Brasil

Como começou a segunda-feira

As primeiras páginas dos três principais jornais do país resolveram mudar de assunto. Na Folha, a farra dos deputados que fazem turismo com aval de Rodrigo Maia. No Globo, a preocupação na manchete principal é o preço do pedágio e, no Estadão, o crime organizado que está liderando as invasões de mananciais em São Paulo.

O Correio Braziliense foi o mais político em sua capa e estampou na manchete principal: “STF decide se Lula fica preso”. Foi o único jornal que noticiou que o ministro da Justiça, Sergio Moro, desistiu de enfrentar os deputados, explicar a eles suas conversas com o promotor Deltan Dallagnol.

A Folha colocou a Parada do Orgulho na primeira página, com destaque para a multidão – 3 milhões de pessoas, segundo os organizadores – que foram ontem à Avenida Paulista. O Globo apenas registrou a festa, sem foto, e o Estadão achou melhor esconder dos seus leitores a notícia que parou São Paulo no domingo. Deu no pé de página, em registro em duas linhas: “Parada Gay em SP tem crítica a Bolsonaro”.

A derrota das meninas do Brasil também foi destaque, o lamento de sempre, mais uma vez derrubada pela França.

Depois da parceria firmada pela Folha com a Intercept, que vem divulgando as tenebrosas transações da Lava-Jato, os outros jornais colocaram o rabo entre as pernas e parece ter saído do jogo, do foco das denúncias.

Na TV, o show da vida fez questão de frisar várias vezes que os diálogos divulgados pela Intercept:

Foram realizados por organizações criminosas
As escutas podem ter sido editadas ou adulteradas
A divulgação é ilegal

Entrou no jogo de Moro, que antes de se explicar qualquer coisa, usa sempre esses três argumentos para colocar em dúvida o que realmente aconteceu.

E a história continua. Moro alega não se lembrar de ter dito nos diálogos, mas se disse, não vê nada de anormal. Chamou os meninos do MBL de “tontos” no último vazamento e, ontem, mesmo não se lembrando de ter dito, gravou um vídeo pedindo desculpas.

MBL não vê nada de mais no que disse Moro sobre eles

Destaque para a entrevista publicada pela Folha com o filósofo e sociólogo francês, Edgar Morin, de 97 anos, que esteve no Brasil. Para Morin, “continuamos como sonâmbulos, indo rumo ao desastre.

A melhor charge da manhã de segunda-feira é de João Montanaro, na Folha.

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