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No início da tarde deste sábado (15), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que Joaquim Levy, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), está com a “cabeça a prêmio”.

“Eu já estou por aqui com o [Joaquim] Levy. Falei pra ele demitir esse cara [Marcos Barbosa Pinto] na segunda-feira ou eu demito você, sem passar pelo Paulo Guedes”, disse Bolsonaro a jornalistas diante do Palácio da Alvorada.

“Um governo tem de ser assim. Quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como o Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que ele conhece a meu respeito. Ele está com a cabeça a prêmio já tem algum tempo”, completou o capitão.

Marcos Barbosa Pinto foi assessor do BNDES durante o governo Lula, entre 2004 e 2006. Ele também presidiu a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entre 2007 e 2010. Barbosa Pinto também foi sócio da Gávea Investimentos, uma gestora de recursos fundada por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique.

Joaquim Levy tomou posse como presidente do BNDES em janeiro de 2019.

Quando Levy foi escolhido para o cargo, ainda em 2018, Bolsonaro disse que quem havia “bancado” a indicação dele era Paulo Guedes, atual ministro da Economia.

Joaquim Levy foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff e secretário do Tesouro no governo Lula.

Na sexta-feira (14), Bolsonaro também afirmou que vai demitir o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha. Segundo Bolsonaro, o presidente da estatal vinha se comportando como “um sindicalista”. Recentemente, o general se manifestou contra a privatização dos Correios e tirou uma foto ao lado de parlamentares do PT e do PSOL na Câmara.

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O governo Bolsonaro propôs, em texto do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2020, enviado ao Congresso nesta segunda-feira (15), que o salário mínimo seja corrigido apenas pela inflação em 2020. A medida, que depende ainda do aval do Congresso, encerra a política que permitia ganhos reais aos trabalhadores, realizada nas gestões do PT e em vigor até janeiro deste ano.

Implementada no governo Lula, a política de valorização do salário mínimo foi transformada em lei por Dilma Rousseff.

O texto prevê que o novo piso salarial seja de R$ 1.040 a partir de janeiro do próximo ano, uma correção de 4,2% sobre a estimativa de variação da inflação. O salário mínimo atual é de R$ 998. Pela política de valorização real implantada nas gestões do PT, o aumento do salário mínimo era feito com base na inflação acrescida ao PIB dos dois anos anteriores.

Ao mesmo tempo que propõe o fim do aumento real do salário mínimo no texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) encaminhada  ao Congresso, o governo Bolsonaro amplia a previsão do rombo fiscal para 2020, dos atuais R$ 110 bilhões para R$ 124,1 bilhões.

A decisão de acabar com os ganhos acima da inflação está em linha com uma das bandeiras de Paulo Guedes, que defende uma ampla desvinculação do Orçamento.

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