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Em discurso chinfrim, Bolsonaro fala em libertar o Brasil do socialismo e promete sangue para manter a bandeira verde e amarela.

Quem esperava do novo presidente um discurso bombástico, com anúncios das radicais promessas de campanha, decepcionou-se com uma fala medíocre, cheia de lugares-comuns e recheada de referências a Deus, à família e aos bons costumes. Sobre como pretende criar postos de trabalho para 14 milhões de desempregados, nem uma sílaba.

O presidente recém-empossado, Jair Bolsonaro, fez um curto discurso de inauguração nesta terça-feira (1) repleto de frases de efeito que defendeu ao longo da campanha. O termo “ideologia”esteve especialmente presente em sua fala.

Iniciou com a afirmação de que hoje o Brasil “começa a se livrar do socialismo” e finalizou dizendo que a bandeira brasileira “só será vermelha se for preciso nosso sangue para mantê-la verde e amarela!”.

Também defendeu o fim de conceitos vagos como do “politicamente correto”, da “inversão de valores”, da “ideologia que defende bandidos e critica policiais”, da “ideologização das nossas crianças” e do “desvirtuamento de direitos humanos”.

Bolsonaro reforçou a importância da “garantia do direito à propriedade” e à “legítima defesa”. Também afirmou que acabaria com o “viés ideológico” das relações exteriores do Brasil.

O presidente dos EUA, Donald Trump, não esteve presente na cerimônia de posse e congratulou o brasileiro pelo Twitter. Em seu lugar foi o secretário de estado norte-americano, Mike Pompeu. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanjyahu, cumprimentou Bolsonaro e foi um dos chefes de Estado que conversou mais longamente com o presidente brasileiro.

Poucos governadores compareceram à posse. João Doria (SP), Wilson Witzel (RJ), Ronaldo Caiado (GO), Ibaneis Rocha (DF) e Ratinho Júnior (PR) estavam no local. Todos os ex-presidentes da República, com exceção de Lula, foram convidados, mas apenas Fernando Collor e José Sarney estavam na cerimônia.

Segundo informações do jornal El País, o empresário Luciano Hang e o ex-apresentador da TV Globo Alexandre Garcia também estavam no Palácio do Planalto.

Dos filhos de Bolsonaro, apenas Carlos, a quem o pai se refere como “meu pitbull”, acompanhou o casal no Rolls Royce a caminho do palanque onde discursariam. Podendo ser confundido com mais um segurança, o vereador sentou-se no banco de trás do carro. A primeira-dama, Michelle, agradeceu ao enteado pela ajuda durante a campanha em seu discurso.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos de Bolsonaro, afirmou que o irmão Carlos desfilou junto ao pai e à primeira-dama, Michelle, em carro aberto na Esplanada dos Ministérios por ser o “pitbull da família”.

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