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Trump na ONU: militares da Venezuela poderiam derrubar Maduro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nessa terça-feira (25) na ONU que os militares na Venezuela poderiam derrubar o governo de Nicolás Maduro. “É um regime que, francamente, poderia ser derrotado rapidamente se os militares decidirem fazer isso”, disse à imprensa na sede das Nações Unidas em Nova York, EUA, onde Trump discursou.

O presidente estadunidense também pediu ajuda internacional para “restaurar a democracia” na Venezuela: “Todos os países do mundo devem resistir ao socialismo e à miséria que ele traz”, responsabilizando Maduro e os “patrocinadores cubanos” pela saída de mais de 2 milhões de pessoas do país caribenho.

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou ontem novas sanções contra a cúpula do governo de Maduro. Entre os punidos estão a primeira-dama, Cilia Flores, e a vice-presidente, Delcy Rodríguez.

Maduro foi alvo de um atentado com drones durante um desfile militar em abril. Neste domingo, o governo da Venezuela pediu que México, Colômbia e Chile esclarecessem se têm algo a ver com o ataque.

Trump chegou atrasado à sede da ONU e por isso o pronunciamento do presidente do Equador, Lenín Moreno, foi antecipado no lugar da fala de Trump. Com menos de um minuto do seu discurso, o mandatário dos EUA arrancou risos da plateia, formada por líderes mundiais e diplomatas, ao elogiar a sua administração: “Em dois anos, conseguimos mais do que quase nenhuma outra na história do país”.

Sobre os conflitos no Oriente Médio, Trump pediu que a comunidade internacional “isole o regime do Irã” e prometeu que aplicará mais sanções ao país, além das que entrarão em vigor em novembro. “Não podemos permitir que o principal patrocinador do terrorismo no mundo possua as armas mais perigosas do mundo”, continuou.

“Pedimos para que todos os países isolem o regime iraniano enquanto continuarem as agressões [por parte do Irã]”, declarou Trump em seu discurso. Ele disse que a saída dos EUA do acordo nuclear firmado com o governo iraniano foi bem recebida no Oriente Médio.

Mais tarde, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, subiu à tribuna e respondeu a Trump: “Como o Irã pode entrar em um acordo com uma administração que viola as políticas de seu antecessor?”, afirmou ele. “Começar um diálogo passa por acabar com as ameaças e sanções injustas que nega os princípios da ética e da lei internacional.”

Rouhani criticou a decisão de Trump de retirar os EUA do acordo nuclear multilateral firmado com o Irã, em maio. O acordo, negociado pelo antecessor de Trump, Barack Obama, fez o Irã se comprometer a limitar suas atividades nucleares em troca do alívio em sanções internacionais.

Em seu discurso, Trump também exigiu que os países façam mudanças urgentes no sistema de comércio global e passem a defender a postura americana em relação à guerra comercial com a China, por considerar que o déficit com o governo chinês “não é aceitável”.

“No mês passado, anunciei um revolucionário acordo comercial entre Estados Unidos e México. Ontem, estive com o presidente (sul-coreano) Moon Jae-in para anunciar a assinatura bem-sucedida do novo acordo comercial EUA – Coreia do Sul”, disse Trump ao comentar sobre a revisão do trato de 2012.

“E isso é só o início. Muitos países nesta sala concordarão que o sistema de comércio global necessita urgentemente uma mudança”, acrescentou.

Trump avisou que não tolerará mais “os abusos” comerciais de outros países nem permitirá que “vitimizem” ou “enganem” os trabalhadores e empresas americanos.

“Os Estados Unidos acabam de anunciar tarifas para outros 200 bilhões de produtos chineses, totalizando US$ 250 bilhões. Tenho um grande respeito e afeto por meu amigo, o presidente [chinês] Xi Jinping. Mas deixei claro que nosso desequilíbrio comercial simplesmente não é aceitável”, esclareceu.

Segundo o presidente americano, “as distorções do mercado da China e a forma como elas são enfrentadas não podem ser toleradas, e os EUA sempre atuarão em prol do interesse nacional”.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, também criticou Trump em seu discurso – o primeiro feito na ONU desde que foi eleito, em abril deste ano: “Causam preocupação os recentes anúncios de aumento das despesas militares, que lançarão o mundo em uma nova corrida armamentista”, disse. Para o cubano, “não pode haver desenvolvimento sem paz e estabilidade, nem paz e estabilidade sem desenvolvimento”.

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