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CCJ discute segunda denúncia contra Temer

A sessão começou com o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), lendo a ata da sessão anterior.
Na semana passada, o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), recomendou que a Câmara rejeite o prosseguimento do processo. Ele argumenta que o Ministério Público “mancomunado com o Judiciário” trouxe um “desequilíbrio nas relações entre os poderes da República”.
Após questões preliminares, os deputados começaram a discutir a denúncia.
O primeiro a falar foi o deputado Alessandro Molon (REDE-RJ), afirmando que a rejeição da primeira denúncia contra Temer na Câmara causou revolta na população. Para ele, isso faz com que esta segunda denúncia tenha ainda mais apoio.
A denúncia, disse Molon, mostra que sete membros do PMDB da Câmara procuraram ocupar cargos para arrecadar propina desde 2006. “Pelo menos R$ 587 milhões foram para os bolsos desses criminosos”.
Afirmou também que a organização criminosa continuou usando de seus cargos para roubar após Temer chegar à presidência. “São muitas as provas de que uma organização criminosa bem arquitetava funcionava e funciona para praticar crimes contra a administração pública.”
Já o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que é impossível condenar ou absolver sem investigar e falou em “gangsterização” da política. Ele criticou o teor do relatório apresentado na CCJ, argumentando que são 35 páginas e, em 23 delas, o relator não trata da denúncia. “Se trata mais de uma certidão de nada consta.”
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) falou sobre Geddel Vieira Lima e seu trabalho no governo. “Se o senhor Michel Temer não tiver que responder por isso politicamente, eu sinceramente não sei mais pelo que ele tem que responder”.
O deputado Major Olímpio (SD-SP) afirmou que comportamento de bandido tem que ser tratado como comportamento de bandido. Para ele, o jogo na Câmara “já está viciado”. “Os deputados que tinham que ser substituídos já foram substituídos”.
Crítico a Temer, Major Olímpio foi um dos membros da CCJ que foram substituídos antes da votação da primeira denúncia.
A sessão teve um breve tumulto durante a fala do deputado Paulo Maluf (PP-SP). Ele elogiou o relatório e disse conhecer Temer há 35 anos e que “ele deve responder por atos que praticou como presidente da República, e não antes disso”.
Maluf ainda diz ser um homem polêmico e se orgulhar disso. “Porque eu digo o que penso”, justificou.
Em defesa de Temer falou o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). Disse que a oposição “esquece” de analisar o perfil comportamental, comercial, dos delatores Wesley e Joesley Batista. E ainda atacou o doleiro Lúcio Funaro: “Tem o mesmo perfil do Fernandinho Beira Mar, do Pablo Escobar.”
“Funaro é um bandido renomado, que ameaça as pessoas com quem negocia, e em nome de sua salvação, inventou de tudo”, disse.
O deputado Nelson Marchezelli (PTB-SP) parabenizou o relator e também diz que após o mandato Temer poderá responder à Justiça. E elogiou o presidente pela “evolução de índices econômicos”.
Todos os 66 integrantes titulares da CCJ e os 66 suplentes da comissão têm direito a falar. Entre os não membros há o limite de 40 pessoas (20 a favor do parecer, 20 contra o parecer).
Assista abaixo:

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