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]]>A ideia de uma frente ampla em defesa da democracia é polêmica e suscita reações negativas compreensíveis. A principal razão é clara. Nos anos recentes, praticamente desapareceu o centro político no Brasil. Não existe mais, a rigor, um conjunto discernível e relevante de forças políticas de centro. Deve-se reconhecer, portanto, que propor uma frente ampla significa propor uma aliança da esquerda com a direita – uma aliança contra a extrema direita que se instalou em Brasília.
A proposta é inegavelmente indigesta. A direita tradicional merece os epítetos que a esquerda costuma lançar contra ela. É repulsivo, em especial, defender a democracia ao lado de figuras que apoiaram e ativamente promoveram o golpe parlamentar de 2016 e as barbaridades subsequentes. A questão, leitor, é que – como a Inglaterra de Churchill – o Brasil corre um risco mortal.
Como não perceber, a essa altura, que o que temos desde janeiro de 2019 é um governo de destruição nacional? Não há área da vida pública brasileira que não esteja submetida a um processo de desestabilização e desintegração – a economia, o emprego, a saúde em meio à pandemia, o meio ambiente, a educação, a cultura, a administração pública, as instituições, a soberania nacional. Temos um governo que se enrola na bandeira nacional para rastejar aos pés dos Estados Unidos. O Brasil perdeu toda a credibilidade no plano internacional e deixou de ser levado em conta como voz independente. Somos vistos hoje com um misto de desprezo, pena e preocupação.
Cabe lembrar que as camadas dirigentes nacionais são sempre muito sensíveis à opinião internacional, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. É um dos traços marcantes do seu vira-latismo. Tudo que é dito em inglês, por mais trivial e superficial, adquire para eles ares de profunda e inquestionável sabedoria. Assim, a visão profundamente negativa que se formou a respeito do governo brasileiro nos principais canais de mídia do Ocidente pesa – e muito – na decisão tardia de fazer oposição a Bolsonaro.
O governo está mais isolado hoje do que estava há poucos meses. Desgastou-se muito pela maneira incompetente e irresponsável com que respondeu à pandemia. Infelizmente, porém, não é verdade que o seu governo tenha chegado ao fim da linha. Conserva importantes pontos de apoio – nas forças armadas, nas milícias, nas polícias militares e num segmento de cerca de 30% da opinião pública. Ainda tem, apesar de tudo, capacidade de produzir grandes estragos.
Nessas condições, não deve a oposição de esquerda ou centro-esquerda engolir seco e trabalhar em conjunto, quando houver oportunidade, com forças da direita tradicional dispostas a defender a democracia e fazer oposição ao governo? Na minha modesta opinião, a resposta deve ser afirmativa.
A questão é espinhosa, volto a dizer. O manifesto “Estamos Juntos”, por exemplo, pede que sejam deixadas de lado velhas disputas e apela para a união da esquerda, do centro e da direita. Percorri a lista de signatários e encontrei muitas pessoas que respeito e admiro. Mas a verdade é que, no seu conjunto, a lista é ligeiramente tenebrosa. Aparecem ali muitos políticos, economistas, jornalistas e outros profissionais que deram contribuição notável à desgraça que estamos vivendo.
Compreendo perfeitamente a recusa de muitos na esquerda a aceitar aliados da direita. O mesmo sentimento, diga-se, deve existir do outro lado. O campo de convergência é limitado. É até possível que uma frente realmente ampla seja inviabilizada por resistências e escrúpulos da direita. O sectarismo não é privilégio da esquerda e parece, inclusive, até mais acentuado no campo da direita.
Seja como for, só há uma coisa pior do que lutar com aliados: lutar sem aliados – outra tirada de Churchill que merece ser lembrada. Ele sabia perfeitamente que a União Soviética era indispensável na guerra contra a Alemanha e não permitiu que escrúpulos anticomunistas dificultassem a luta contra o inimigo principal. Mutatis mutandis, é o que precisamos fazer hoje.
Não há dúvida de que as diferenças entre os vários setores da oposição ao governo são imensas. Mas o que está em discussão não é uma reconciliação de forças opostas. Uma frente ampla é meramente circunstancial, fruto da emergência em que se encontra o Brasil. A aliança que é possível hoje e que alguns tentam construir não é, nem pode ser, uma aliança programática. Tampouco pode ser uma aliança de tipo eleitoral.
Se funcionar, ela terá propósitos limitados, mas cruciais. Trata-se, primordialmente, de defender a nação, o povo brasileiro e a democracia contra os arroubos destrutivos e ditatoriais do governo e seus asseclas. E a experiência mostra, de forma cada vez mais clara, que preservar o país e a democracia significa trabalhar incansavelmente para afastar, o mais rápido possível, Bolsonaro da Presidência da República.
Versão ampliada de artigo publicado na revista Carta Capital em 12 de junho de 2020.
O autor é economista, foi vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos BRICS em Xangai, e diretor executivo no FMI pelo Brasil e mais dez países. Lançou recentemente pela editora LeYa o livro O Brasil não cabe no quintal de ninguém.
E-mail: [email protected]
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Canal YouTube: youtube.nogueirabatista.com.br
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]]>Não me desculpo pela palavra pouco elegante no título. Não é a quarentena que me irrita. É a peculiaríssima propensão dos brasileiros – especialmente os que habitam o espaço politico à esquerda – de recaírem sempre, e sempre na mesma esparrela que me tira do sério.
Aproveitando os dias em casa para organizar arquivos, deu-se me à mão um texto que publiquei, em um dos jornais de Curitiba, no dia 18 de julho de 1984. Há 36 anos! Derrotada a emenda constitucional que restabeleceria as eleições diretas para presidente da República, discutia-se o que fazer. E aí se revelava o embuste tão costumeiro em nossa história.
No artigo, deplorava que, na sofreguidão de se buscar o próximo passo, sacassem o rançoso apelo “à união de todos”, mesmo que isso pudesse significar um passo atrás na luta para dar o golpe final no regime militar. Enfim, propunha-se enfiar no mesmo bornal toda sorte de felinos; ou seja: uma frente sem propostas e sem princípios. Já uma outra vertente queria simplesmente chutar o pau da barraca.
Diante do impasse, eu perguntava e respondia: “Estamos, então, sem saída? Não. Temos saídas ética e politicamente corretas”. E lembrava os conceitos de Aristóteles de ato meio e atos extremos.
Já o ato meio significava avançar, consolidar o avanço, retomar a marcha e conquistar o próximo objetivo. Para tanto, eu propunha um programa mínimo, em torno do qual deveriam se reunir os brasileiros comprometidos com a soberania e o desenvolvimento nacional, com a renegociação da dívida externa, com o direito dos trabalhadores, com uma política de emergência para a geração de empregos, com as liberdades democráticas, com a reforma tributária, com a reforma política e assim por diante.
Enfim, deixava claro naquele artigo de 36 anos atrás que uma frente sem projeto, sem princípios, sem um programa mínimo, sem uma clara linha econômica nacionalista, democrática e popular, não era uma frente.
Assim como hoje a reunião de políticos frouxos, pusilânimes, disponíveis e desfrutáveis com um amontoado de oportunistas, com as madalenas hipoteticamente arrependidas, com os assassinos de reputações, com os ditos liberais, com os mercadores e rentistas, com banqueiros e ex-banqueiros, com animadores de auditório, com ex-presidentes e ex-ministros que atentaram contra o Estado Nacional e alienaram a nossa soberania, não é uma frente. É uma súcia que, mais uma vez, se aproveita de uma situação dada para fazer com que tudo permaneça como sempre foi.
Há quem diga: não seja tão radical, nesse balaio tem muita gente boa, gente bem intencionada, ingênuos, mas puros de alma e de intenções.
Pode ser, conceda-se. Mas, para que serve a história, então? Para que servem as experiências passadas? Ou seria a tal da ignorância córnea que impede se inculque na cabeça dos “bem intencionados” um mínimo de lógica e racionalidade?
Sob que guarda-chuva os defensores dessa frente ampla, irrestrita querem abrigar os brasileiros? Sob o guarda-chuva da defesa da democracia.
Que democracia? A democracia do mercado? A democracia da prevalência do capital financeiro sobre os interesses nacionais e populares, sobre a produção, o emprego, o salário, os direitos trabalhistas e a previdência social?
Pergunto, sufocado pela angústia de ver mais uma vez desperdiçada uma oportunidade histórica, pergunto: o ministro da economia de vocês, em um hipotético governo de união nacional, seria o Guedes mesmo? Ou, para não escandalizar tanto os seus acompanhantes que se dizem à esquerda, vocês se contentariam com o Armínio Fraga, o Lara Rezende, alguém do Itaú ou do Bradesco?
Em síntese, nossa missão é construir um projeto nacional que dê ao povo brasileiro emprego, educação, saúde, segurança, cultura, uma boa moradia provida de água, esgoto, energia e dos meios modernos de convivência social e não um documento vazio que fala em defender o indefensável.
É claro que devemos enfrentar os fascistas, os milicianos, essa horda de insensatos que sonha com uma ditadura cívico-militar. É claro. Mas, na verdade, parte dos que lançam a ideia da união nacional pela democracia criticam Bolsonaro, filhos e os celerados que os cercam não pela agenda econômica, política e social que executam. E sim pelos maus modos à mesa, pelos arrotos e palavrões. Não se opõem ao reinado de Mamon, defendem a PEC dos Gastos, as reformas trabalhista e previdenciária, as privatizações, o arrocho salarial, a criminalização dos sindicatos e dos movimentos sociais, a entrega do petróleo, a abdicação da soberania nacional.
Alguns dos pressupostos para a formação de uma frente nacionalista, democrática e popular, estão aqui. Lanço-os para o debate. A organização e mobilização de uma frente com essas características, reunindo partidos, sindicatos, associações profissionais, igrejas, entidades estudantis, universidades, personalidades da vida política e das ciências, intelectuais e acadêmicos deve-se constituir em um sólido muro contra o avanço antidemocrático.
Não queremos assinaturas, manifestos ou proclamações. Queremos ação.
Quem se habilita?
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]]>As entidades de todo o Brasil que subscrevem o Clipe : APACI – Associação Paulista de Cineastas ; ABRA – Associação Brasileira de Roteiristas. APAN – Associação dos Profissionais do Audiovisual Negros ; Cooperativa Paulista de Teatro; SATED – Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de São Paulo; SIAV- RS Sindicato da Industria Visual do Rio Grande do Sul; SINDCINE – Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Industria Cinematográfica e do Audiovisual (SP, PR, RS, MT, MS, GO, TO e DF); STIC – Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Industria Cinematográfica e do Audiovisual (Norte, Nordeste, Sudeste, ES, MG e RJ) – ABRACI – Associação Brasileira de Cineastas (RJ); CONNE – Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
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