Militares – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Wed, 26 Feb 2020 19:20:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.4 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png Militares – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br 32 32 STF, militares e políticos condenam disparos de mensagens de Bolsonaro e do Gabinete do Ódio em apoio a ato contra a Democracia https://nocaute.blog.br/2020/02/26/stf-militares-e-politicos-condenam-disparos-de-mensagens-de-bolsonaro-e-do-gabinete-do-odio-em-apoio-a-ato-contra-a-democracia/ Wed, 26 Feb 2020 14:38:33 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=60974 O Brasil amanheceu nesta quarta-feira de cinzas (26) com duas bombas: o primeiro caso confirmado de coronavírus no país e as mensagens do Bolsonaro e do Gabinete do Ódio convocando o povo às ruas no dia 15 para se manifestar contra o Congresso e a favor do presidente da República.

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O Brasil amanheceu nesta quarta-feira de cinzas (26) com duas bombas: o primeiro caso confirmado de coronavírus no país e as mensagens do Bolsonaro e do Gabinete do Ódio convocando o povo às ruas no dia 15 para se manifestar contra o Congresso e a favor do presidente da República.

A reação ao vídeo apelativo que começa com Bolsonaro sendo esfaqueado e com os dizeres “ele quase morreu pelo Brasil”, provocou uma reação imediata.

O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou uma nota em que afirma: “Essa gravíssima conclamação, se realmente confirmada, revela a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato, de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República, traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!! O presidente da República, qualquer que ele seja, embora possa muito, não pode tudo, pois lhe é vedado, sob pena de incidir em crime de responsabilidade, transgredir a supremacia político-jurídica da Constituição e das leis da República!”.

O general Santos Cruz, twittou ontem: “IRRESPONSABILIDADE. Exército Brasileiro – instituição de Estado, defesa da pátria e garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Confundir o Exército com alguns assuntos temporários de governo, partidos políticos e pessoas é usar de má fé, mentir, enganar a população”.

O ex-presidente Lula disse que “Bolsonaro e o general Heleno estão provocando manifestações contra a democracia, a constituição e as instituições, em mais um gesto autoritário de quem agride a liberdade e os direitos todos os dias. É urgente que o Congresso Nacional, as instituições e a sociedade se posicionem diante de mais esse ataque para defender a democracia”.

Em nota, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também se manifestou: “A ser verdade, como parece, que o próprio presidente tuitou convocando uma manifestação contra o Congresso (a democracia) estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas. Calar seria concordar. Melhor gritar enquanto de tem voz, mesmo no Carnaval, com poucos ouvindo”, escreveu o tucano.

O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, quer convocar uma reunião antes do fim da semana com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, além de dez líderes da oposição, para discutir o teor das mensagens de Bolsonaro contra o Congresso. 

“Temos que parar Bolsonaro! Basta! As forças democráticas deste país têm que se unir agora. Já! É inadiável uma reunião de forças contra esse poder autoritário. Ou defendemos a democracia agora ou não teremos mais nada para defender em breve. Ao não encontrar soluções para o país, ao se sentir sozinho, isolado e frágil, Bolsonaro apela ao que todos temíamos: a um ato autoritário contra a própria democracia. Não dá mais. Esses absurdos, exageros e atropelos têm que parar agora”, disse ele. 

Um velho ditado diz que o Brasil só começa a funcionar depois do carnaval. Este ano, começou nas primeiras horas da quarta-feira de cinzas.

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Militares ocupam postos decisivos no governo https://nocaute.blog.br/2020/02/21/militares-ocupam-postos-decisivos-no-governo/ Fri, 21 Feb 2020 21:14:46 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=60932 Na coluna desta semana, o deputado Alexandre Padilha volta a falar sobre risco que sofre nossa democracia com o caos social instaurado no país em função da agenda econômica de Bolsonaro e o perigo da militarização do governo.

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Na coluna desta semana, o deputado Alexandre Padilha volta a falar sobre risco que sofre nossa democracia com o caos social instaurado no país em função da agenda econômica de Bolsonaro e o perigo da militarização do governo. 

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Os militares assumem o governo Bolsonaro https://nocaute.blog.br/2020/02/14/os-militares-assumem-o-governo-bolsonaro/ Fri, 14 Feb 2020 22:04:20 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=60579 Alexandre Padilha, na sua coluna desta semana, coloca os pingos nos is, apontando o que significa essa invasão militar ao Planalto. Não é à toa que o presidente da República está mudando o comando de postos chaves no seu governo. O que será que tem por trás dessa movimentação toda?

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Alexandre Padilha, na sua coluna desta semana, coloca os pingos nos is, apontando o que significa essa invasão militar ao Planalto. Não é à toa que o presidente da República está mudando o comando de postos chaves no seu governo. O que será que tem por trás dessa movimentação toda?

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Gervásio viu a nova Casa Civil https://nocaute.blog.br/2020/02/14/gervasio-viu-a-nova-casa-civil/ Fri, 14 Feb 2020 18:23:26 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=60551 O post Gervásio viu a nova Casa Civil apareceu primeiro em Nocaute.

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O Jornal Nacional quer vender uma nova reforma https://nocaute.blog.br/2019/10/30/o-jornal-nacional-quer-vender-uma-nova-reforma/ Wed, 30 Oct 2019 14:56:31 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=56444 Veja nesta edição: O jornalista Chico Malfitani comenta a proposta de reforma administrativa, dada como necessária pelo telejornal da família Marinho. As mulheres dos militares, revoltadas com as propostas do governo, colocaram a boca no trombone e o JN escondeu.

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Veja nesta edição: O jornalista Chico Malfitani comenta a proposta de reforma administrativa, dada como necessária pelo telejornal da família Marinho. As mulheres dos militares, revoltadas com as propostas do governo, colocaram a boca no trombone e o JN escondeu.

Como o telejornal está tratando as relações entre Brasil e Argentina? E a tragédia de Brumadinho provocada pela Vale, uma empresa privada? Até a previsão do tempo não escapou da lupa de Chico Malfitani. Confira!

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Bolsonaro defende criação de escolas militares e diz frase que ninguém entendeu https://nocaute.blog.br/2019/09/05/bolsonaro-defende-criacao-de-escolas-militares-e-diz-frase-que-ninguem-entendeu/ Thu, 05 Sep 2019 18:06:53 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=53903 Ao lançar um programa que incentiva a criação de escolas cívico-militares, o presidente Jair Bolsonaro disse: "Nós não queremos que essa garotada cresça e, no futuro, seja um dependente até morrer de programas sociais do governo". Ele simplesmente disse a frase e não explicou o que ela significava.

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Ao lançar um programa que incentiva a criação de escolas cívico-militares, o presidente Jair Bolsonaro disse: “Nós não queremos que essa garotada cresça e, no futuro, seja um dependente até morrer de programas sociais do governo”. Ele simplesmente disse a frase e não explicou o que ela significava.

O Distrito Federal já adota a militarização em algumas unidades de ensino, aquelas em que os pais aprovaram a mudança. O governador Ibaneis Rocha (MDB), estava na cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, e ouviu do presidente Bolsonaro: “Vi que alguns bairros tiveram votação e não aceitaram. Me desculpa, não tem que aceitar, não. Tem que impor”.

Ao sair do evento, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que “o combinado é que a adesão das escolas é voluntária, mas a palavra do presidente é a última”.

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Nem em 64 houve um projeto tão ávido de destruição do país como o de Bolsonaro https://nocaute.blog.br/2019/07/16/nem-em-64-houve-um-projeto-tao-avido-de-destruicao-do-pais-como-o-de-bolsonaro/ Tue, 16 Jul 2019 20:11:35 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=51210 Depois de seis meses de governo, a única certeza que tenho é que nunca houve um projeto de destruição tão potente como o do governo Bolsonaro. As aberrações como Damares, Weintraub, Araújo, Salles já conhecemos bem. Mas o que mais preocupa é a ala militar do governo. Começo a perceber um certo atrito entre a ala de pijama que está no governo e a ala de farda que está no comando do Exército.

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Depois de seis meses de governo, a única certeza que tenho é que nunca houve um projeto de destruição tão potente como o do governo Bolsonaro. As aberrações como Damares, Weintraub, Araújo, Salles já conhecemos bem. Mas o que mais preocupa é a ala militar do governo. Começo a perceber um certo atrito entre a ala de pijama que está no governo e a ala de farda que está no comando do Exército. 

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Como começou a quinta-feira https://nocaute.blog.br/2019/06/27/quinta-feira-270619/ Thu, 27 Jun 2019 14:50:08 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=50314 O vexame do governo Bolsonaro agora não é apenas nacional. O escândalo do pó se espalhou pela imprensa mundial.

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O vexame do governo Bolsonaro agora não é apenas nacional. O escândalo do pó se espalhou pela imprensa mundial.

A quinta-feira começou cheirando mal. Apenas a Folha de S.Paulo estampou, em sua manchete principal, o escândalo que estourou ontem no meio da tarde: “Sargento preso com 39 quilos de cocaína constrange Planalto. Na verdade, mata de vergonha, se é que a vergonha ainda está viva por lá.

A história do “aeropó”, “aerococa”, “aero mula”, como está sendo chamado nas redes sociais, ganhou as páginas dos grandes jornais do mundo. Um vexame internacional que Bolsonaro vai ter de engolir, ao chegar no Japão com cara de pastel.

No Estadão, uma chamada mais discreta: “Militar com droga embaraça o Planalto”

No Globo, também em chamada discretinha: “Militar na Espanha com cocaína levada em avião da FAB”

No Correio Braziliense, uma discretíssima chamada: “IPM investigará cocaína em voo da Presidência”.

O Jornal Nacional de ontem à noite, abriu com a história do pó. Mas fizeram questão de jogar no ar, uma imagem de Dilma Rousseff, afirmando que o militar que estava levando drogas no avião da FAB, já trabalhou também com a ex-presidente.

veja a íntegra

O Globo e Estadão preferiram deixar de lado o assunto pó como manchete principal, optando pela aprovação do senado, da punição para abuso de autoridade de juiz.

Os três principais jornais do país estão preocupados e são unânimes em perceber que existem mais ou menos umas mil pedras no caminho da reforma da Previdência, que eles amam tanto.

A foto principal da Folha é a estreia do filme da Mônica. No Estadão, o calor em Paris e no Globo, o governador Witzel e o prefeito Crivella, enfim juntos, depois do bispo ter escapado de um processo de impeachment.

Os cartunistas, antenados, registram, em poucas linhas, o assunto do dia, o avião do pó. Aqui, Benett, na Folha.

A Capa, um jornal que não tem jornal, só capa, saiu com essa hoje.

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Site diz que Santos Cruz caiu por vetar emprego de R$ 400 mil mensais para Olavo na EBC https://nocaute.blog.br/2019/06/15/site-diz-que-santos-cruz-caiu-por-vetar-emprego-de-r-400-mil-mensais-para-olavo-na-ebc/ Sat, 15 Jun 2019 15:46:13 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=49762 O site A República, editado pelo jornalista Thales Guaracy, afirma hoje (15/6) que a gota dágua para a demissão do general Santos Cruz, ministro de Bolsonaro, foi o fato de o militar ter vetado a contratação do astrólogo Olavo de Carvalho pela EBC. Olavo teria pedido um salário de R$ 400 mil mensais para exibir suas “aulas” no canal oficial de televisão. Leia a íntegra.

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O site A República, editado pelo jornalista Thales Guaracy, afirma hoje (15/6) que a gota dágua para a demissão do general Santos Cruz, ministro de Bolsonaro, foi o fato de o militar ter vetado a contratação do astrólogo Olavo de Carvalho pela EBC. Olavo teria pedido um salário de R$ 400 mil mensais para exibir suas “aulas” no canal oficial de televisão. Leia a íntegra.

Santos Cruz bloqueou dinheiro para Olavo

Militares com assento no Palácio do Planalto afirmam que o ex-ministro Carlos Alberto Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo, vinha recebendo pressão cada vez maior de Carlos Bolsonaro. Segundo essas fontes, na primeira reunião de Cruz com Fábio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência (Secom), próximo de Carlos Bolsonaro, este apresentou ao ministro o projeto de pagar 320 mil reais por mês ao escritor Olavo de Carvalho para que ele tivesse um programa de TV veiculado na EBC, TV Escola e em plataformas digitais do governo. Além disso, Wajgarten propôs a Cruz colocar um olavista em cada uma das secretarias de comunicação dos ministérios. Cruz disse não.

A ideia foi reapresentada uma segunda vez. O valor passou de 400 mil. Cruz disse não, de novo.

O confronto com Olavo e a recusa a cerder dinheiro ou emprego ao escritor e seus seguidores foi a onda que se avolumou contra o ministro, tornando-se um problema para o presidente Jair Bolsonaro, que otem como um amigo. “Foi um momento constrangedor para nós”, disse ele. “O governo segue aberto, mas [ele] não demonstrou interesse [em continuar].”

Embora seja militar, Cruz não estava no governo na cota dos militares, e sim na do próprio Bolsonaro, de quem é próximo desde que o defendeu na sua exclusão da ativa, quando o hoje presidente ainda era capitão. Por essa proximidade, Cruz era dos poucos que, dentro do governo, acreditava ter cacife para confrontar o presidente e impedir erros – incluindo o avanço do olavismo.

Petistas preservados

Outra crítica que se ouvia dentro do governo a respeito de Cruz era o fato de que ele tinha travado todas as contratações. O governo tem 22 mil cargos comissionados, isto é, nos quais pode mexer, por nao se trarem de funcionários de carreira. Esses cargos continuam a ser ocupados por gente que entrou com o PT. Foram conservados pelo presidente Michel Temer, em troca de passagem para os projetos do governo no Congresso.

Com isso, o governo federal continuou e continua aparelhado pelo PT e partidos de suporte ao governo Dilma Rousseff. O ministro da casa Civil, Onyx Lorenzoni, optou por demitir num único dia, no início do governo, todos os comissionados dentro de sua pasta. Já Cruz decidiu mantê-los – e observar a “prata da casa”. 

Na prática, além de manter no governo gente que Bolsonaro se propunha a trocar, Cruz acabou se tornando um empecilho para a engociação de cargos com o Congresso, que tanto Onyx quanto Bolsonaro pretendem soltar, para facilitar o trâmite das reformas. Embora o governo não admita publicamente, é uma concessão feita ao que Bolsonaro chamou de “velha política”, para poder avançar com as medidas sem as quais o governo permanecerá paralisado.

Enquanto ele relutava em reocupar cargos, os filhos de Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, passaram a indicar nomes e foram ocupando o espaço político que lhe caberia. A trégua pública que Bolsonaro pediu a Olavo de Carvalho durou pouco.

Cruz saiu do posto sem comentários públicos contra o presidente. Escreveu uma carta pública de agradecimento a Bolsonaro (“saúde, felicidade e sucesso”). Contudo, queixou-se a gente mais próxima da pressão do olavismo e da troca ideológica na administração, que lhe pareceu uma tendência inevitável, mas com a qual não podia concordar. 

Para o lugar de Cruz, Bolsonaro já apontou o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste. A nomeação de um oficial da ativa significa que o presidente não quer fazer parecer que os militares estão abandonando seu governo. A troca seria, dessa forma, uma mera reposição.

Resta saber como o novo ministro da Secretaria de Governo lidará com as pressões que Cruz já vinha recebendo, em especial de Carlos Bolsonaro, cuja ação já havia colocado por terra outro ministro, antes de Cruz: Gustavo Bebianno, da Secretaria Geral da Presidência. Sem mencionar o próprio Olavo, que no governo Bolsonaro parece ser como a o bambu do provérbio chinês: dobra-se ao vento, mas não quebra – volta a ficar em pé.

https://arepublica.com.br/politica/santos-cruz-bloqueou-dinheiro-para-olavo

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Bolsonaro colocou o guarda-costas no comando da Abin para se proteger dos espiões do governo https://nocaute.blog.br/2019/05/30/bolsonaro-colocou-o-guarda-costas-no-comando-da-abin-para-se-proteger-dos-espioes-do-governo/ Thu, 30 May 2019 18:30:34 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=49026 O jornalista e escritor, Lucas Figueiredo, autor do livro "Ministério do Silêncio: a história do serviço secreto brasileiro de Washington Luís a Lula (1927-2005)”, comenta nesse artigo, publicado originalmente no The Intercept Brasil, a troca do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo o autor, os militares e concursados da Abin não gostaram da mudança no comando do serviço secreto feita por Bolsonaro.

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O jornalista e escritor, Lucas Figueiredo, autor do livro “Ministério do Silêncio: a história do serviço secreto brasileiro de Washington Luís a Lula (1927-2005)”, comenta nesse artigo, publicado originalmente no The Intercept Brasil, a troca do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo o autor, os militares e concursados da Abin não gostaram da mudança no comando do serviço secreto feita por Bolsonaro.

Nas últimas semanas, um questionamento se impôs no cenário político: Jair Bolsonaro conseguirá concluir seu governo? Por enquanto, só é possível dizer uma coisa: depende. Depende por exemplo de como se dará a evolução da dinâmica que sincroniza (ou desalinha) movimentos sociais, elites, imprensa e Congresso. Ou, numa outra vertente, depende também do comportamento dos serviços secretos (civil e militares),  órgãos inclinados, como se viu nos últimos 60 anos, à sabotagem de governos por meio de atividades clandestinas. Se essa segunda hipótese vai prosperar, não se sabe. Uma coisa certa, porém: as peças estão no tabuleiro e já começam a ser movimentadas.

Partiu do presidente o gesto mais ostensivo que mostra que o tabuleiro se agita. No início do mês, foi anunciada a troca do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. Sai o veterano Janér Tesch Hosken Alvarenga, forjado no famigerado Serviço Nacional de Informações, o SNI, um dos pilares da ditadura civil-militar de 1964-85 – sim, alguns deles ainda continuam por lá. Em seu lugar, entra o delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem Rodrigues, cuja principal credencial é ter sido coordenador da segurança pessoal do então candidato Jair Bolsonaro após o atentado a faca em Juiz de Fora (MG) em setembro de 2018.

Em tempos de fraquejada no estado democrático de direito e de intervenção no cenário político por parte de aparatos estatais das áreas de defesa e de segurança pública, a Abin ganha um caráter ainda mais estratégico no organograma do Estado. Ninguém que trabalha no órgão gosta que se diga, mas ele é o serviço secreto. Resultado de uma transição democrática que começou em 1985 e se perdeu no caminho, o órgão é uma aberração institucional: a rigor, é civil, mas está subordinado aos generais do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI (a nova nomenclatura do velho Gabinete Militar). Atua tanto no campo interno quanto no campo externo, um raio de ação gigantesco, coisa impensável nos congêneres de países como Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha.

E, como é da natureza dos serviços secretos em todo o mundo, a Abin se move nas sombras e por caminhos clandestinos (e praticamente sem fiscalização externa).

Nascida de uma costela do Exército em 1956, quando a Guerra Fria começava a entrar em um de seus momentos mais tensos, o serviço secreto civil do Brasil sempre foi tangido pelos militares. A partir de 1994, quando o ingresso no quadro funcional da Abin passou a ser feito exclusivamente por meio de concurso público, surgiu uma nova ala, a dos concursados, majoritariamente civil. Aos poucos, essa ala ganhou alguma força interna, porém até hoje não conseguiu conquistar a direção do órgão, como é sua aspiração.

Militares e concursados abancados na Abin atuam em canais próprios e com interesses muitas vezes divergentes, mas sempre se uniram para sabotar os indicados a diretor-geral do órgão que eram estranhos no ninho. Que o digam Mauro Marcelo de Lima e Silva (delegado da Polícia Civil de São Paulo) e Paulo Lacerda (delegado da Polícia Federal aposentado), até hoje os dois únicos forasteiros que comandaram a Abin, ambos no governo Lula, e que foram demitidos em meio a crises estimuladas artificialmente pelo próprio serviço secreto.

Não é de se estranhar, portanto, conforme apurei, que militares e concursados do condomínio Abin/GSI não tenham gostado de saber que Bolsonaro colocará um delegado da Polícia Federal no comando do serviço secreto.

O presidente certamente sabe do vespeiro em que pode se meter, mas está decidido a ir em frente por um motivo simples: ele acredita que o delegado Rodrigues, até poucos meses atrás responsável por sua segurança pessoal, é o homem mais indicado para protegê-lo da potencial força desestabilizadora do serviço secreto. Uma estratégia arriscada, bem ao estilo Bolsonaro.

O presidente pisa em terreno movediço conforme sugere o histórico dos casos de mandatários sabotados pelos serviços secretos. Juscelino Kubitschek, que criou o serviço secreto civil em 1956 (na época, a repartição respondia pela sigla SFICI, Serviço Federal de Informações e Contra-informação), teve seus telefones sistematicamente grampeados pelo órgão a partir de 1961. Quando o ditador Ernesto Geisel demitiu o radical comandante do Exército Sílvio Frota, em 1977, uma ala do Centro de Informações do Exército, o CIE, cogitou atacar o Palácio do Planalto e chegou a produzir 300 coquetéis molotov.

A ruína moral e política do governo do general João Baptista Figueiredo começou em 1981, quando agentes do CIE e do SNI se meteram no frustrado atentado do Riocentro. Em 1984, o serviço secreto do Exército acionou cinco de seus agentes (Monstrengo, Pavão, Pudim, Zé Gatão e Marcão) para armar uma operação de sabotagem da candidatura presidencial de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. Quatorze anos depois, o então presidente Fernando Henrique Cardoso se enrolou no caso do grampo do BNDES, quando agentes da seção fluminense da SSI (Subsecretaria de Inteligência, antecessor da Abin) grampearam clandestinamente uma conversa telefônica em que FHC e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, André Lara Resende, faziam acertos nada republicanos em torno da venda da Telebrás (na maior privatização realizada até hoje no Brasil, a empresa foi queimada por R$ 22 bilhões, em preço da época).

Já o primeiro escândalo do governo Lula também contou com o envolvimento dos serviços secretos: em 2003, Waldomiro Diniz, assessor da Casa Civil ligado ao então todo-poderoso ministro da pasta, José Dirceu, foi flagrado por câmeras ocultas em duas ocasiões embaraçosas. Na primeira, pedia propina a um bicheiro; na outra, fazia uma suspeita troca de valises no saguão do aeroporto de Brasília. Os vídeos, providencialmente vazados na imprensa, tinham sido produzidos numa operação da qual haviam participado um informante da Abin e um agente do serviço secreto da Aeronáutica.

A opção de Bolsonaro por botar seu guarda-costas-chefe na direção da Abin pode não ter o efeito esperado, já que o órgão continuará subordinado ao GSI – leia-se, ao general quatro estrelas Augusto Heleno Ribeiro Pereira. Curiosamente, Heleno é um dos poucos militares da cúpula do governo que ainda não se pronunciaram publicamente sobre a disputa escatológica travada pelo escritor Olavo de Carvalho contra a ala militar do Planalto. Carvalho, que prega aos berros o fim da suposta tutela militar sobre o presidente – e o faz com o apoio de Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro – já foi peitado pelos generais Hamilton Mourão (vice-presidente), Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Eduardo Villas Bôas (atual assessor do GSI e ex-comandante do Exército). Heleno, contudo, está calado. Por enquanto.

Caso decidam abrir seu saco de maldades contra Bolsonaro, os militares não contam apenas com a Abin, mas também com os três serviços secretos militares, o Centro de Inteligência da Marinha, o Centro de Inteligência do Exército e o Centro de Inteligência da Aeronáutica. Não seria uma atitude inédita o uso dos serviços secretos militares em ações clandestinas para influir no cenário político em meio a crises. Isso já ocorreu diversas vezes no período pós-ditadura, e não é preciso ir muito longe para citar um caso.

Em 2016, o CIE infiltrou o capitão Willian Pina Botelho em movimentos populares que lutavam contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Fazendo-se passar por ativista, o agente, sob o falso cognome de Balta Nunes, conquistou a confiança de organizadores de protestos de rua e passou a atuar como espião. Por obra do acaso, o militar infiltrado acabou desmascarado num ato anti-impeachment realizado na avenida Paulista, em São Paulo, em setembro daquele ano.

A cúpula do Exército, contudo, não se encabulou. Três meses depois do episódio, mesmo sendo investigado pelo Ministério Público por conta de sua conduta como espião de movimentos sociais, o agente foi promovido a major por ninguém menos que o próprio comandante do Exército na época, Eduardo Villas Bôas – sim, ele mesmo, o general que hoje está lotado no GSI e que trava a batalha pública contra o ideólogo bolsonarista Olavo de Carvalho.

Ao rifar os generais que lhe deram suporte para chegar ao Palácio do Planalto, o presidente parece desconhecer os calcanhares de Aquiles que ele e sua família têm (uma carreira militar salpicada de casos mal explicados, a relação de proximidade com milicianos, uma penca de funcionários fantasmas em gabinetes parlamentares, os “rolos” financeiros milionários do faz-tudo Fabricio Queiroz, a malha subterrânea que opera fake news nas redes sociais etc.). Com a estrutura, o know-how e os contatos que têm, não seria difícil para agentes da Abin ou dos serviços secretos militares levantarem informações que, nas mãos certas, poderiam ser desastrosas para Bolsonaro.

Alheio a tudo, o presidente permanece botando pressão nos militares entrincheirados na Praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios. Morde muito, mas de vez em quando assopra. No início do mês, ao baixar o polêmico decreto que facilita o porte de armas, Bolsonaro incluiu a Abin na relação de órgãos cujos funcionários contarão com facilidades para andar com revólveres na cintura, uma demanda antiga dos agentes. Na prática, eles não precisam disso. Com apenas uma chave de fenda e os contatos certos, eles já podem causar um bom estrago.

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