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O papel do jornal

Há exatamente 46 anos, em um 11 de setembro, a redação do saudoso Jornal do Brasil estava em ebulição. Enquanto o Palácio de La Moneda era bombardeado em Santiago e o golpe militar no Chile se consolidava, com a morte do presidente Salvador Allende, um grupo de jornalistas do JB corria contra o tempo para tentar resolver um impasse: Como noticiar, à altura, a tragédia daquele golpe militar? Aqui no Brasil, sob a ditadura no período Médici, a imprensa estava rigorosamente censurada. Os militares proibiram manchetes e fotos sobre o golpe no Chile. Na redação do JB, corações batiam mais forte, a pressão arterial de alguns daqueles jornalistas com certeza atingiu os píncaros.

No dia seguinte, 12 de setembro de 1973, as bancas de jornais exibiam uma primeira página histórica do JB, brilhante. Sem manchete e sem fotos, como os censores determinaram, mas toda ela sobre o golpe no Chile, em corpo 24.

Nunca será demais recordar, principalmente no momento em que aquele golpe sangrento e os torturadores que assassinaram tanta gente no Chile são exaltados pelo atual ocupante do Palácio do Planalto.