O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou em discurso nesta quinta-feira (21) que na Venezuela não ascenderá uma figura política de extrema-direita como aconteceu no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro.
“A Venezuela não é o Brasil. Aqui não vai ter um Bolsonaro. Aqui será o povo e o chavismo por muito tempo (…). Bolsonaro aqui não teremos nunca, porque nós construímos a força popular”, declarou Maduro durante ato do PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela).
“Aqui lhe espero, com milhões de homens e mulheres e com a Força Armada (…). Aqui lhe espero, Mourão, venha pessoalmente”, desafiou o presidente venezuelano, que inicia o segundo mandato no dia 10 de janeiro.
Maduro disse que o general Mourão é “louco da cabeça” por ter afirmado que seu governo está chegando ao fim e defendido “eleições normais” na Venezuela. E refez denúncias de um complô dos Estados Unidos para derrubá-lo, com o apoio de Brasil e Colômbia.
No começo da semana, o presidente venezuelano afirmou que a brigada civil criada para auxiliar os militares chegou a 1,6 milhão de membros, mais do que o triplo do que tinha em abril, e que seus integrantes serão armados “até os dentes” para proteger o país.
No começo deste mês a Rússia enviou para a Venezuela dois bombardeiros com capacidade nuclear para manobras militares conjuntas entre os dois países. Segundo o Ministério da Defesa venezuelano, esses exercícios servirão para “preparar a defesa do país caso seja necessário”.
No final de 2016, a Venezuela comprou 24 caças Sukhoi 30 russos, 53 helicópteros MI-24, 100 mil fuzis Kalashnikov e mísseis Top-MI.
Um dos investimentos do ex-presidente Hugo Chávez no auge do chavismo, quando o barril de petróleo bateu U$ 143, foi reforçar e modernizar os equipamentos militares do país.