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Bolsonaro critica embaixadores e volta a defender o filho Zero3

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (17), em Santa Fé, na Argentina, que “de 2003 pra cá, os embaixadores que nós tivemos nos Estados Unidos, não fizeram nada de bom pra nós”. Bolsonaro participou da 54ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e voltou a exemplificar sua escolha pelo filho: “Imagina se o filho do Macri fosse embaixador no Brasil? Ligando pra mim, querendo falar comigo, quando ele seria atendido? Amanhã, semana que vem ou imediatamente? É essa que é a intenção”. Em Brasília, o presidente em exercício, Hamilton Mourão, também defendeu Eduardo Bolsonaro, o Zero3: “A escolha está dentro do padrão”, disse ele.

Do G1

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (17) que, desde 2003, os embaixadores brasileiros nos Estados Unidos não fizeram “nada de bom” para o Brasil.

A declaração de Bolsonaro ocorreu durante entrevista coletiva concedida em Santa Fé, na Argentina, onde o presidente participou da 54ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.

Na ocasião, o presidente voltou a defender a indicação do filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador em Washington. Segundo ele, Eduardo “tem rodado o mundo todo” nos últimos anos e tem qualificação para o posto.

“Se vocês pegarem de 2003 pra cá os embaixadores que nós tivemos no Brasil, do Brasil nos Estados Unidos, fizeram de bom pra nós? Nada”, afirmou Bolsonaro.

O presidente voltou a afirmar que a intenção com a eventual indicação do deputado seria ter uma suposta prioridade em pedidos direcionados ao governo norte-americano, pelo fato de Eduardo ser seu filho. Bolsonaro comparou a situação com uma suposta indicação do filho do presidente da Argentina, Maurício Macri, para um posto semelhante no Brasil.

“Imagina se o filho do Macri fosse embaixador no Brasil? Ligando pra mim, querendo falar comigo, quando ele seria atendido? Amanhã, semana que vem ou imediatamente? É essa que é a intenção”, explicou o presidente.

Em seu discurso na cúpula do Mercosul, Bolsonaro havia dito que o bloco deve se concentrar em três áreas, sendo uma delas as negociações externas, com “zelo nas indicações das embaixadas”.

Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Washington “está dentro do padrão” para escolhas de nomes de fora da carreira diplomática.

No exercício da Presidência durante a viagem de Bolsonaro à Argentina, Mourão afirmou que a indicação é uma decisão do presidente. “E decisão [do presidente] a gente não discute”, disse.

Indicação

Deputado federal eleito por São Paulo, Eduardo tem 35 anos, idade mínima para ser embaixador, é formado em Direito e passou em concurso da Polícia Federal, onde trabalhou como escrivão.

A legislação permite ao presidente de República indicar embaixadores que não são diplomatas para chefiar embaixadas no exterior. O ex-presidente Itamar Franco, por exemplo, foi embaixador em Portugal.

Para assumir o posto em Washington, Eduardo, caso seja indicado pelo pai, terá de ser sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, e ter o nome aprovado pelo colegiado e pelo plenário da Casa.

Além disso, precisará renunciar ao mandato parlamentar.

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