Bresser Pereira – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Thu, 07 Nov 2019 01:57:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3.2 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png Bresser Pereira – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br 32 32 Justiça para Lula, paz para o Brasil https://nocaute.blog.br/2019/11/06/justica-para-lula-paz-para-o-brasil/ Thu, 07 Nov 2019 00:06:55 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=56754 Um grupo de catorze personalidades brasileiras denuncia as iniquidades e ilegalidades da Lava Jato. Entre outros, assinam o documento Chico Buarque, Raduan Nassar, Dalmo Dallari, Sebastião Salgado, Bresser-Pereira e Marilena Chauí. Os autores chamam a atenção da sociedade brasileira e da comunidade internacional para a grande injustiça que vem sendo cometida contra o ex-presidente Lula.

O post Justiça para Lula, paz para o Brasil apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Justiça para Lula, paz para o Brasil

Um grupo de catorze personalidades brasileiras denuncia as iniquidades e ilegalidades da Lava Jato. Entre outros, assinam o documento Chico Buarque, Raduan Nassar, Dalmo Dallari, Sebastião Salgado, Bresser-Pereira e Marilena Chauí. Os autores chamam a atenção da sociedade brasileira e da comunidade internacional para a grande injustiça que vem sendo cometida contra o ex-presidente Lula.

Somos brasileiras e brasileiros de diversas origens, atividades e convicções, unidos por uma comunhão de valores: democracia, justiça e respeito aos direitos humanos. Neste momento grave na história de nosso país, consideramos nosso dever chamar a atenção da sociedade brasileira e da comunidade internacional para a grande injustiça que vem sendo cometida contra um líder que encarna aqueles valores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por entendermos que a prisão de Lula atinge o cerne da cidadania, do estado de direito e da verdadeira justiça no Brasil, apoiamos e divulgamos este documento que denuncia os abusos e ilegalidades de um processo cruel, conduzido com parcialidade e objetivos políticos. E como não há nada oculto que não venha a ser revelado, está nas mãos do Supremo Tribunal Federal corrigir esse erro, para restabelecer a verdade e proporcionar a pacificação democrática do país.

Celso Amorim, diplomata

Chico Buarque de Hollanda, compositor

Dalmo de Abreu Dallari, jurista

Gilberto Gil, músico

Kleber Mendonça Filho, cineasta

Leonardo Boff, teólogo

Luiz Carlos Bresser-Pereira, economista

Maria da Conceição Tavares, economista

Maria Victoria Benevides, socióloga

Marilena Chauí, filósofa

Paulo Sergio Pinheiro, cientista político

Raduan Nassar, escritor

Rogério Cezar de Cerqueira Leite, físico

Sebastião Salgado, fotógrafo

Lula preso, corruptos soltos: a farsa da Lava Jato

Em dezembro de 2015, tão logo foi iniciado o processo de impeachment de Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato dirigiu seus esforços para condenar e prender o ex-presidente Lula, contando com a sistemática colaboração da grande mídia. Daquele momento em que Sergio Moro começou a espionar o ex-presidente até agosto de 2016, o Jornal Nacional da TV Globo deu 13 horas de notícias contra Lula, 4 minutos por noite, segundo o Laboratório de Estudos de Mídia da UERJ. Assim o país foi preparado para a denúncia do PowerPoint de Deltan Dallagnol, que viria em setembro. Foi a maior campanha jamais vista contra um líder brasileiro, precedendo a prisão injusta e a cassação da candidatura de Lula em 2018.

Nunca é demais lembrar que Dallagnol denunciou Lula sabendo que o tríplex não era dele; que não havia fatos para acusar, só as “convicções” dos procuradores e uma notícia de jornal velha e falsa. E que Sergio Moro nem poderia ter julgado Lula, pois admitiu no processo não haver relação entre a reforma do imóvel e os contratos suspeitos que atraíam os casos da Petrobrás para a Vara de Curitiba. Lula foi condenado por “atos indeterminados”, ou seja, porque o juiz queria assim e porque, mesmo sem provas, o réu já havia sido sentenciado nas manchetes e na TV.

Lula perdeu a liberdade e o Brasil desencontrou a paz. A sociedade brasileira foi envenenada pelo ódio político, inoculado nas redes sociais, na imprensa, nos templos, escolas e quartéis. Intolerância e desprezo se ergueram contra toda tentativa de duvidar da Lava Jato e seus métodos, de divergir do discurso dominante até mesmo nos meios acadêmicos. A prisão de Lula virou dogma da cruzada “moral” que também condenou a visão política, social e econômica que seu governo representou: soberania nacional, justiça social e crescimento com inclusão. Era para marcar o fim de uma era.

Mas hoje é impossível não reconhecer que Lula merecia um julgamento justo e não a farsa judicial armada para prendê-lo. E hoje está claro que, ao contrário de enfrentar a impunidade e a corrupção, a Lava Jato corrompeu-se, corrompeu o sistema judicial e o processo eleitoral, mentiu ao país e aos tribunais, deixou impunes dezenas de criminosos confessos que Sérgio Moro perdoou e que continuam muito ricos. As prisões espetaculares, ao vivo na TV, criaram na população uma inédita sensação de justiça que, no entanto, era desfeita sem alarde no balcão de negócios das delações bem premiadas.

Sérgio Moro comandou cada passo da perseguição ao adversário político tratado por ele como inimigo a ser abatido, contrariando as leis e o Estatuto da Magistratura que dizem como deve se portar um juiz imparcial. Com o incentivo e a cobertura da mídia para cometer abusos e ilegalidades, Moro chefiou a força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná e as ações truculentas da Polícia Federal. Foi policial e acusador de um caso em que sequer poderia ter sido juiz.

Todas as violações e crimes cometidos contra Lula foram denunciados por sua defesa, mas sistematicamente censurados pela Globo. Cúmplices, contaminados ou intimidados, os grandes da mídia jamais deram uma versão equilibrada do que está nos autos do processo, nem mesmo quando, em outubro de 2016, o Comitê de Direitos Humanos da ONU aceitou preliminarmente a denúncia de perseguição judicial no Brasil contra Lula, o que transformou a Lava Jato num caso internacional de lawfare.

O muro de silêncio sobre a parcialidade do ex-juiz só começou a ruir quando Sérgio Moro largou a carreira para ser ministro de Bolsonaro, o presidente que ele ajudou a eleger quando condenou o líder das pesquisas eleitorais. Ali ficaram evidentes a motivação e o alinhamento político do ex-juiz ao candidato que montou a indústria de mentiras contra Lula e o candidato do PT, usando dinheiro sujo que o ministro Moro varre para debaixo do tapete ao invés de mandar investigar.

A partir de 9 junho de 2019, quando o site The Intercept Brasil começou a divulgar as mensagens secretas do wathsapp de Deltan Dallagnol para Moro e os procuradores de Curitiba, Brasília, São Paulo e Rio, os crimes da Lava Jato foram expostos ao público de maneira vergonhosa para o Ministério Público e o sistema judicial brasileiro. A imprensa mundial cessou os elogios que sempre fizera à Lava Jato e passou a denunciar a as fraudes e abusos cometidos contra Lula.

Apesar da censura no Jornal Nacional às notícias sobre as mensagens e do esforço para criminalizar a “Vaza Jato”, 53% das pessoas souberam das conversas secretas de Moro e Dallagnol, segundo o instituto Vox Populi. A comunidade jurídica nacional e internacional repudiou o conluio ilegal entre juiz e promotores, que forjaram acusações, prenderam para intimidar, grampearam advogados e a presidenta da República, manipularam vazamentos, ocultaram provas, mentiram para a Suprema Corte, zombaram da lei e até do luto de Lula.

Não há mais como esconder tantos abusos. Por isso, dobram a aposta na mentira, até para influir no julgamento de ações que sequer dizem respeito diretamente a Lula, mas ao princípio constitucional da presunção da inocência. É falso, por exemplo, afirmar que milhares de criminosos seriam soltos porque a Constituição garante a todos o direito de recorrer em liberdade. A lei já determina a prisão cautelar de quem de fato ameaça a sociedade. Só não é nem poderia ser uma regra automática, tem de ser fundamentada em cada caso pelo juiz.

Não foram os recursos de “advogados caros” nos tribunais superiores os responsáveis por soltar, até agora, pelo menos 120 dos 159 condenados na Lava Jato. Foi Sergio Moro e foram seus procuradores que promoveram tamanha injustiça, ao negociar acordos de impunidade com corruptos confessos, vendendo até o perdão que a lei não autoriza, em troca de qualquer palavra que lhes servisse, mesmo falsamente, para incriminar Lula. Foi Moro quem libertou, pela segunda vez, o doleiro Alberto Youssef, condenado a 122 anos por corrupção e lavagem de dinheiro, que já voltou a operar na bolsa.

Hoje não é mais possível protelar o julgamento pelo STF do habeas corpus em que a defesa de Lula requer a anulação da sentença de Moro e o direito do ex-presidente ao julgamento justo que ele não teve. A defesa demonstrou e a Vaza Jato escancarou que Moro foi parcial contra Lula desde o início do processo, assim como os procuradores. Por isso, renova-se a pressão sobre o STF, de forma a partidarizar uma decisão que deve ser tomada à luz da lei e dos autos unicamente.

Em abril de 2018, uma pressão absurda envolveu até o alto comando do Exército e resultou numa estranha decisão, em que o STF negou habeas corpus a Lula, apesar de a maioria dos ministros entender que ele tinha, como todo cidadão, direito de recorrer em liberdade. Em setembro, mecanismo semelhante foi acionado para fazer o Tribunal Superior Eleitoral desacatar a determinação da ONU que garantia a Lula o direito de ser candidato, mesmo estando preso. Rasgaram a lei eleitoral e o Pacto Internacional dobre Direitos Civis e Políticos, assinado e ratificado soberanamente pelo Brasil.

Chega! O estado de direito democrático não pode ser tutelado por pressões nem tolerar exceções que discriminem um único cidadão. Não há nada na Constituição dizendo que ela vale para todos, exceto os que se chamem Luiz Inácio Lula da Silva. Existe um só Código Penal Brasileiro; não pode haver um Código Penal do Lula, ou só para o Lula nem contra o Lula. O Brasil e a democracia já pagam altíssimo preço pela prisão ilegal do ex-presidente e a cassação de sua cidadania. Só a vingança política, o ódio cego e a insensibilidade fria podem prolongar uma injustiça que perdura desde 7 de abril de 2018.

Quatro anos depois do início da caçada a Lula, quem está hoje no banco dos réus é Sergio Moro, que enganou o país, violou a lei, perdoou milionários corruptos e condenou centenas de milhares de trabalhadores ao desemprego; são os procuradores de Deltan Dallagnol e Rodrigo Janot, que usaram a Lava Jato para obter fama, poder e fortuna, que entregaram a Petrobrás aos interesses dos Estados Unidos, num crime de lesa-pátria e num suborno judicial que renderia milhões a uma fundação privada sob seu controle, não fosse a reação indignada da sociedade e a tempestiva intervenção do STF. Foram eles que levaram a Petrobras ao banco dos réus em Nova Iorque, sangrando a estatal em 4,8 bilhões de dólares.

São estes fatos que exigem a reflexão da sociedade, a mobilização da cidadania e a ação da Suprema Corte, guardiã da Constituição. Por mais poderosos que sejam os interesses contrariados, políticos e econômicos, o país precisa reencontrar a plenitude do estado de direito para restabelecer as bases do diálogo democrático, que não pode excluir nenhuma corrente ou liderança política, seja pelo arbítrio, seja pela intimidação ou por qualquer forma de injustiça. Chega! Lula merece justiça e o Brasil precisa de paz.

Brasil, 6 de novembro de 2019

O post Justiça para Lula, paz para o Brasil apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Veja os últimos livros lidos por Lula na prisão – e as respectivas sinopses https://nocaute.blog.br/2018/12/09/veja-os-ultimos-livros-lidos-por-lula-na-prisao-e-as-respectivas-sinopses/ Sun, 09 Dec 2018 15:50:30 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=43623 Segundo a lei penal, livros lidos por um preso equivalem a menos dias na pena. Para ter direito ao benefício, o detento, além de ler, é obrigado a fazer uma sinopse do conteúdo da obra. O ex-presidente Lula completou oito meses de cárcere político na última sexta-feira (7). Embora não esteja nesse programa de remissão, nesse período Lula tem dedicado boa parte do tempo à leitura. A seguir, veja a lista dos últimos livros que Lula leu na prisão, acompanhados das respectivas sinopses.

O post Veja os últimos livros lidos por Lula na prisão – e as respectivas sinopses apareceu primeiro em Nocaute.

]]>

Segundo a legislação penal, determinado número de livros lidos por um preso equivale a menos dias na pena. Para que o benefício seja utilizado, além de ler, o detento é obrigado a fazer uma sinopse resumindo o conteúdo da obra. O ex-presidente Lula completou oito meses de cárcere político na última sexta-feira (7). Embora não esteja nesse programa de remissão, nesse período Lula tem dedicado boa parte do tempo à leitura. A seguir, veja a lista dos últimos livros que Lula leu na prisão, acompanhados das respectivas sinopses.

O Petróleo – (Daniel Yergin/Editora Paz Terra)

Sinopse: Vencedor do prêmio Pulitzer, este livro traça a abrangente história do combustível mais importante do mundo. Colocando-o no centro das decisões mais importantes do século XX, o especialista Daniel Yergin, referência internacional no assunto, mostra de que maneira o petróleo influenciou guerras, suscitou transformações tecnológicas e gerou as maiores riquezas do planeta. Nesta edição revista, ampliada e ilustrada, povoada por nomes como Churchill, Hitler, Stálin e Saddam Hussein, o leitor brasileiro poderá encontrar também um epílogo com informações essenciais sobre o contexto brasileiro e as perspectivas do pré-sal.

Sinopse: Nesta comovente história sobre o caminho da raiva para a não violência, você vai conhecer dez lições essenciais ensinadas por Mahatma Gandhi a seu neto Arun. Tratados com a leveza do olhar de um jovem, temas universais como formação da identidade, gerenciamento da raiva, depressão, solidão, amizade e família ganham a luz dos ensinamentos do maior líder pacifista de nosso tempo. Em A virtude da raiva, Arun Gandhi nos mostra como a compreensão e a luta pela justiça são a resposta tanto na hora de lidar com questões que parecem prosaicas e cotidianas, quanto frente aos principais problemas que assolam a política mundial. Este é um livro poderoso e profundo, com maravilhosos insights sobre como lidar com nossos maiores conflitos e viver com integridade e paz interior.

A Virtude da Raiva – (Arun Gandhi/Editora Sextante)

Grande Sertão: Veredas - (João Guimarães Rosa/Editora Nova Fronteira)

Sinopse: Nesta obra de Guimarães Rosa, o sertão é visto e vivido de uma maneira subjetiva e profunda, e não apenas como uma paisagem a ser descrita, ou como uma série de costumes que parecem pitorescos. Sua visão resulta de um processo de integração total entre o autor e a temática, e dessa integração a linguagem é o reflexo principal. Para contar o sertão, Guimarães Rosa utiliza-se do idioma do próprio sertão, falado por Riobaldo em sua extensa e perturbadora narrativa. Encontramos em ´Grande Sertão-Veredas´ dimensões universais da condição humana – o amor, a morte, o sofrimento, o ódio, a alegria – retratadas através das lembranças do jagunço em suas aventuras no sertão mítico, e de seu amor impossível por Diadorim.

Sinopse: Dois mil anos atrás, um pregador judeu atravessou a Galileia realizando milagres e reunindo seguidores para estabelecer o que chamou de ´Reino de Deus´. Assim, lançou um movimento revolucionário tão ameaçador à ordem estabelecida que foi capturado, torturado e executado como um criminoso de Estado. Seu nome era Jesus de Nazaré. Poucas décadas após sua morte, seus seguidores o chamariam de ´o filho de Deus´. O escritor e especialista em religião Reza Aslan mergulha na turbulenta época em que Jesus viveu, reconstruindo com maestria a Palestina do século I em busca do Jesus histórico. Ao fazê-lo, encontra um rebelde carismático que desafiava as autoridades de Roma e a alta hierarquia religiosa judaica – um dos chamados zelotas, nacionalistas radicais que consideravam dever de todo judeu combater a ocupação romana. Aslan descreve um homem cheio de convicção, paixão e contradições; e aborda as razões por que a Igreja cristã preferiu promover a imagem de Jesus como um mestre espiritual pacífico em vez do revolucionário politicamente conscientizado que ele foi. ´Zelota´ oferece uma nova perspectiva sobre aquela que talvez seja a história mais extraordinária da humanidade.

Zelota - (Reza Aslan/Editora Zahar)

O Lulismo em Crise - (André Singer/Companhia das Letras)

Sinopse: Em O lulismo em crise, André Singer enfrenta o desafio de remontar o quebra-cabeça dos anos em que Dilma Rousseff foi presidente da república e apresenta uma interpretação original para o funcionamento do sistema político-partidário brasileiro. Com prosa límpida e argumentação rigorosa, Singer explica por que o afastamento de duas vigas estruturantes do arranjo lulista — a relação com o capital financeiro e com o PMDB, o “partido do interior” — teve custo tão alto. Onças foram cutucadas com varas curtas, sem que tivesse havido mobilização de bases sociais que apoiassem a continuidade do lulismo, em sua nova versão, de reformismo forte. Em processo simultâneo, a Lava Jato acabou por galvanizar apoio de significativas frações da sociedade, tornando-se decisiva na propagação das ondas antilulistas que levariam ao impeachment. Reconstruindo de maneira minuciosa o que chama de ensaio desenvolvimentista e ensaio republicano tentados por Dilma, o autor apresenta as razões pelas quais acabou vencedora a fórmula do senador Romero Jucá do “acordo nacional”, “com o Supremo, com tudo” para derrubar a presidente.

Sinopse: Um clássico do pensamento social brasileiro que confere visibilidade à “ralé brasileira”, uma “classe social” jamais percebida enquanto “classe” entre nós, ou seja, nunca percebida como possuindo uma gênese social e um destino comum, e vista apenas como “conjuntos de indivíduos” carentes ou perigosos. Com base em uma profunda e consistente pesquisa empírica, este livro procura recontar, na dimensão da vida cotidiana, o drama existencial e familiar dos tipos sociais mais encontrados na ralé brasileira. Essa é uma “novela” a que os brasileiros ainda não assistiram. O livro também mostra como chegamos a construir uma ciência social dominante conservadora, e, mais ainda, a partir dela, um debate público servil ao economicismo hegemônico, que mais esconde que revela dos nossos conflitos sociais mais importantes. Trata-se de leitura obrigatória a todas as brasileiras e brasileiros que desejam compreender verdadeiramente a sua sociedade.

A Ralé Brasileira - (Jessé Souza/Editora Contracorrente)

Cartas da prisão de Nelson Mandela - (Nelson Mandela/Editora Todavia)

Sinopse: Cartas da prisão de Nelson Mandela é uma obra histórica: a primeira – e única – coleção autorizada de correspondências que abarca os vinte e sete anos em que o líder sul-africano esteve encarcerado. Lançada simultaneamente em diversos países, a publicação celebra o centenário de Mandela. Comoventes, fervorosas, arrebatadoras e sempre inspiradoras, as mais de duzentas cartas – muitas das quais nunca vistas pelo público – foram reunidas a partir de coleções públicas e privadas. O livro inclui um prefácio escrito por Zamaswazi Dlamini-Mandela, neta do grande líder. Um retrato íntimo de um ativista político que também era marido devoto, pai afetuoso, aluno dedicado e amigo fiel.

Sinopse: Em ‘Sobre a China’, Henry Kissinger escreve a respeito de um país que conhece intimamente e cujas relações modernas com o Ocidente ajudou a moldar. Lançando mão de relatos históricos e de suas conversas com diversos líderes chineses durante um período de quarenta anos, o autor examina como a China abordou a diplomacia, a estratégia e a negociação através de sua História, e busca refletir sobre as consequências do seu crescimento acelerado para a balança do poder no século XXI.

Sobre a China - (Henry Kissinger/Editora Objetiva)

Conselhos de um Papa amigo - (Andrea Tornielli e‎ Domenico Agasso Jr./Editora Canção Nova)

Sinopse: Papa Francisco se apresenta como o “Papa amigo” , que está sempre oferecendo conselhos para a nossa vida pessoal, social, em família e de Igreja. Este livro reúne inesquecíveis conselhos do Papa Francisco, verdadeiros tesouros para a Igreja e para a humanidade.

Sinopse: Esta edição de Contos e poemas de Mário de Andrade, selecionados por Cláudia de Arruda Campos, Enid Yatsuda Frederico, Walnice Nogueira Galvão e Zenir Campos Reis, coordenadores da Coleção Literatura da Editora Expressão Popular, reúne narrativas e poéticas do autor cujo tema central é a vida da classe trabalhadora brasileira. Os textos foram selecionados dos títulos Os contos de Belazarte (1934), Contos novos (1947) e Poesias completas. De acordo com o objetivo desta coleção de garantir o direito à literatura e de estimular a leitura compartilhada, esta edição contêm textos para contribuição ao entendimento dos textos do autor modernista. Maria Célia Paullilo trata do percurso biográfico de Mário de Andrade como líder do movimento Modernista de 1922 e os recursos modernistas utilizados tanto na forma quanto no conteúdo dos contos. Cláudia de Arruda Campos faz uma análise do contexto literário e das experimentações estéticas modernistas que contribui para a interpretação dos poemas. E Ivone Daré Rabello abre as portas do universo literário de Mário de Andrade com a chave de Antonio Cândido: “a dialética do local e do cosmopolita”, uma apaixonante visão sobre a reinvenção literária da realidade social brasileira em seus diferentes cenários regionais. E um olhar sobre a visão solidariedade de Mário de Andrade em relação ao povo brasileiro e suas expressões culturais e artísticas.

Contos e Poemas - (Mário de Andrade/Editora Expressão Popular)

Em busca do desenvolvimento perdido - (Bresser-Pereira/Editora FGV)

Sinopse: O objetivo deste pequeno livro é discutir a economia brasileira desde 1990, quando o regime de política econômica desenvolvimentista foi abandonado e o país começou a instalar um regime de política econômica liberal. É discuti-la e, principalmente, definir um projeto para o Brasil. Um projeto de desenvolvimento econômico claro e objetivo, que permita que políticos competentes, dotados de espírito republicano e solidários com seu povo, façam a crítica do liberalismo econômico e do desenvolvimentismo incompetente, e liderem o Brasil de volta ao desenvolvimento perdido.

Sinopse: Enfim, a história completa: Joaquim José da Silva Xavier, O Tiradentes, ganha sua primeira biografia moderna. Apropriada para os mais diferentes fins desde o começo do período republicano, a figura de Tiradentes adquiriu o status de mito, mas curiosamente não havia ainda uma narrativa histórica que tivesse por centro a sua vida. Um das causas dessa ausência é sem dúvida a parca documentação disponível sobre o “mártir da Inconfidência”.É de grande dimensão o resultado obtido por Lucas Figueiredo: com recurso a uma pesquisa abrangente em acervos nacionais e estrangeiros, e às descobertas mais recentes da historiografia, o autor reconstitui a trajetória do alferes, desde a sua experiência familiar, os anos de juventude, quando foi mascate, o trabalho no baixo escalão dos oficiais —, enfrentando as engrenagens da burocracia estatal —, o ofício paralelo de tratar (e tirar) dentes, até seu envolvimento na Conjuração Mineira. Em paralelo, descortina-se um retrato vívido das Minas Gerais e do Rio de Janeiro do século XVIII: seus personagens, acontecimentos, e a circulação dos ideais revolucionários.Deixando para trás as especulações e os relatos fabricados, e unindo verve literária e rigor histórico, este livro é um trabalho ímpar de investigação, que dá a Tiradentes a dimensão humana apagada na formação de sua história.

O Tiradentes: uma biografia de Joaquim José da Silva Xavier - (Lucas Figueiredo/Companhia das Letras)

Vontade Popular e Democracia - (Eugênio José Guilherme de Aragão, Gabriela Shizue Soares de Araujo, José Francisco Siqueira Neto, Wilson Ramos Filho/Editora Canal 6)

Sinopse: Os advogados Wilson Ramos Filhos, Eugênio de Aragão, Gabriela de Araújo e José Francisco Siqueira Neto organizaram o livro “Vontade Popular e Democracia: Candidatura Lula?” com quase 300 páginas de 36 artigos de diversos intelectuais que analisam a situação de Luiz Inácio Lula da Silva, o papel das instituições e agentes públicos no impedimento de sua candidatura à Presidência da República. O prefácio é assinado pelo jornalista e escritor Fernando Morais e abre o debate para a atual conjuntura mirando o futuro. Entre os temas abordados estão a Lei da Ficha Limpa, os direitos políticos do ex-presidente, a democracia e o poder judiciário. Depois do sucesso das séries sobre o golpe, como as edições da “Enciclopédia do Golpe”, esta obra “continua cumprindo o papel que nos propormos a exercer”, segundo Wilson Ramos Filhos.

Sinopse: Mais de trinta anos após a publicação das Memórias (1979), de Gregório Bezerra, o lendário ícone da resistência à ditadura militar é homenageado com o lançamento de sua autobiografia pela Boitempo Editorial, acrescida de fotografias e textos inéditos, e em um único volume. O livro conta com a contribuição decisiva de Jurandir Bezerra, filho de Gregório, que conservou a memória de seu pai; da historiadora Anita Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, que assina a apresentação da nova edição; de Ferreira Gullar na quarta capa; e de Roberto Arrais no texto de orelha. Há também a inclusão de depoimentos de Oscar Niemeyer, Ziraldo, da adovogada Mércia Albuquerque e do governador de Pernambuco (e neto de Miguel Arrais) Eduardo Campos, entre muitos outros.  Em Memórias, o líder comunista repassa sua impressionante trajetória de vida e resgata um período rico da história política brasileira. O depoimento abrange o período entre seu nascimento (1900) até a libertação da prisão em troca do embaixador americano sequestrado, em 1969, e termina com sua chegada à União Soviética, onde permaneceria até a Anistia, em 1979. No exílio começou a escrever sua autobiografia. Nascido em Panelas, no Agreste pernambucano, a 180 km de Recife, Gregório era filho de camponeses pobres, que perdeu ainda na infância, e com cinco anos de idade já trabalhava com a enxada na lavoura de cana-de-açúcar. Analfabeto até os 25 anos de idade e militante desde as primeiras movimentações de trabalhadores influenciados pela Revolução Russa de 1917, Bezerra teve papel de destaque em importantes momentos políticos da esquerda brasileira, e por conta disso totalizou 23 anos de cárcere em diversos presídios e épocas. Foi deputado federal (o mais votado em 1946) pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), ferrenho combatente do regime militar, e por essa razão protagonizou uma das cenas mais brutais da recém-instalada ditadura pós-golpe de 1964: capturado, foi arrastado por seus algozes pelas ruas do Recife, com as imagens tendo sido veiculadas pela TV no então Repórter Esso. A selvageria causou tamanha comoção que os registros da tortura jamais foram encontrados nos arquivos do exército. Apesar da dura realidade, Gregório jamais cultivou o ódio ou o rancor. Era por todos considerado um homem doce, generoso. Não foi um homem de letras, mas um grande observador e um brilhante contador de histórias. Assim é que suas páginas são narradas, sem afetações ou hipocrisia, passando pelo interior da mata e do agreste nos tempos de estiagem e seca, pelo Recife, o exílio na União Soviética, a militância no PCB. Dizia ele: “Não luto contra pessoas, luto contra o sistema que explora e esmaga a maioria do povo”. Em 1983, o Brasil perdeu este que foi um de seus grandes defensores. Para sorte dos que estavam por vir, porém, ele deixou suas memórias recheadas de verdades e esperanças e que, acima de tudo, representam a história de muitos outros “Gregórios” que transformaram o seu destino na luta para transformar a realidade instituída.

Memórias - (Gregório Bezerra/Editora Boitempo)

Governos do PT: um legado para o futuro - (Aloizio Mercadante e Marcelo Zero/Editora Fundação Perseu Abramo)

Sinopse: “Este livro insere-se num esforço para revelar e analisar o legado dos governos do PT. Não apenas para mostrar o que foi feito no passado, mas fundamentalmente para revelar o que pode ser feito no futuro. É nosso sólido entendimento de que, se o Brasil quiser superar o golpe, a destruição do Estado e do mundo do trabalho, suas medidas extremamente regressivas e promover um novo ciclo de desenvolvimento, a base para tal superação tem de ser assentada nesse legado” – Dilma Rousseff, presidenta do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo.

O post Veja os últimos livros lidos por Lula na prisão – e as respectivas sinopses apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Fernando Haddad desmente ter articulado politicamente com Ciro Gomes https://nocaute.blog.br/2018/04/24/fernando-haddad-desmente/ https://nocaute.blog.br/2018/04/24/fernando-haddad-desmente/#comments Tue, 24 Apr 2018 15:44:22 +0000 https://www.nocaute.blog.br/?p=19710 Em entrevista exclusiva ao Nocaute o ex-prefeito de São Paulo revelou que se tratava de um seminário sobre Economia, do qual participavam, entre outros, os ex-ministros Delfim Netto e Bresser Pereira.

O post Fernando Haddad desmente ter articulado politicamente com Ciro Gomes apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Em entrevista telefônica ao Nocaute no começo da tarde desta terça feira (24), o ex-prefeito Fernando Haddad negou com veemência que tenha havido qualquer conversação entre ele e Ciro Gomes a respeito da “unidade de centro-esquerda”, como anunciou o jornal Folha de S.Paulo.
Haddad revelou que tratava sobre um seminário de Economia, do qual participavam, entre outros, os ex-ministros Delfim Netto e Bresser Pereira. Segundo o ex-prefeito, o nome de Joaquim Barbosa surgiu quando algum dos presentes se perguntou quais seriam as ideias do ex-ministro do STF sobre economia. “A tendência é que, na economia, ele se limite a repetir a receita liberal de sempre. E disso o Brasil não precisa”, afirmou Bresser Pereira.
O Nocaute entrou em contato com assessoria de Ciro Gomes que preferiu não se manifestar sobre o assunto.
José Dirceu: o fio da história do Brasil não é o fio das forças da direita. 
Mais cedo o ex-prefeito já havia desmentido a informação da Folha de São Paulo em sua conta no twitter.

O post Fernando Haddad desmente ter articulado politicamente com Ciro Gomes apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
https://nocaute.blog.br/2018/04/24/fernando-haddad-desmente/feed/ 9