Paulo Nogueira Batista Jr. – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Mon, 20 Apr 2020 23:59:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.4 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png Paulo Nogueira Batista Jr. – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br 32 32 A socialização dos prejuízos durante a crise https://nocaute.blog.br/2020/04/20/a-socializacao-dos-prejuizos-durante-a-crise/ Mon, 20 Apr 2020 23:59:11 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64237 O economista Paulo Nogueira Batista Jr. fala sobre a reviravolta no debate econômico brasileiro trazida pela crise do coronavírus. Criou-se um consenso quanto à urgência da ampliação do gasto público. Mas precisamos estar atentos à questão distributiva. Quem está recebendo os recursos adicionais? As medidas tomadas nesta crise podem acabar resultando em uma socialização dos prejuízos e uma concentração adicional da renda e da riqueza no país.

O post A socialização dos prejuízos durante a crise apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
O economista Paulo Nogueira Batista Jr. fala sobre a reviravolta no debate econômico brasileiro trazida pela crise do coronavírus. Criou-se um consenso quanto à urgência da ampliação do gasto público. Mas precisamos estar atentos à questão distributiva. Quem está recebendo os recursos adicionais? As medidas tomadas nesta crise podem acabar resultando em uma socialização dos prejuízos e uma concentração adicional da renda e da riqueza no país.

O post A socialização dos prejuízos durante a crise apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Macroeconomia na crise de 2020: dívida pública, política monetária e bancos privados¹ https://nocaute.blog.br/2020/04/20/macroeconomia-na-crise-de-2020-divida-publica-politica-monetaria-e-bancos-privados%c2%b9/ Mon, 20 Apr 2020 14:07:49 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=64168 O debate econômico no Brasil mudou muito nos meses recentes, mas ainda está engatinhando em face da dimensão avassaladora da crise. Logo nos primeiros momentos, estabeleceu-se virtual unanimidade quanto à urgência de uma rápida e substancial ampliação do gasto público. “Somos todos keynesianos agora”, repetiu-se urbi et orbi.

O post Macroeconomia na crise de 2020: dívida pública, política monetária e bancos privados¹ apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
O debate econômico no Brasil mudou muito nos meses recentes, mas ainda está engatinhando em face da dimensão avassaladora da crise. Logo nos primeiros momentos, estabeleceu-se virtual unanimidade quanto à urgência de uma rápida e substancial ampliação do gasto público. “Somos todos keynesianos agora”, repetiu-se urbi et orbi. Ora, como dizia Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra – e esta não escapa à regra rodrigueana.

Chamou a atenção a desfaçatez com que economistas ortodoxos (de galinheiro, claro) passaram subitamente a clamar por intervenção estatal e políticas macroeconômicas expansionistas – não keynesianas, diga-se, mas hiperkeynesianas. Até mesmo aqueles que insistiam em proclamar, há pouco tempo, que o Estado brasileiro estava “quebrado” deram para pregar que a salvação da economia nacional dependia agora deste mesmíssimo Estado quebrado. Ironias da história.

Galbraith tinha toda razão em dizer que o humor é, sempre e em toda parte, uma ferramenta indispensável para a análise econômica. No Brasil, os varões de Plutarco de galinheiro, proeminentes e inveterados arautos da austeridade fiscal e monetária, defendem de repente imediato aumento do gasto e da moeda. Não se dão ao trabalho de explicar ao distinto público o que autoriza tamanha reviravolta de recomendações. Tampouco explicam por que se pode tolerar e até exigir um crescimento do déficit fiscal, da dívida pública e do passivo monetário do Banco Central. 

Aí tem … A unanimidade é burra porque, tal como a estatística e o bikini, esconde o essencial. No caso em tela, ela joga o foco sobre uma questão de ordem macroeconômica – a estabilização da demanda agregada e do nível de atividade – e desvia atenção de uma outra dimensão essencial – a questão distributiva. Protegida pela mídia, a ortodoxia de galinheiro lança ao mar o que lhe restava de coerência e aparência de seriedade, correndo sofregamente para garantir o essencial – uma tremenda socialização de prejuízos por meio de medidas de política fiscal e, em especial, da ação do Banco Central. 

Corremos o risco de experimentar uma concentração brutal da renda e da riqueza – isto num país que já exibe uma das piores distribuições do planeta. O risco não pode ser negligenciado, como diria um inglês das antigas. Não há controle nem transparência suficientes. A opinião pública, alarmada com a pandemia, e distraída pelo comportamento aberrante do presidente da República, não percebe ou não consegue entender o que estão armando. 

Tentarei oferecer aqui algumas explicações, sem a pretensão de ser exaustivo, ou mesmo totalmente certeiro. A confusão é grande e não é nada fácil acompanhar a avalanche de notícias, medidas e providência, misturadas com fake news, debates politiqueiros e desinformação, tanto do lado do governo como dos seus críticos. 

Vamos por parte, como faria “Jack the Ripper”. 

A expansão do déficit e do endividamento públicos – quem se beneficia?

Primeiro ponto: não basta exigir a expansão do gasto, da dívida e da moeda. A exigência é correta, mas deixa em aberto perguntas básicas: para onde estão indo os recursos liberados? quem é atendido, quem deixa de ser? qual a sua eficiência em termos de estabilização da economia?

Os gastos realizados e a moeda posta em circulação têm destinatários e constituem obrigações estatais. A moeda primária é um passivo que não carrega juros, mas a dívida implica, em condições normais, um fluxo de encargos financeiros. Infelizmente, a maior parte do gasto público adicional será coberta por ampliação do endividamento. Não será surpreendente se, depois da crise, a dívida bruta do setor público (excluindo a base monetária e incluindo estados e municípios) se aproximar da marca de 100% do PIB. Portanto, passada a pandemia, o debate sobre austeridade será retomado sem muita demora. Os de sempre apontarão, alarmados e não inteiramente sem razão, para a dívida pública tremendamente aumentada e para o tamanho inflado do balanço do Banco Central. Ouviremos de novo o coro: “O Estado ‘quebrou’”, “é urgente cortar despesas”, “é preciso restabelecer a normalidade da política monetária e desinchar o ativo do Banco Central” etc. Acenarão com ameaças de volta da inflação e de desordem fiscal e financeira.

A urgência do momento atual não permite muito refinamento. Respostas rápidas serão indispensáveis, erros e tropeços, inevitáveis. Contudo, não se pode perder inteiramente de vista a dimensão de médio e longo prazos, ainda que toda crise traga sempre um encurtamento de horizontes.  

É importante perguntar desde logo: como ficarão as finanças governamentais no pós-crise? Em especial: será possível evitar, após a crise, o crescimento contínuo da dívida como proporção da receita tributária e do PIB? A questão só seria facilmente solucionável se o Brasil convergisse para taxas de juro baixas ou próximas de zero, a exemplo do que se observa em diversos países desenvolvidos, mesmo antes da pandemia. Nesse cenário, mesmo com crescimento modesto da economia seria perfeitamente factível estabilizar a razão dívida/PIB ou dívida/receita fiscal.

O mais provável, entretanto, é que as finanças públicas pós-crise se caracterizem pelos seguintes traços, entre outros: a) uma relação dívida/PIB muito maior do que antes da crise; b) taxas reais de juro positivas; e c) taxas de crescimento do PIB modestas, possivelmente prejudicadas pelo retorno de políticas de austeridade fiscal e por certa “normalização” da política monetária. 

Se isto for verdadeiro, é especialmente recomendável usar o recurso da expansão do endividamento público de forma inteligente e justa durante a crise. As despesas relacionadas diretamente ao combate à pandemia têm prioridade absoluta, claro. Mas, além disso, é essencial, por exemplo, ampliar gastos que se destinem a setores com alta propensão a consumir, notadamente transferências sociais a setores de baixa renda. Esse tipo de gasto mata dois coelhos com uma cajadada (algo relativamente raro em economia, dominada por trade offs): não só socorre os mais necessitados, como é mais eficiente na sustentação da demanda efetiva. Em outras palavras, alcança-se com um dado aumento da dívida pública um resultado melhor em termos de distribuição social da renda e um impacto maior sobre a atividade econômica. Outra prioridade é ampliar, sempre que as precauções quanto à saúde pública permitam, os investimentos de infraestrutura. Esses investimentos, como se sabe, têm a dupla vantagem de estimular, por um lado, a demanda e o emprego correntes e, por outro, de ampliar a oferta agregada da economia e o seu produto potencial.

Inversamente, gastos e injeções de recursos que beneficiem setores de alta renda e riqueza não só agravam a já elevada concentração de renda no país, mas produzem em geral menos efeitos em termos de sustentação da demanda. Isso vale, a fortiori, para medidas que estão sendo (ou podem ser) tomadas pelo Banco Central. Pouco ajuda encharcar os bancos de liquidez, de forma horizontal. Um exemplo disso é a decisão de reduzir os depósitos compulsórios dos bancos no Banco Central. Sem direcionamento e contrapartidas claramente estabelecidas, os compulsórios liberados irão simplesmente engordar o colchão de liquidez dos bancos. Estes, principalmente os privados, tendem a um comportamento pró-cíclico. Mostram-se mais propensos a emprestar quando a economia está aquecida, os lucros elevados e os riscos menores. Tendem a se retrair quando a economia entra em recessão, os lucros caem e os riscos aumentam. Ou seja: o sistema bancário segue a corrente, agravando as tendências em curso, inclusive as problemáticas, como aquecimento excessivo ou contrações perigosas. Em momentos como o atual, em tempo de recessão e ameaça de depressão, o crédito privado se torna escasso e caro.

Desse modo, a única consequência prática da diminuição dos compulsórios é a mudança para pior da composição da dívida pública. Os recursos liberados não são direcionados ao crédito, mas aplicados pelos bancos em títulos públicos. Cai um passivo relativamente barato e sob controle do Estado – os depósitos compulsórios dos bancos junto à autoridade monetária – e sobe na mesma medida um passivo mais caro e de prazo curto: o estoque de dívida pública mobiliária em poder do mercado. Aumentam, assim, os resultados dos bancos à custa das finanças governamentais. Como o crédito bancário não cresce ou quase não cresce, pouco ou nada se alcança em termos de estabilização da demanda efetiva. Renda flui para os bancos e seus proprietários, e não circula. Principais resultados em poucas palavras: aumento da dívida do Tesouro, mudança e encarecimento do passivo consolidado do Tesouro e Banco Central, aumento da liquidez e dos lucros dos bancos, ausência de efeitos sobre a demanda e o crédito. 

Temos aí, em apertada síntese, como dizem os advogados, um exemplo do tipo de política anticrise que não é recomendável e virá certamente dificultar a retomada da economia no pós-crise.

A captura do regulador pelos regulados

Essas considerações apontam para riscos que são, tudo indica, especialmente relevantes para o Brasil e, mais ainda, para o Brasil em tempos de crise. O banco central brasileiro tem historicamente uma relação de dependência com os bancos. Deveria supervisionar e regular o sistema bancário, com isenção e autonomia em relação a interesses financeiros privados, mas não alcança senão parcialmente esses objetivos. 

Esse é um dos temas abordados em livro que publiquei recentemente (O Brasil não cabe no quintal de ninguém, editora LeYa, 2019), onde argumento que a forma habitual de constituição da diretoria do Banco Central torna a instituição vulnerável à influência dos bancos que deveria regular, com prejuízo para o interesse público. É a chamada porta giratória. O fenômeno não é exclusivamente brasileiro; nos Estados Unidos fala-se da revolving door. Mas aqui o problema se manifesta de forma particularmente clara. Executivos oriundos do mercado financeiro privado, e destinados a retornar a ele, são chamados a integrar a diretoria do Banco Central e tendem a dominá-la. No exercício do cargo de presidente ou diretor do Banco Central são obrigados, por assim dizer, a dançar conforme a música – no interesse, claro, do seu retorno a funções ainda mais prestigiadas e bem-remuneradas em instituições financeiras privadas. Trata-se, em última análise, de uma forma sutil e intransparente de corrupção – palavra forte, porém apropriada, acredito. 

No governo Temer, por exemplo, o Banco Central foi presidido por Ilan Goldfayn, paquidérmica figura com origem no Itaú. Goldfayn deixou muito a desejar como presidente do Banco Central, como explico no livro acima citado, mas fez o necessário para deixar o cargo sob aplausos da mídia e da turma da bufunfa, aninhando-se depois de curta quarentena em confortável cargo no Credit Suisse. Foi substituído no comando do Banco Central por um executivo do Santander, Roberto Campos Neto, cujo destino após a passagem pelo setor público será – posso apostar – alguma sinecura no mercado financeiro privado. A previsão não é difícil – a turma da bufunfa cuida dos seus.

Pois é este ex-executivo do Santander que comanda o Banco Central na maior crise de que se tem notícia². Com o argumento de que precisa preservar a estabilidade do sistema financeiro e ajudar a salvar a economia da depressão, Campos Neto acionou diversos instrumentos e pediu autorização legal e constitucional para ampliar os mecanismos de intervenção da autoridade monetária, estendo-os inclusive à compra no mercado secundário de papéis de empresas não-financeiras. As medidas têm natureza horizontal e podem levar facilmente ao uso inapropriado dos recursos à disposição do Estado nacional. Na linha do que argumentei acima, essas medidas tendem a resultar em ampliação ou encarecimento da dívida pública, benefícios para os bancos e concentração da renda – sem ajudar em nada ou quase nada a estabilização dos níveis de atividade econômica e de emprego. O único emprego totalmente garantido por essas medidas é o emprego futuro do economista bufunfeiro que atualmente comanda o Banco Central. 

Tudo isso é absurdo, mas não inesperado. Sem controle de outras instâncias do setor público, recebendo basicamente carta branca, o Banco Central atuará em consonância com os lobbies bancários.  

É preocupante. Alarmante, na verdade. Cabe aos que prezam o interesse público usar todos os meios a seu alcance para impedir a continuação dessas práticas e abusos.   

O autor é economista, foi vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos BRICS em Xangai, e diretor executivo no FMI pelo Brasil e mais dez países. Acaba de lançar pela editora LeYa o livro O Brasil não cabe no quintal de ninguém.

E-mail: [email protected]

Twitter: @paulonbjr

Canal YouTube: youtube.nogueirabatista.com.br


² Um detalhe: o referido executivo é neto de Roberto Campos, economista liberal brilhante, polemista agressivo, porém menos radical na prática do que na teoria. Como ministro de Estado e homem público, Roberto Campos, o avô, sabia ser eclético quando necessário. Ficaria, imagino, horrorizado com o radicalismo doutrinário da equipe econômica de que faz parte seu neto. 

O post Macroeconomia na crise de 2020: dívida pública, política monetária e bancos privados¹ apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Como a crise vai agravar a concentração de riqueza no Brasil https://nocaute.blog.br/2020/04/13/como-a-crise-vai-agravar-a-concentracao-de-riqueza-no-brasil/ Mon, 13 Apr 2020 23:28:29 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=63776 O economista Paulo Nogueira Batista Jr. mostra como sob o pretexto de enfrentar a crise, o governo acentua o problema de concentração de renda no Brasil. Para tentar evitar o colapso econômico, Guedes libera mais dinheiro para os bancos que vão ampliar seus resultados sem gerar créditos adicionais que beneficiem a economia do país.

O post Como a crise vai agravar a concentração de riqueza no Brasil apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
O economista Paulo Nogueira Batista Jr. mostra como sob o pretexto de enfrentar a crise, o governo acentua o problema de concentração de renda no Brasil. Para tentar evitar o colapso econômico, Guedes libera mais dinheiro para os bancos que vão ampliar seus resultados sem gerar créditos adicionais que beneficiem a economia do país.  

O post Como a crise vai agravar a concentração de riqueza no Brasil apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
O jogo sujo de Bolsonaro https://nocaute.blog.br/2020/04/06/o-jogo-sujo-de-bolsonaro/ Mon, 06 Apr 2020 21:23:48 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=63404 O economista Paulo Nogueira Batista Jr. fala sobre a tentativa de Bolsonaro de minimizar o ônus político da crise do coronavírus. Ao invés de ações concretas para conter os danos, ele cria confusão, desrespeita a quarentena e aprofunda os riscos que todos corremos neste momento tão grave. Mais pra frente tentará jogar a culpa da crise econômica nos governadores e no Congresso.

O post O jogo sujo de Bolsonaro apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
O economista Paulo Nogueira Batista Jr. fala sobre a tentativa de Bolsonaro de minimizar o ônus político da crise do coronavírus. Ao invés de ações concretas para conter os danos, ele cria confusão, desrespeita a quarentena e aprofunda os riscos que todos corremos neste momento tão grave. Mais pra frente tentará jogar a culpa da crise econômica nos governadores e no Congresso. 

O post O jogo sujo de Bolsonaro apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Bolsonaro em declínio terminal?¹ https://nocaute.blog.br/2020/04/06/bolsonaro-em-declinio-terminal%c2%b9/ Mon, 06 Apr 2020 17:32:13 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=63375 A dupla crise da saúde pública e da economia pode vir a ser devastadora. A pandemia não está sob controle. A recessão é inevitável a esta altura, no Brasil e em grande parte da economia mundial. A questão é se será possível evitar uma grande depressão, como a que ocorreu na década de 1930.

O post Bolsonaro em declínio terminal?¹ apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
A dupla crise da saúde pública e da economia pode vir a ser devastadora. A pandemia não está sob controle. A recessão é inevitável a esta altura, no Brasil e em grande parte da economia mundial. A questão é se será possível evitar uma grande depressão, como a que ocorreu na década de 1930. 

E, no entanto, as piores desgraças têm o seu potencial positivo. É preciso saber enxergá-lo e, sobretudo, agir para transformá-lo em realidade. Graças à atuação de figuras excepcionais como Roosevelt, no campo político, e Keynes, no campo da economia, a crise dos anos 1930 foi aproveitada para mudar os paradigmas em termos de teoria e políticas econômicas e de políticas públicas em várias outras áreas. 

No caso do Brasil, abre-se a possiblidade de nos livrarmos do pior presidente que já tivemos. Por pior que fosse o seu desempenho – e foi terrível desde o início –, Bolsonaro não corria sérios riscos até fevereiro/março deste ano. Ao contrário, estava nadando de braçada e trabalhando o tempo todo para se reeleger em 2022. 

O choque monumental produzido pelo novo coronavírus e, em especial, a incompetência do presidente, escancarada na forma como vem reagindo ao desafio, provocou imenso desgaste. Cresceu o número e a importância dos seus adversários, inclusive sintomaticamente na direita e até na extrema direita. 

Vamos falar com total sinceridade. Muitos dos atuais opositores do governo, mesmo alguns que já clamam pela saída de Bolsonaro, não se mexiam até há pouco. As barbaridades contra a soberania nacional, os assalariados, a máquina pública, a educação, a cultura, o meio ambiente, a democracia eram muitas e graves – mas nada disso parecia sensibilizar grande parte da elite, que continuava sobretudo interessada nas chamadas “reformas estruturais” pregadas por Paulo Guedes e sua equipe. Elite do atraso, como cunhou Jessé Souza. 

Mas agora surgiu uma diferença fundamental: a inépcia de Bolsonaro coloca vidas em risco – certas vidas. Não vamos esquecer, leitor, que o novo coronavírus é uma doença de rico, no sentido de que ela atinge primeiramente os privilegiados, os viajados, os interconectados internacionalmente. Em outras palavras, é uma doença dos “globalizados” – foram eles os primeiros infectados e são eles os transmissores para o resto da população. Sintomático que a África Subsaariana, a região mais pobre do mundo, tenha sido pouco atingida até agora. Sintomático também que muitos políticos, empresários e celebridades façam parte da primeira leva de infectados e de vítimas letais. Sem querer ser cínico demais, cabe perguntar: se o Covid-19 atingisse apenas os pobres e periféricos, o alarme mundial seria tão intenso? As epidemias e pandemias podem ser democráticas.

Não quero de forma alguma negar a gravidade da pandemia, mas apenas frisar que, ao mostrar despreparo diante dessa ameaça, Bolsonaro entrou em rota de colisão com os ricos e privilegiados do país. Em consequência, nunca foi tão amplo o espectro de opositores, enfáticos ou não, declarados e não declarados. 

Previsões em política são tão ou mais difíceis do que em economia. Mesmo assim, arrisco fazer algumas considerações sobre o nosso futuro político. Uma pergunta que se pode fazer: persiste a ameaça de um golpe, que seria iniciado por Bolsonaro e seus aliados mais próximos? Creio que sim, ainda. Mas o risco parece ter diminuído. 

1 Versão ampliada de artigo publicado na Carta Capital em 3 de abril de 2020.

Também não é impossível um golpe sem Bolsonaro e contra ele, liderado por parte da cúpula das Forças Armadas. Mas se afigura certamente como muito problemático, pois a participação no movimento do presidente eleito seria essencial para dar-lhe alguma legitimidade e apoio popular. Recorde-se que os golpes no Brasil, o de 1964 e o de 2016, para mencionar os mais recentes, necessitam sempre de algum movimento popular ou, pelo menos, da mobilização de parte da classe média. De onde sairia o clamor para um golpe sem Bolsonaro e contra ele? 

Em todo o caso, o rápido enfraquecimento de Bolsonaro mudou o quadro. Como é remoto o passado recente, dizia Nelson Rodrigues. Há um ou dois meses, temia-se que Bolsonaro estivesse articulando um Plano B de derrubada da democracia, a ser acionado não de imediato, mas quando surgisse alguma ameaça grave a seu governo. Escrevi um artigo na Folha de S.Paulo, “Donald, I love you”, publicado em 16 de março, que discutia indicações de que este plano de contingência pudesse estar sendo construído com três pilares: a) a militarização do governo; b) o fortalecimento das milícias; e c) a construção de uma relação especial com o presidente Trump. Bolsonaro se desgastou muito, entretanto, e teria mais dificuldades de partir para uma confrontação. 

Dois dos pilares do plano B ficaram fragilizados. Há indícios, por exemplo, de que os militares, pelo menos os de alta patente, já não têm mais confiança em Bolsonaro. Não se sabe ao certo, mas é difícil acreditar que estariam dispostos a uma aventura golpista liderada por Bolsonaro. Por outro lado, as milícias continuam intactas e os policiais militares já mostraram seu potencial desestabilizador por ocasião das greves ilegais que fizeram recentemente em alguns Estados da Federação. Além disso, os oficiais de baixa patente estariam ao que parece mais propensos a apoiar uma aventura golpista encabeçada por Bolsonaro. Mesmo assim, não há, que eu saiba, precedente de golpe de Estado no Brasil que não tenha contado com a liderança ou pelo menos o beneplácito da cúpula das Forças Armadas, do Exército em especial.

Quanto a Trump, dificilmente terá tempo de dedicar atenção a Bolsonaro e seus dramas. Trump luta pela reeleição e enfrenta uma crise das mais graves de saúde pública. Não escapará de uma recessão em 2020, antes das eleições de novembro. E o presidente dos EUA certamente despreza o seu lacaio sul-americano. Americano não respeita (nem sequer entende) subserviência e concessões unilaterais. Imagino que esteja até irritado com este lacaio em particular, que se apresentou há pouco tempo na Flórida com uma comitiva integrada por nada menos que 23 membros infectados com o vírus, colocando em risco o presidente dos EUA, seus ministros e familiares. Como notou alguém, o Estado Islâmico bem que poderia designar o governo Bolsonaro como “parceiro estratégico”, por sua inquestionável capacidade de colocar em risco a Casa Branca.  

Quais são alguns cenários possíveis? Permita-me, leitor, descrever rapidamente três cenários de curto prazo. O mais favorável a Bolsonaro, e talvez o menos provável, é que ele consiga, apesar de tudo, atravessar a crise sem perder o apoio do seu “núcleo duro” – algo como digamos 25% a 30% do eleitorado. Se conseguir, poderá se preparar, passada a crise, para disputar com chances a reeleição em 2022. Mas o despreparo do presidente, que sempre foi visível, o torna incapaz de fazer face ao desafio. Uma erosão do apoio, mesmo de eleitores fiéis, parece inevitável.

O segundo cenário, impossível até pouco tempo, é a saída do presidente, por impeachment, interdição ou renúncia. Com as sucessivas truculências e imprudências, atitudes alopradas e irresponsáveis, criminosas mesmo, Bolsonaro se isola e abre flancos para a sua derrubada. A sua posição não está irremediavelmente perdida, mas ele corre riscos crescentes. As forças que historicamente derrubam presidentes no Brasil, desde o século passado, parecem cada vez mais propensas a aplicar os métodos e dispositivos existentes contra o presidente atual. 

Terceiro e último cenário: Bolsonaro continuaria, mas como “pato manco”, sem poder real ou com pouco poder real. Seria transformado em uma espécie de Rainha da Inglaterra, que reina, mas não governa. Ou nem sequer reina direito, limitando-se a uma figuração atabalhoada e folclórica. Alguns trabalham visivelmente com esse cenário como cenário base, como o mais provável – e já tentam implementá-lo. As iniciativas ou decisões migrariam, sempre que possível, para o Congresso, para o Judiciário, para ministros do governo (militares e civis) que gozem de certa autonomia em relação ao presidente e para os governadores e prefeitos. Essa solução pode parecer atraente, pois evita os traumas do impeachment, mas tem percalços evidentes. Um governo assim fragmentado e fatiado não seria eficiente em fazer face a uma crise como a que estamos começando a enfrentar. A liderança precisaria partir de um Executivo razoavelmente organizado e crível, sob comando do presidente da República.

Além disso, o cenário “pato manco” pressupõe algo difícil de ocorrer com Bolsonaro, isto é, que ele viesse a aceitar, de forma relativamente pacífica, que lhe colocassem a canga. O mais provável é que ele esperneie até o fim, tumultuando e talvez inviabilizando o trabalho dos que tentarem promover a interdição branca.

O louco não é manso. 

O autor é economista, foi vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos BRICS em Xangai, e diretor executivo no FMI pelo Brasil e mais dez países. Acaba de lançar pela editora LeYa o livro O Brasil não cabe no quintal de ninguém.

E-mail: [email protected]

Twitter: @paulonbjr

Canal YouTube: youtube.nogueirabatista.com.br

O post Bolsonaro em declínio terminal?¹ apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Bolsonaro dá com os burros n’água https://nocaute.blog.br/2020/03/30/bolsonaro-da-com-os-burros-nagua/ Mon, 30 Mar 2020 22:25:17 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=62909 Com a chegada do coronavírus, os planos de voo de Bolsonaro mudaram de rumo e deixaram o piloto sem destino. Incompetente, ele procura um rumo, mas pode acabar caindo. Em sua coluna semanal, o economista Paulo Nogueira Batista Jr, mostra a que ponto o presidente chegou.

O post Bolsonaro dá com os burros n’água apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Com a chegada do coronavírus, os planos de voo de Bolsonaro mudaram de rumo e deixaram o piloto sem destino. Incompetente, ele procura um rumo, mas pode acabar caindo. Em sua coluna semanal, o economista Paulo Nogueira Batista Jr, mostra a que ponto o presidente chegou.

O post Bolsonaro dá com os burros n’água apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Como combater o vírus sem parar a economia? https://nocaute.blog.br/2020/03/23/como-combater-o-virus-sem-parar-a-economia/ Mon, 23 Mar 2020 22:36:07 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=62496 O economista Paulo Nogueira Batista Jr. fala sobre o grande dilema enfrentado pelos governos hoje: combater a epidemia de forma efetiva e ao mesmo tempo preservar a atividade econômica. Defesa da renda, proteção dos mais vulneráveis, alívio tributário dos desfavorecidos e maior cobrança das altas rendas são as medidas que a maioria dos países vem adotando. “Apesar da precariedade do governo que temos, espero que essas ações sejam feitas aqui no Brasil.”

O post Como combater o vírus sem parar a economia? apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
O economista Paulo Nogueira Batista Jr. fala sobre o grande dilema enfrentado pelos governos hoje: combater a epidemia de forma efetiva e ao mesmo tempo preservar a atividade econômica. Defesa da renda, proteção dos mais vulneráveis, alívio tributário dos desfavorecidos e maior cobrança das altas rendas são as medidas que a maioria dos países vem adotando. “Apesar da precariedade do governo que temos, espero que essas ações sejam feitas aqui no Brasil.”

O post Como combater o vírus sem parar a economia? apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Debate econômico em tempos de crise: manipulação e falsa pluralidade¹ https://nocaute.blog.br/2020/03/23/debate-economico-em-tempos-de-crise-manipulacao-e-falsa-pluralidade/ Mon, 23 Mar 2020 15:02:43 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=62459 Gostaria hoje de ter uma conversa reservada com amigos e correligionários. Se algum bolsominion, pato, ou outro adversário qualquer, estiver extraviado por aqui neste momento, peço gentilmente que se retire.

O post Debate econômico em tempos de crise: manipulação e falsa pluralidade¹ apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Gostaria hoje de ter uma conversa reservada com amigos e correligionários. Se algum bolsominion, pato, ou outro adversário qualquer, estiver extraviado por aqui neste momento, peço gentilmente que se retire. 

Agradeço e prossigo. Queria alertar para a crescente sofisticação e variedade dos artifícios utilizados para controlar o debate público na área da economia. Esses artifícios aparecem, evidentemente, com ainda mais clareza no debate de temas político-partidários, e grande parte do que vou dizer se aplica a fortiori a esses temas. Mas vou me limitar a tratar de economia, área em que a manipulação adquire especial relevo em tempos de crise, como os atuais. 

Não é surpreendente que o debate econômico seja objeto de manipulação recorrente. Afinal, a discussão de temas econômicos é de importância política estratégica e não costuma ser deixada ao deus dará pelos donos do poder, menos ainda em épocas de instabilidade e turbulência. Ora, os donos do poder, desde o final do século 20, são primordialmente os integrantes da turma da bufunfa. Não sei se o leitor conhece o conceito. Trata-se da minha principal, talvez única, contribuição à literatura econômica. A turma da bufunfa, em apertada síntese, é um agrupamento razoavelmente coeso de banqueiros e financistas, acolitados por economistas e jornalistas, que se especializam em cultuar o vil metal. Pois bem, essa turma se dedica dia e noite, por dever de ofício, a distorcer a discussão dos temas de economia e finanças.  

Há formas de controlar o debate público que são muito conhecidas, entre elas o noticiário seletivo, a editorialização de reportagens, mesmo quando assinadas por jornalistas, e a exclusão de vozes críticas e independentes – que são condenadas à invisibilidade e “mandadas para a Sibéria”, como notava Leonel Brizola. 

No Brasil, sempre houve esse tipo de controle. Contudo, quando voltei ao país depois de mais de dez anos no exterior, encontrei o debate econômico brasileiro ainda mais viciado e submetido, ao mesmo tempo, a técnicas mais sutis de controle, incluindo com frequência artifícios antes mais comuns na mídia de países avançados, como os Estados Unidos.

Ente essas formas mais sutis de manipulação temos, por exemplo, a combinação da tradicional preponderância de vozes confiáveis, alinhadas aos preconceitos dominantes, com uma seleção cuidadosa das vozes discordantes. De um lado, economistas bufunfeiros, em esmagadora maioria, repetem sem cansar a vulgata ortodoxa, como é óbvio. Menos evidente é o fato de que, do outro lado, o espaço para divergências é destinado, sobretudo, a economistas heterodoxos com menos conhecimento e experiência – e mesmo assim só àqueles que se dispõem a prestar algumas homenagens aos consensos dominantes. 

Dessa maneira, o telespectador, ouvinte ou leitor incauto é iludido com uma falsa pluralidade que toma em uma frase a seguinte configuração: um grande número de vozes ortodoxas contrapostas a uma reduzida minoria de hereges relativamente mansos e incompetentes. 


 1. Versão ampliada de artigo publicado na Carta Capital em 20 de março de 2020.


Outro exemplo de manipulação sutil: quando a realidade se impõe com força irresistível, a ponto de tornar teses econômicas ortodoxas insustentáveis, inconvenientes ou até ridículas, chega a hora de escalar e dar espaço a economistas respeitáveis que se disponham a fazer “mea culpas”  e revisões parciais, aceitando a incorporação (sem direitos autorais ou citação de autores perigosos) de algumas teses heterodoxas tradicionais, e até meio batidas. 

A turma da bufunfa é tinhosa, leitor. Assim, celebra-se intensamente quando algum economista ortodoxo ou ligado ao mercado financeiro de repente descobre a pólvora e passa a defender a distribuição de renda, ainda que com argumentos um pouco suspeitos ou tortos. Ou quando aparece algum outro economista do mainstream reconhecendo que expansão monetária não é necessariamente inflacionária e proclamando que não cabe perseguir o equilíbrio fiscal a qualquer custo e em todas as circunstâncias. Ou, ainda, quando um terceiro pede a supressão de regras fiscais simplistas ou irracionais em nome do uso anticíclico da política fiscal. 

As emergências econômicas e políticas costumam produzir esses fenômenos que, como tudo que é humano, têm o seu lado cômico. Às vezes, o ortodoxo escalado para vir ao palco é ligeiramente incompetente e faz a reconversão doutrinária com certa dificuldade e erros elementares. Chega-se a abandonar da ortodoxia até o que ela tem de correto ou parcialmente correto! 

Por exemplo, de repente, a credibilidade não tem mais importância alguma, e a existência ou não de regras fiscais passa a ser apresentada como irrelevante. Propõe-se suprimir pura e simplesmente restrições fiscais constitucionais, adotadas inicialmente com grande alarde, sem levar na devida conta que a sua adoção cria irreversibilidades ou dificuldades de reversão – histerese, em suma. Ou, outro exemplo, assegura-se repentinamente ao distinto público, viciado por anos de propaganda em sentido contrário, que os déficits fiscais e a expansão monetária só acarretam risco de inflação quando o hiato do produto desaparece. Os agentes econômicos se tornam, curiosamente, incapazes de antecipar o futuro e formar expectativas. O financiamento do déficit fiscal, a rolagem da dívida pública e as suas ligações com o mercado cambial e o setor externo da economia – tudo isso, antes tão crucial, agora é revelado como simples erros de economistas desencaminhados pela ortodoxia. 

A ortodoxia é funesta, sem dúvida, e produz muitos desastres, como negar? Só que para descartá-la é preciso ter discernimento e capacidade de separar o joio do trigo.

Mas não importa, leitor. Todas essas sutilezas analíticas são eminentemente secundárias. O essencial é continuar dominando o debate público sobre temas essenciais. E só dar voz aos economistas que, em última análise, possam ser domesticados. 

Nós, heterodoxos e independentes, não podemos cair nessa esparrela e, ingenuamente, ficar repercutindo e elogiando manifestações ocasionais de racionalidade e equidade de economistas bufunfeiros – tanto mais que elas costumam vir coalhadas de afirmações duvidosas. Posso estar sendo um pouco sectário e intransigente, reconheço. Não cabe rejeitar a adesão dos recém-convertidos a teses que, para nós, são carne de vaca.  Não temos, a rigor, grandes certezas, nem estamos com essa bola toda. Mas é ou não é verdade que quem pratica o sectarismo com mais entusiasmo não somos nós, mas os serviçais da tenebrosa turma da bufunfa? 

Vamos dar boas-vindas aos cristãos novos, mas cum grano salis


O autor é economista, foi vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos BRICS em Xangai, e diretor executivo no FMI pelo Brasil e mais dez países. Acaba de lançar pela editora LeYa o livro O Brasil não cabe no quintal de ninguém.

E-mail: [email protected]

Twitter: @paulonbjr

Canal YouTube: youtube.nogueirabatista.com.br

O post Debate econômico em tempos de crise: manipulação e falsa pluralidade¹ apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Crises profundas trazem mudanças no pensamento econômico https://nocaute.blog.br/2020/03/16/crises-profundas-trazem-mudancas-no-pensamento-economico/ Mon, 16 Mar 2020 23:24:49 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=62034 O economista Paulo Nogueira Batista Jr. chama a atenção para um aspecto pouco comentado desta crise: “ela abala o pensamento econômico vigente e as certezas ortodoxas que costumam dominar o debate público e a ação dos governos. Muita gente será obrigada a rever seu pensamento e colocar dúvidas sobre supostos consensos econômicos que percorrem o planeta em busca de consumidores incautos”.

O post Crises profundas trazem mudanças no pensamento econômico apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
O economista Paulo Nogueira Batista Jr. chama a atenção para um aspecto pouco comentado desta crise: “ela abala o pensamento econômico vigente e as certezas ortodoxas que costumam dominar o debate público e a ação dos governos. Muita gente será obrigada a rever seu pensamento e colocar dúvidas sobre supostos consensos econômicos que percorrem o planeta em busca de consumidores incautos”. 

O post Crises profundas trazem mudanças no pensamento econômico apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Um vírus atropelou o mercado https://nocaute.blog.br/2020/03/09/um-virus-atropelou-o-mercado/ Mon, 09 Mar 2020 22:25:51 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=61636 Na coluna desta semana, o economista Paulo Nogueira Batista Jr. explica o atual pano de fundo dos mercados nacional e internacional. Além da fragilidade da economia mundial, que vinha nos últimos anos se manifestando de maneira cada vez mais nítida e do próprio coronavírus que afetou as expectativas dos mercados, vivemos o ‘momento Minsky’, quando há uma abrupta e duradoura reversão dos mercados financeiros, depois de um período de crescimento.

O post Um vírus atropelou o mercado apareceu primeiro em Nocaute.

]]>
Na coluna desta semana, o economista Paulo Nogueira Batista Jr. explica o atual pano de fundo dos mercados nacional e internacional. Além da fragilidade da economia mundial, que vinha nos últimos anos se manifestando de maneira cada vez mais nítida e do próprio coronavírus que afetou as expectativas dos mercados, vivemos o ‘momento Minsky’, quando há uma abrupta e duradoura reversão dos mercados financeiros, depois de um período de crescimento.  

O post Um vírus atropelou o mercado apareceu primeiro em Nocaute.

]]>