaram nos céus da península coreana. Se Perón tivesse continuado no poder, é provável que a Argentina explodisse a sua bomba atômica antes do Reino Unido e da França.
Porém, o mundo havia mudado no pós-guerra e o Reino Unido não tinha mais a força econômica necessária, para manter aquele arranjo econômico simbiótico com a Argentina, que favorecia as duas partes.
A mudança na conjuntura mundial, que veio a afetar duramente a economia argentina; a falta de planejamento de longo prazo do governo peronista; e os gastos excessivos no projeto de transformar o país em potência mundial, começaram a gerar a tempestade perfeita, que derrubou Perón.
O setor agrário, que havia perdido espaço político com o crescimento do setor industrial, apoiou fortemente a deposição de Perón.
Nos novos governos que assumiram o país, a partir de meados dos anos 1950, o setor agrário passou a ter influência econômica e política cada vez maior, em detrimento do setor industrial. A Argentina viveu uma longa e amarga desindustrialização.
A hegemonia agrária levou a economia Argentina, que chegou a ser uma das mais prósperas e vigorosas do mundo a um persistente declínio, até a situação de quase irrelevância dos dias de hoje.
Evidentemente existem outras questões nessa equação, que não vêm ao caso colocar aqui nesse momento. O importante a observar é que ao fazer a opção econômica pela hegemonia do setor agrário, a Argentina perdeu seu rumo na história. Esse parece ser o destino do Brasil.
Em tempo: enquanto Brasil e Argentina escolhem o suicídio da desindustrialização, como norma de suas economias, a elite da costa nordeste dos Estados Unidos (que é a elite da elite estadunidense) propõe a reindustrialização de seu país.
Mais Nocaute:

Petroleiros anunciam paralisação de 72 horas no dia 30 de maio

Maia diz que Congresso não aprovará aumento de imposto para compensar redução do diesel


O post O Brasil de Temer muda o perfil do trabalhador e leva a economia a um estágio semicolonial. apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
https://nocaute.blog.br/2018/05/29/o-brasil-de-temer-muda-o-perfil-do-trabalhador/feed/ 0