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Após censura a texto de Gregório Duvivier, pais de alunos organizam ato em BH

Em protesto contra a censura nas escolas, mães e pais de alunos organizam uma marcha na próxima terça-feira (22). A iniciativa acontece após o colégio Loyola, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, ter usado um texto da autoria de Duvivier em uma das questões de uma prova. Após reclamação de alguns pais sobre a posição política do autor, a escola decidiu anular o teste. 

Preocupados com uma onda de conservadorismo nas escolas, pais e mães de alunos dos colégios Santo Agostinho e Loyola farão um ato pela liberdade de ensino nessas instituições. 

A manifestação acontece na próxima terça (22) a partir das 17h, com passeata saindo do Colégio Santo Agostinho central e terminando com um abraço no Colégio Loyola.

A intenção desse grupo de pais e mães é sinalizar que respeita e admira os professores das instituições e defende sua liberdade docente. É, também, manifestar que confiam na competência dos professores em seu trabalho diário de colaborar para que seus alunos sejam cidadãos éticos, de espírito crítico e defensores da justiça social.

Segundo os organizadores, a ideia do ato surgiu a partir de dois episódios envolvendo os colégios. Em novembro de 2018, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o Santo Agostinho por propagar “ideologia de gênero”, uma ação fundamentada em reclamações de pais de alunos sobre os conteúdos que tratavam de educação sexual. Já no Colégio Loyola, a motivação veio da anulação de uma prova de Português com texto de Gregório Duvivier. Insatisfeitos com o conteúdo do texto, alguns pais pressionaram a direção do colégio que, em uma decisão unilateral, anulou a prova.

Motivados por esses dois fatos, pais e mães de ambos os colégios se juntaram para a organização do ato que acontece na próxima terça, 22. A proposta é que pais, mães, alunos e ex-alunos das instituições caminhem do Colégio Santo Agostinho central, carregando faixas e cartazes, e terminem a passeata no Colégio Loyola. Ali, haverá a leitura de uma carta aos professores, entrega de rosas à Imagem de Santo Inácio e abraço simbólico ao colégio.

Em suas redes sociais, Gregório lamentou a censura e se pôs à disposição para debater a “crônica e a censura”.


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