Mauro Nadvorny – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Fri, 09 Nov 2018 14:40:09 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.2.3 https://nocaute.blog.br/wp-content/uploads/2018/06/nocaute-icone.png Mauro Nadvorny – Nocaute https://controle.nocaute.blog.br 32 32 Ontem a Lei de Gérson, hoje a Lei de Moro https://nocaute.blog.br/2018/11/09/ontem-a-lei-de-gerson-hoje-a-lei-de-moro/ Fri, 09 Nov 2018 14:40:09 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=42135 Milhões de pessoas foram enganadas e levadas a acreditar que tudo era pelo Brasil e contra a corrupção. Legitimaram um plano há muito concebido para chegar onde chegamos. A primeira etapa foi concluída com louvor. A segunda etapa começa agora.

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Milhões de pessoas foram enganadas e levadas a acreditar que tudo era pelo Brasil e contra a corrupção. Legitimaram um plano há muito concebido para chegar onde chegamos. A primeira etapa foi concluída com louvor. A segunda etapa começa agora.


Em 1976, um ex-jogador da seleção brasileira de futebol participa de um anúncio de cigarros. Nele, com seu sotaque carioca acentuado para parecer um “malandro”, ele diz uma frase que o marcaria para o resto da vida: “O importante é levar vantagem em tudo, certo?” O canhotinha de ouro deixou de existir neste dia.

No Brasil inteiro, levar vantagem era ser legal, era ser esperto, malandro. Qualquer um que fizesse algo em desacordo com a ética e a moral, usava a frase da propaganda como justificativa e todos riam dando razão.

Ao me recordar daquela época, vejo como o país tomou aquela máxima como uma forma de bem viver. Não devolver o troco, pedir desconto para pagar sem nota fiscal, enganar o imposto de renda, passar a frente em uma fila, tudo isso passou a ser visto como natural. O Brasil virou o paraíso dos estelionatários.

De um dia para o outro, as pessoas mostraram quem realmente eram e estavam respaldadas pela Lei de Gérson.

Muitos anos se passaram até que a ética e a moral fossem chamadas de volta do exílio onde se encontravam, mortas de vergonha. E assim aos poucos o país foi começando a se dar conta de que aquela malandragem toda somente trazia prejuízos para o bem comum e benefícios para poucos. O respeito ao próximo, a solidariedade bateram a porta e foram convidados a entrar.

A vida é cheia de ciclos. Nossa existência tem muito da roda, ora estamos por cima, ora por baixo. E foi o que aconteceu.

De alguns anos para cá, nossa paciência com a corrupção chegou ao fim. No país onde alguém devolve uma carteira achada na rua com dinheiro dentro é motivo de notícia em todos os jornais, corrupto passou a ser o sujeito mais detestado na sociedade. Não qualquer corrupto, não aquele que continua sonegando impostos, apenas aquele que rouba daqueles que pagam. Não importa que o efeito seja o mesmo, ou seja, se alguém sonega vai faltar dinheiro para a saúde, educação e segurança. Se alguém rouba o dinheiro que era destinado para isso é a mesma coisa. Estranho, não?

O país foi se enchendo de ufanismo na mesma proporção em que limitava a história. A corrupção passou a existir somente em um partido político e as normas jurídicas também. O fato de a corrupção ser uma epidemia distribuída em todo espectro político e conhecida, não era importante. O que poderia salvar a maioria era apontar o bode expiatório. Fazer alguém pagar por isso, saciar as massas e dar a elas a sensação de que um novo país era possível, aquele onde a política seria a partir de agora sustentada por homens de bem preocupados exclusivamente com a melhor distribuição de renda e justiça social a fim de diminuir a distância entre os mais e os menos favorecidos. Nascia a Lava a Jato.

Tudo andou de acordo com um excelente planejamento. A presidente eleita que havia criado as Leis anticorrupção precisava ser deposta. Uma manobra totalmente estapafúrdia foi criada a toque de caixa para justificar o Impeachment. Mas isso ainda não era suficiente.

O maior presidente que o país já teve, reconhecido internacionalmente por trazer o Brasil ao patamar de igual entre as nações mais desenvolvidas tinha que ser retirado da vida pública. Sua permanência no cenário político era uma ameaça permanente ao plano original. Alguns bois de piranha foram dados as massas, afinal era necessário fazer algum sacrifício e assim, aquele que liderou o processo para deposição da presidente em troca de muitos favores e outros tantos favorecimentos, pagou por sua ganância insaciável.  

Uma nova ordem estava no ar, e nela o nome mais conhecido, Juiz Moro, Sérgio Fernando Moro. Um sujeito totalmente desconhecido, juiz de primeira instância que ascendeu ao cargo por coisas do destino.

Moro passou a ser no Brasil o paladino da justiça. Aquele que a sociedade pensava não existir entre nós. A deusa da justiça encarnada em um ser humano. Era Deus no céu e Moro na terra. Os fins passaram a justificar os meios e um novo tipo de justiça passou a ser aceito, a Lei de Moro.

Não eram mais necessárias provas para uma condenação, bastavam convicções. Não se exigiam mais delitos comprovados, qualquer indício passou a ser aceito. Sua influência chegou ao STF na famosa frase de uma ministra da corte: “Não tenho prova cabal contra o réu, mas vou condená-lo porque a lei me permite”.

A cada disparate da justiça contra os membros de um campo político, mais apoio midiático e teses “nonsense” para sustentá-las. Nunca vimos antes tanto apoio ao absurdo. A razão foi escondida e o direito à inocência até prova em contrário, exilado. Na Lei de Moro, não existe estado de direito, somente o direito do estado personificado na sua pessoa. Ele é o estado.

Assim sendo, o resultado para o julgamento do presidente do povo não poderia ser outro. Ele foi a julgamento apenas pró-forma, pois condenado já estava. O plano prosseguia e ia ganhando apoio popular. Mas eis que algo surge no horizonte, pesquisas eleitorais mostram que aquele ser ganharia as eleições.

Nunca a justiça brasileira foi tão rápida. Enquanto milhares de brasileiros morrem antes de receber ao que tinham direito pela demora em terem seus pleitos julgados, a segunda instância imediatamente em tempo recorde carimbou a confirmação da condenação. Mas somente isso não bastava. Ampliou a pena de maneira a permitir o cumprimento da pena na cadeia. Agora que o STF havia aberto a possibilidade de um condenado em segunda instância começar a cumprir a pena enquanto aguarda por recurso, tudo se encaixou.

Podemos dizer que todas as instituições cumpriram seu papel com a ajuda da mídia. O ex-presidente foi colocado na prisão e impedido de concorrer nas eleições. O resultado foi o desejado. Sem ele na disputa, o milico que foi retirado do exército por ato de terrorismo ganhou as eleições. O perigo de uma volta ao verdadeiro combate a corrupção foi afastado. Quem se importa? Novos ministros, inclusive com condenações já estão sendo nomeados, mas nenhum chamou mais atenção do que o Juiz Moro.

Aquele que julgou e condenou o maior adversário do presidente eleito foi convidado, e aceitou ser o seu Ministro da Justiça sem qualquer impedimento ético. Ele troca um salário que com todos os benefícios chega próximo dos R$ 100.000,00 e uma carreira na magistratura, por um salário de R$ 30.000,00 durante possíveis quatro anos, se lá permanecer. Quem faria isso?

Dois tipos de pessoas que eu conheço aceitariam trocar uma carreira de luxo segura até sua aposentadoria por uma nomeação momentânea com prazo conhecido. Uma é aquela para quem o mais importante é o amor ao próximo e ao país acima de tudo. Alguém disposto a sacrificar seu futuro pelo bem da nação.

O outro tipo de pessoa é aquela que tem algo a ganhar com tal nomeação, ou a perder sem o cargo e isso me faz trazer à tona pelo menos dois fatos conhecidos. O caso Banestado e as informações trazidas por Tecla Durán.

O caso Banestado foi uma investigação nos anos 90, arbitrada por Moro que constatou a remessa ilegal, fruto de corrupção envolvendo políticos, empresários e empreiteiras de mais de 500 bilhões de reais em dinheiro de hoje por diversos doleiros. Qualquer semelhança com a Lava Jato não é mera coincidência. Alguém lembra disso? Claro que não, já que no final do governo Collor, tudo foi devidamente arquivado por quem teria se tornado então um herói nacional, ele mesmo, Moro. Uns poucos lambaris pagaram o pato. Dinheiro restituído, nenhum.

Mas temos mais recentemente Rodrigo Tecla Durán. Ex-advogado da Odebrecht ele contou que um amigo de Moro, Carlos Zucolotto, intermediava negociações paralelas na lava Jato. Zucolotto e a esposa de Moro eram sócios em um escritório de advocacia. Com pagamentos aos membros da operação, penas podiam ser diminuídas e regimes de prisão modificados para cumprimento em casa.

Qualquer um destes casos poderiam ser investigados pela Polícia Federal se provocada pelo Ministério Público, ou não. Aí entra o caso da pessoa que tem algo a ganhar no cargo de Ministro da Justiça, a quem está subordinada a Polícia Federal, o nome dela é Sérgio Fernando Moro.

Acho que assim podemos compreender melhor a troca de favores que aconteceu entre o presidente eleito e o juiz que já estava acertado para a função antes do período eleitoral conforme seu vice na chapa declarou.

Concluindo, uma enorme quantidade de pessoas foi enganada e levada a acreditar que tudo era pelo Brasil e contra a corrupção. Foram massa de manobra, idiotas úteis. Legitimaram um plano há muito concebido para chegar onde chegamos. A primeira etapa foi concluída com louvor. A segunda etapa começa agora com a submissão do país aos interesses neoliberais de brasileiros e estrangeiros que vão tornar o país uma nova Cuba de Fulgêncio Batista, com a abertura de Cassinos com seus correlatos, drogas e prostituição. E uma nova Venezuela onde as instituições serão submetidas à vontade presidencial, seja por bem, seja pelas baionetas. Mas não se preocupem tudo será referendado por uma nova ordem.

Sejam bem vindos a Lei de Moro.

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O Brasil tem muito a perder transferindo sua embaixada para Jerusalém https://nocaute.blog.br/2018/11/06/o-brasil-tem-muito-a-perder-transferindo-sua-embaixada/ Tue, 06 Nov 2018 13:04:13 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=42045 Em sua videocoluna Mauro Nadvorny comenta o impulso de Bolsonaro em se alinhar com os Estados Unidos e transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém: "Além do gasto absurdo em dinheiro não terá maiores significados. A não ser a possível perda de mercado brasileiro com os países do oriente médio".

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Em sua videocoluna Mauro Nadvorny comenta o impulso de Bolsonaro em se alinhar com os Estados Unidos e transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém: “Além do gasto absurdo em dinheiro não terá maiores significados. A não ser a possível perda de mercado brasileiro com os países do oriente médio”.

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A História que os pariu. https://nocaute.blog.br/2018/11/02/a-historia-que-os-pariu/ Fri, 02 Nov 2018 20:24:18 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=41853 Colunista do Nocaute e membro do Juprog (Judeus Progressistas), Mauro Nadvorny explica o que podemos esperar da política externa do novo presidente eleito: "Uma lua de mel" entre Brasil e Israel que pode acabar em déficit comercial. Confira.

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Colunista do Nocaute e membro do Juprog (Judeus Progressistas), Mauro Nadvorny explica o que podemos esperar da política externa do novo presidente eleito: “Uma lua de mel” entre Brasil e Israel que pode acabar em déficit comercial. Confira.

Sempre gostei de História. Muito devo ao meu pai que sempre me incentivou a leitura. Desde pequeno sou um devorador de livros e assim vou lendo um depois do outro. Não consigo ficar sem ler.

Um dos horrores desta última eleição foi a disseminação de notícias falsas. Algumas sobre fatos absurdos, mas muitas simplesmente sobre fatos históricos falsificados. Coisas passíveis de se informar em qualquer livro, ou mesmo na Internet.

Alguns destes fatos me dizem respeito como judeu progressista. Um exemplo disso foi de que o partido Nazista seria de esquerda. Seus defensores argumentaram que o nome do Partido era Nacional Socialista. De nada adiantou a própria embaixada alemã desmentir. Nem mesmo as pregações nazistas contra os comunistas mudou a opinião dos que acreditaram nisso.

Outro fato marcante é que o governo do PT teria dado milhões de dólares ao Hamas, algo como dizer para um judeu que financiaram terroristas assassinos. Na mesma linha, afirmavam que os governos petistas seriam contra Israel. A verdade é que a política externa brasileira sempre foi favorável às resoluções da ONU contra Israel. Durante a ditadura militar votaram a favor da equiparação do Sionismo com Racismo e receberam a representação diplomática da OLP no país. Nada mudou nos governos civis até hoje. O que sim foi omitido é que o Presidente Lula foi o único presidente brasileiro a visitar Israel, e que ele sim, depositou flores no Museu do Holocausto como o fazem todos os líderes que chegam aqui pela primeira vez.

Com relação ao dinheiro para o Hamas, também querem falsificar a história. O governo brasileiro fez uma doação de 25 milhões de dólares para um fundo das ONU que lidou com a reconstrução daquele território. Dezenas de outros países o fizeram, muitos com somas muito superiores.

Todas estas informações estão acessíveis a qualquer um que tenha vontade de conhecer a história. Tudo pode ser esclarecido a um clique em qualquer computador, ou até mesmo em um celular. Não se trata de informação confidencial, ou de difícil acesso.

Qual é o problema então? A conclusão que se chega é que em uma guerra a verdade é a primeira baixa e que de fato, sem exagero, esta eleição foi uma guerra. Assistimos como nunca antes visto a disseminação massiva de informações falsas que foram sendo assimiladas como verdadeiras e criminosamente utilizadas para vencer a guerra. Tanto assim, que passada a eleição ainda recebo informações falsas todos os dias.

No meio judaico existe a convicção de as relações Brasil e Israel serão como uma lua de mel. O embaixador israelense no Brasil já teria visitado o presidente eleito. Este teria dito que visitaria Israel depois dos EUA (antes era o primeiro lugar a ser visitado, mas quem está contando). O primeiro ministro de Israel já teria confirmado sua vinda para o dia da posse. É muito amor incontido.

Tudo isto já faz com que se alvorocem empresários pensando que os negócios entre os dois países terão um grande incremento e já fazem as contas de quanto vão ganhar com isso. Talvez fosse o momento de contar que inúmeros acordos já foram firmados entre os dois países e o que sempre faltou foi liberação de financiamentos para investimento do lado brasileiro, talvez pelos números desfavoráveis na balança comercial. O acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e Israel está em vigor desde 2010.

O comércio bilateral entre os dois países mostra que Israel importa do Brasil cerca de 400 milhões de dólares e exporta cerca de 900 milhões de dólares, mais que o dobro.

Então vale saber que o Brasil exporta para o mundo árabe mais de um bilhão de dólares e importa cerca de 600 milhões de dólares. Para quem sabe fazer contas, o comércio com Israel é deficitário para o país, enquanto que o comércio com o mundo árabe é favorável.

Nesta situação, desejar adquirir mais produtos israelenses, é aumentar o déficit comercial. Afinal, Israel é um país com 8 milhões de habitantes e o Brasil não tem muito o que nos oferecer.

Claro que de um presidente eleito, declaradamente fascista, podemos esperar qualquer coisa. Entre elas uma decisão contrária à lógica econômica onde o equilíbrio comercial entre as nações não seja relevante. Se assim for, sorte de uns, azar de outros quando mais empregos forem perdidos no Brasil.

Tudo que está informado neste texto se encontra documentado, seja em livros sobre a história, seja em informes oficiais que estão a disposição de qualquer um que deseje conhecer a finada verdade.

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O que está em disputa é a democracia contra o fascismo https://nocaute.blog.br/2018/10/26/o-que-esta-em-disputa-e-a-democracia-contra-o-fascismo/ https://nocaute.blog.br/2018/10/26/o-que-esta-em-disputa-e-a-democracia-contra-o-fascismo/#respond Fri, 26 Oct 2018 18:37:36 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=41284 Quando um juiz afirma que uma faixa onde se lê “Não ao Fascismo” é material de campanha contra um dos candidatos, não nos resta mais dúvida de que ele reconhece que tal candidato é um fascista, e mais do que isso, se assume como tal. A ditadura de toga já se faz presente.

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Quando um juiz afirma que uma faixa onde se lê “Não ao Fascismo” é material de campanha contra um dos candidatos, não nos resta mais dúvida de que ele reconhece que tal candidato é um fascista, e mais do que isso, se assume como tal. A ditadura de toga já se faz presente.

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Não seja um Kapo, não seja um capataz do campo de concentração. https://nocaute.blog.br/2018/10/25/nao-seja-um-kapo-nao-seja-um-capataz-do-campo-de-concentracao/ https://nocaute.blog.br/2018/10/25/nao-seja-um-kapo-nao-seja-um-capataz-do-campo-de-concentracao/#comments Thu, 25 Oct 2018 17:30:54 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=41155 Em sua coluna, Mauro Nadvorny relembra a figura do Kapo, judeus que durante a Segunda Guerra Mundial foram usados para monitorar os campos de concentração em troca de suas vidas.

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Em sua coluna, Mauro Nadvorny relembra a figura do Kapo, judeus que durante a Segunda Guerra Mundial foram usados para monitorar os campos de concentração em troca de suas vidas.

Durante o Holocausto quando seis milhões de judeus foram exterminados, existiram nos guetos e campos de extermínio a figura dos chamados Kapos. Para quem não sabe, a origem da palavra é italiana e significa líder. Na Itália ela designa até hoje os líderes mafiosos.

Nem todos os Kapos eram judeus e sua função consistia em ajudar as SS no dia a dia dos campos e costumavam ser mais violentos que os próprios alemães, recebendo em troca alguns privilégios como roupas, comida, cigarros e bebidas.

Depois da guerra muito se discutiu sobre o papel dos Kapos judeus no processo de extermínio já que graças à cooperação deles na manutenção da ordem, o trabalho era facilitado e assim funcionava melhor a indústria da morte.

A questão ética era de que estas pessoas tentavam sobreviver a todo custo como qualquer outra e diante daquela situação aproveitaram a chance que tiveram ao serem escolhidas para aquelas tarefas e graças a esta decisão, muitas sobreviram. Alguém tinha que fazer o trabalho sujo.

Se pensarmos naqueles dias e diante daquela escolha que fizeram, sabendo que a recusa significava a morte certa, então compreendemos porque estas pessoas aceitaram se tornarem Kapos.

Hoje estamos próximos de uma eleição onde um candidato, diferentemente de Hitler antes de sua ascensão ao poder, diz abertamente ser favorável a tortura de seres humanos. Mais do que isso ele demonstra seu apreço por um torturador que levava os filhos das suas vítimas para assistirem as mães sendo torturadas com ratos na vagina.

Diferentemente daqueles dias onde podemos aceitar que muita gente não sabia o que Hitler pretendia, hoje não restam dúvidas com tudo que foi dito por este candidato estando documentado e acessível para qualquer um confirmar.

Creio que chegou a hora de se fazer uma reflexão sobre qual é o verdadeiro caráter dos que pretendem manter seu voto nesta pessoa. Vocês escutaram nestes dias o que ele e seus filhos pensam da democracia, do STF, do TSE, da imprensa e de todos que discordam deles. Isto não foi criado em estúdio, tampouco inventado por alguém. Está lá dito palavra por palavra para quem quiser ver novamente.

Se você é a favor da prisão ou exílio de seus amigos que não votam nele e no fechamento das instituições que são à base da democracia, você está se oferecendo para ser um Kapo dele. Mas desta vez existe uma escolha que não é uma sentença de morte e ela está sendo oferecida para que tudo isso possa ser evitado.

Não se constrói uma sociedade plural com justiça social sem programas de governo. Como se alcançar estes objetivos é o que disputam os partidos, cada um de acordo com a sua ideologia. Qual o programa de seu candidato? O que ele pensa sobre o futuro de nosso país como a pátria de todos os brasileiros? Pode procurar que não vai achar nada, todo o discurso dele é tão e somente de ódio, de exclusão e de segregação entre nós.

Ainda há tempo para evitar tudo isso. Somente a democracia com a preservação das diferenças é que nos garante um futuro e um lugar entre as nações. Não troque o que conquistamos com duras lutas para seguir um falso profeta que nos fará retroceder a um passado que já superamos. Que está colocando irmãos contra irmãos por puro sadismo.

Os Kapos que sobreviram a guerra tiveram de conviver com as suas escolhas. Muitos se suicidaram, outros negaram serem judeus e houve ainda aqueles que fugiram para bem longe, constituíram família e esconderam seu passado.

Hoje eu peço que escolham o que é certo enquanto ainda podemos escolher.

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Não seja o sapo. Não vote no escorpião. https://nocaute.blog.br/2018/10/18/nao-seja-o-sapo-nao-vote-no-escorpiao/ https://nocaute.blog.br/2018/10/18/nao-seja-o-sapo-nao-vote-no-escorpiao/#comments Thu, 18 Oct 2018 13:35:58 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=40562 Mauro Nadvorny chama a atenção de todos para ocuparem as ruas e conversarem com aqueles que terão seus direitos revogados: "Se cada um de nós se mobilizar e conseguir ganhar um voto, um único voto para Haddad nós ganhamos essa eleição".

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Mauro Nadvorny chama a atenção de todos para ocuparem as ruas e conversarem com aqueles que terão seus direitos revogados: “Se cada um de nós se mobilizar e conseguir ganhar um voto, um único voto para Haddad nós ganhamos essa eleição”.

Pessoal, o segundo turno está aí, batendo a porta.

Nós não temos tempo a perder.

Não adianta ficar tentando convencer os nossos parentes, nossos pais, nossos irmãos – aqueles que já estão convencidos a votar no Bolsonaro.

Nós temos que nos virar para as classes menos favorecidas, aquelas que tem tudo a perder com essa eleição. São essas pessoas que precisam mudar o voto, são os que vão perder o 13º, porque os ricos são o que pagam o 13º.

São esses que vão perder o SUS, porque os ricos têm operadoras de saúde – seguro de saúde.

Os pobres vão ter que parar de trabalhar para colocar uma televisão em casa se quiserem que os filhos estudem, porque ele vai acabar com as escolas públicas.

Então, se cada um de nós se mobilizar e conseguir ganhar um voto, um único voto, para Haddad nós ganhamos essa eleição.

Vamos a luta.

E para você que votou no Bolsonaro, ou está pensando em votar branco ou nulo, ou repetir o voto, deixa eu te contar uma fábula.

É a fábula do escorpião e do sapo.

O escorpião chegou na beira do rio, queria cruzar o rio e pediu para o sapo para levá-lo para o outro lado.

O sapo disse para ele: eu não posso te levar, você vai acabar me picando.

O escorpião então disse: mas por que eu faria isso? Se eu te picar nós dois vamos morrer.

O sapo pensou bem, concordou e levou o escorpião.

Chegando no meio do rio o escorpião picou o sapo que sentiu a ferroada, sentiu que ia morrer e perguntou para o escorpião: porque você fez isso?

Desculpe sapo mas essa é a minha natureza.

Pois bem, vocês conhecem a natureza do Bolsonaro?

O Bolsonaro não gosta de democracia, o Bolsonaro gosta de ditadura, de torturar pessoas. O Bolsonaro vai acabar com o seu 13º, com as suas férias remuneradas, com a escola pública para as crianças.

Este é o Bolsonaro.

Ele quer liquidar o SUS.

Não seja o sapo nessa história. Não vote no escorpião.

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