Comentários sobre: A quem interessa o desmonte da integração regional? https://nocaute.blog.br/2018/08/15/desmonte-da-integracao-regional/ Blog do escritor e jornalista Fernando Morais Wed, 15 Aug 2018 19:44:53 +0000 hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.2.2 Por: José Eduardo Garcia de Souza https://nocaute.blog.br/2018/08/15/desmonte-da-integracao-regional/#comment-24837 Wed, 15 Aug 2018 19:44:53 +0000 https://nocaute.blog.br/?p=36796#comment-24837 A articulista resolveu inovar e acresceu o tom lamuriento ao apanhado de raciocínios superficiais e dados incompletos com que brinda, semanalmente, os leitores. Mas não é de se acreditar que tal inovação torne mais críveis os seus argumentos ou mesmo mais palatável o discurso, já que:
1. Ela não menciona que uma das reais causas do esvaziamento da UNASUL foi a suspensão das suas actividades na organização – e não suspensão pela organização – do Brasil, Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile e Peru, motivada pelo impasse com o governo da Venezuela em relação à escolha do secretário-geral da organização que, desde Janeiro de 2017, para todos os efeitos paralisou a organização. A Venezuela, com o apoio da Bolívia, do Suriname e do Equador, vetou o candidato argentino – Embaixador José Octavio Bordón – e não apresentou qualquer alternativa a ele, deixando, assim, a secretaria vaga e a organização acéfala.
2. Ela também “esquece de mencionar” que as maquiladoras mexicanas são projeto que data de Maio de 1965, com a instalação da Indústria Maquiladora de Exportação (IME) na fronteira norte do México, resultado de um programa pactuado entre os governos do México e dos Estados Unidos, com o propósito – do governo mexicano – de reter a força de trabalho que migrava para os EUA em busca de emprego. Hoje, a IME emprega mais de 1 milhão e 100 mil pessoas -. Igualmente distribuídas entre homens e mulheres, representando cerca de 25,5% do emprego manufatureiro nacional e quase 3% do emprego do México. Mais ainda, ela deixou de se concentrar na fronteira norte e hoje estende-se a Jalisco, Zacatecas, San Luis de Potosí, Puebla, Tlaxcala e Yucatán. É fato que a transferência de tecnologia para o sector produtivo 100% local é baixa, mas é melhor que mais de 1 milhão de mexicanos e mexicanas tenham emprego digno do que terem que migrar para poderem comer e sustentar as suas famílias.
Tampouco existe qualquer indício de definição do que poderia ser a tal “identidade verdadeiramente latino-americana” que lamenta ver impedida de se desenvolver, mas, a julgar pelo que comentou sobre as maquiladoras do México, talvez esta identidade esteja refletida no desemprego, inflação e miséria que grassam na Venezuela de Maduro – com certeza o seu ideal de “latinidade”.

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