Abaixo da cintura
"Com esse tipo de gente não adianta querer argumentar e propor um “acordo ético”, como fez Haddad na segunda-feira, para evitar a disseminação criminosa das fake news. É como entrar num presídio rebelado e propor um pacto de boa convivência entre as facções que estão se matando. Em resposta pelo twitter, o capitão veio com os dois pés no peito do adversário, a quem chamou de “pau mandado de corrupto” e “canalha”. Mas nada disso me espanta mais. É daí para baixo, e é só o começo. Se Haddad insistir no bom mocismo, pode ter o mesmo destino de Alckmin, que nas eleições de 2006 teve menos votos no segundo turno do que no primeiro, ao ser derrotado por Lula".
Denise Silva Macedo says:
O 2o. turno não será uma simples disputa de projetos opostos. O fascismo não tem projeto político. Tem golpes, tem manipulação, tem agressão, tem impeachment e prisão sem prova e aposta numa profunda alienação, num profundo antipetismo e numa profunda ignorância, sistematicamente construidos pela mídia e por outros aparelhos ideológicos do Estado, agora, unidos ao discurso dos aparelhos repressivos do Estado. É bom o PT perceber logo que o bom mocismo não vai derrotar o fascismo no 2o. turno. Bolsonaro é um monstro criado. Agora é luta, não é a repetição da campanha que foi feita até aqui. Espero que os partidos progressistas tenham outra estratégia, radical, à altura do desafio que se impõe.
Netho says:
O processo eleitoral do segundo turno transformou-se em uma luta mortal.
Até agora o PT e Haddad foram os que menos fustigaram o adversário.
Só Boulos e Ciro disseram o que o adversário verdadeiramente representa.
Haddad e o PT fariam melhor se desistissem da candidatura, para que Ciro assuma a confrontação final, para a qual Haddad nunca esteve nem poderia estar preparado.
Além de um político muito pouco experimentado, também está mais para FHC do que para o lutador que a hora exige: uma luta quase corporal na reta final.
Até esquecer do décimo terceiro para o bolsa família o PT e Haddad esqueceram.
Deixaram aberto o flanco dos despossuídos, sobretudo no Nordeste, por onde astuciosamente o esbirro da ditadura encaixou um golpe de enorme impacto para fazer sangrar ainda mais os votos petistas.
O único fato novo capaz de impactar e produzir uma reviravolta eleitoral que aponta para a derrota de Haddad é a desistência da candidatura, com a entrada de Ciro Gomes para esmagar a volta do filhote pródigo da ditadura.
Haddad nunca foi nem poderia ser um candidato viável para superar o antipetismo e sobrepujar o fascismo.
Isso seria uma tarefa que só um Brizola redivivo seria capaz de operar.
Na ausência de Brizola, um Ciro Gomes seria suficiente para o duelo final.
A lei eleitoral permite a desistência e essa manobra de mestre inverteria a próxima pesquisa em menos de uma semana.
Os números das pesquisas sempre demonstraram o efeito-Ciro sobre todos os adversários.
Agora, mais do que nunca, chegou a hora de virar o jogo.
Com Haddad, nenhuma Inês sobreviverá.
E a derrota do lulo-petismo será humilhante e devastadora.